Jogos: GT Sports é um dos lançamentos mais aguardados do ano

Dia 17 de outubro chegou ao mercado “Gran Turismo Sport“, que faz a estreia da franquia no PS4 e é uma das grandes promessas do ano. No entanto, na semana passada a Sony liberou a versão beta do game, para aguçar quem ainda não tinha se decidido.

Pelo volume de 43 GB (contra 56 GB do game final), boa parte do conteúdo do jogo estava inserido no pacote. No entanto, são poucas as funcionalidades que estão habilitadas para demonstração. Comprar carros não é permitido, assim como corridas off-line são restrita a três pistas. Ou seja, a Polyphony Digital e a Sony montaram um imenso banquete, mas você só tem direito aos pãezinhos. Para encher a pança será preciso esperar até o dia 17 e torrar R$ 200.

Mesmo assim, é possÁ­vel perceber muitas mudanças em relação aos antigos games da franquia. “Gran Turismo Sport” reduziu sua garagem consideravelmente. Os 1.200 carros de “GT6” foram a reduzidos a menos de 150 unidades. Por outro lado, é uma coleção bem refinada, com modelos de alto desempenho e totalmente redesenhados. Nada de sobras de edições passadas sem interior detalhado.

Por ter baixado o Beta, o jogador recebe uma versão de rali do Nissan GTR (se é que isso é possÁ­vel!), mas não pode comprar outros carros. Por outro lado, é possÁ­vel prestar aos testes de direção, que fazem parte do game desde o tÁ­tulo de estreia, em 1996. A cada exame bem sucedido, o jogador ganha créditos, pontos de experiência e quilometragem, que poderão ser aproveitados na versão definitiva. Essa quilometragem pode ser utilizada para trocar por acessórios que vão de adesivos a carros.

Conteúdos de “Gran Turismo Sport”

“GT Sport” ficou mais simples que seu antecessores, o que ajuda a manter a teoria de que o game é prólogo de um futuro “Gran Turismo 7”, mesmo que Polyphony Digital negue isso há pelo menos dois anos. Mas a verdade é que aquela profusão de campeonatos não aparece no jogo. O jogador precisa tirar licenças para as diferentes modalidades, mas não há mais aqueles campeonatinhos marotos por categoria, tipo de tração, nacionalidade e idade dos carros e nem mesmo os “abençoados” eventos sazonais que enchem as burras dos jogadores de grana e montar uma garagem de colecionador árabe.

A versão beta mostra todas as telas, todos os carros disponÁ­veis na edição padrão, mas restringe praticamente tudo. São apenas três pistas disponÁ­veis para corridas no modo arcade, sendo que uma é de terra. Nos testes de direção e nos desafios que ensinam sobre frenagem, tangência e demais lições de pilotagem é possÁ­vel experimentar alguns carros e também outros traçados, mas de maneira quase homeopática.

Depois de quase 20 anos de espera, a primeira coisa que fiz, quando a tela de menu se abriu, foi verificar as opções de modelos Porsche do game. Até então apenas o 911 GT3 RS tinha sido mostrado. No entanto, o game ainda conta com Cayman GT4 Clubsport, 911 RSR e 919 Hybrid. Mas para minha infelicidade, os carros ainda não podem ser adquiridos. Bom, as nem tudo está perdido, pois as provas disponÁ­veis permitem correr com modelos como BMW M4, Mercedes-AMG GT3, Alfa Romeo 4C e outros tantos.

No entanto, vale destacar que entre as pistas disponÁ­veis está o Autódromo José Carlos Pace (Interlagos). Como é difÁ­cil guiar naquela pista, me lembrou os games da série “F1”. E olha que como jornalista automotivo já guiei em Interlagos em duas ocasiões (só que em carros populares que faziam cada volta em cinco minutos. Extremamente brochante!)

Um lance bem legal e faz parte do esmero da produtora é a atenção com as informações sobre carros e marcas. O game oferece um vasto acervo de dados dos fabricantes, com uma linha do tempo em que se pode obter informações sobre fundação, histórico no esporte, dentre outros dados que ajudam a conhecer melhor as máquinas e as pessoas por trás delas.

Percepções

“Gran Turismo Sport“, ao que tudo indica é um daqueles jogos que espreme todo poder gráfico de um console. Tudo é pesado, carregar uma corrida demora muito, mesmo que seja apenas um teste de aceleração e frenagem. No PS4 Pro, a letargia promete ser bem menor, afinal o clock do processador é de 911 MHz, contra 800 MHz das versões padrão e Slim, além de oferecer mais que o dobro de desempenho de placa gráfica e 1 GB a mais RAM.

Verdade seja dita, o game foi projetado para rodar bonito no PS4 Pro. No primeiro contato com o aparelho há inúmeras definições gráficas para balancear brilho, contraste, HDR, assim como um aplicações para geração de imagens panorâmicas e outras firulas que obter imagens exclusivas das máquinas em ação.

No PS4 convencional a qualidade gráfica impressiona. O game é bonito, com grande nÁ­vel de detalhamento dos carros, por fora e também por dentro. A ambientação também é boa, mas não se mostra tão dinâmica quanto em “Forza Motorsport 7“.

Jogabilidade

Existem discussões filosóficas que defendem que a série “Gran Turismo” nunca fora um simulador de verdade, mas um hÁ­brido, que no jargão gamer é conhecido como SimCade. Um meio termo entre simulador e arcade. Pessoalmente sempre considerei “Gran Turismo” extremamente desafiador, apesar de permitir alguns absurdos de que desafiam a fÁ­sica. E não estou falando da ausência ou superficialidade de danos, mas de preparações grotescas de motores e velocidades finais que fazem com que Isaac Newton se remoa no túmulo.

Mesmo assim a condução ficou mais difÁ­cil, a direção está mais pesada e os freios se comportam como um automóvel real. Para quem gosta de jogar com todas as assistências desabilitadas, o game se mostra extremamente desafiador, seja no joystick ou com um volante. E por falar em volante, há ajustes para diversos modelos, da mesma forma que ocorre em GT6.

No entanto, jogadores que não têm familiaridade com games de corrida podem ter um bom desempenho com a ajuda do computador. O game permite oferece diversos recursos visuais para orientar nos momentos de frenagem e tangência, além de auxÁ­lio de freios e direção. É como se vocês tivesse Á  bordo do novo Audi A8.

Modo On-line

Uma das premissas de “Gran Turismo Sport” é colocar jogadores para competir. O game tem um modo on-line com provas que se abrem durante todo o dia. No entanto, não é chegar e começar a correr, muitas vezes é preciso esperar longos minutos até que uma nova sessão seja aberta. E isso é muito chato.
Conclusão

“Gran Turismo Sport” chega ao mercado num momento em que “Forza 7” e “Project CARS 2” já correm com seus pneus aquecidos. Algo que chama atenção é que a redução de carros e opções de competições solo tem relação direta com o tamanho do jogo. Do jeito que está, são 43 GB de download, muito deles gastos para oferecer uma experiência visual em 4K que seja capaz de fazer frente a concorrência, principalmente em relação a Forza 7, que no mês que vem poderá ser jogado no todo poderoso Xbox One X.

As mudanças na estrutura do jogo tiraram um pouco do brilho da série que tinha como grande barato a construção da carreira do jogador e de sua garagem. Poder modificar um Mazda Demio ou Honda Fit para ganhar desempenho é algo espetacular. Assim GT Sport surge com um jogo pronto, mas ao mesmo tempo incompleto. Por outro lado, faz jus ao plano de focar em e-Sports, com estruturação para competições em rede. “GT Sport” é um belo game, com jogabilidade desafiadora e gráficos irretocáveis e que vale a pena conferir.

Fonte: Esporte de Fato