Coluna: Que saudades daquele tempo

Neste ano a grande expectativa em torno do mundial de Fórmula-1 é a fim do controle de tração. Dizem que será a volta do piloto técnico, que terá que controlar o carro, nas largadas, curvas. Ou seja, a emoção das provas estará de volta. Tentando imaginar como serão as próximas corridas da F-1, resolvi fazer umas sessões de cinema em casa, com dois filmes fascinantes sobre as décadas de sessenta e setenta.

Grand Prix, de 1966 e dirigido por John Frankenheimer, é considerado o melhor filme sobre corridas já feito. Misturando cenas de ficção, com cenas reais da temporada de 1966 do mundial de F-1, mostra fielmente como eram as disputadas as corridas numa época em que a segurança dos bólidos era praticamente nula. Os fortes acidentes e a forma como os pilotos eram resgatados, em macas precárias, são de assustar quem está acostumado com a segurança das provas atuais.

As cenas de ação, com os carros andando no limite em circuitos como Nürburgring, com seus 22 km, ou em Spa-Francorchamps, é de emocionar a todos os amantes das corridas. E os bastidores mostrando a vida dos pilotos fora das pistas, algo impensável nos dias de hoje, vide o falatório todo devido ao gosto de Kimi em tomas umas e outras Á s vezes (e o que ele faz bem, afinal é jovem, rico e dentro das pistas manda muito bem), é de fascinar.


Resumindo, é um filme imperdÁ­vel para quem quer saber como era uma das fases mais impressionante da história da F-1.


Poucos dias depois vi o “Fabuloso Fittipaldi”, filmado em 1972 e dirigido por Roberto Farias. É outro filme obrigatório para todos. Diferente de ‘GrandPrix”, o filme é um documentário, com depoimentos e imagens das provas do primeiro tÁ­tulo mundial do Brasil.


Os bastidores, as entrevistas com pilotos, familiares de Emerson e dirigentes das equipes da época e os detalhes sobre o mundial, mostram fielmente o ambiente dos anos setenta. E pensar que o gênio Jackye Stewart ganhava “estrondosos” um milhão de dólares de salários da equipe Tyrrell.


Então se vocês quiserem saber como eram bons Á queles tempos, procurem esses filmes nas locadoras, ou se puderem comprem para mostraram aos seus filhos, amigos. Tenho certeza que todos ficarão maravilhados.


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Na minha última coluna, sobre o fim do autódromo de Jacarepaguá, recebi vários emails de internautas. Opiniões a favor, outras contra. Quero agradecer a todos que leram, mandaram emails, discutiram. O objetivo foi alcançado, lançar a discussão sobre o absurdo de perdemos um dos nossos poucos autódromos de nÁ­vel internacional.


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No final de fevereiro faleceu o belga Paul FrÁ¨re, primeiro piloto-jornalista da história. Ele tinha 91 anos e competiu em onze GPs de F-1 na década de cinqüenta. Ele usava as suas experiências nas pistas para fazer artigos para revistas especializadas.


Ele foi 2º colocado no GP da Bélgica de 1956, com uma Ferrari.