Coluna: Eu não acredito no Papai Noel

Bem pessoal este ano vou fazer uma coluna um pouco diferente. Além de falar um pouco sobre a história das corridas, irei tratar também do momento atual das pistas do Brasil e do mundo. E para começar o ano tivemos duas péssimas notÁ­cias, o cancelamento do que seria a 30º edição do Rally Dakar e a notÁ­cia da demolição de Jacarepaguá.

O terror finalmente venceu o nosso esporte, infelizmente. Depois de Munique em 1972, quando terroristas invadiram o alojamento da delegação Israelense durante as OlimpÁ­adas, e aconteceu uma tragédia com diversos mortos, chegou Á  vez de calarem os motores. O fim do Dakar no continente africano abriu uma ferida que dificilmente será cicatrizada, pois segundo os dirigentes da ASO, empresa que promove a prova, o rali não volta mais ao continente africano.

Por mais que seja frustrante o cancelamento da prova, por falta de segurança e ameaças aos competidores, foi a decisão correta a ser tomada. O rali das Dunas, do desafio do deserto, acabou. E com isso mais uma vez a irracionalidade humana venceu. Que Deus nos perdoe.


E aqui na terra brasilis, recebemos a notÁ­cia, que para mim já era esperada, do fim do autódromo de Jacarepaguá. E o fim do automobilismo no estado do Rio de Janeiro. Afinal quem acredita que o governo irá cumprir o que prometeu, construir um novo autódromo, de padrão internacional, com certeza ainda coloca as meias na janela, esperando Papai Noel.


Mesmo com toda a seriedade da Confederação Brasileira de Automobilismo, na figura do presidente, o senhor Paulo Scaglione, infelizmente a politicagem e o jogo de interesses, que não faz parte da CBA, irão vencer a queda de braço, e Jacarepaguá, de tantas histórias, será demolido e no máximo, um kartódromo será construÁ­do, se for. Devo lembrar que por anos o Campeonato Carioca de Kart foi disputado na minha cidade, Juiz de Fora, em Minas Gerais, por falta de local no estado do Rio de Janeiro. Infelizmente o kartódromo daqui também foi vitima de politicagem e foi dado como garantia de um negócio da prefeitura, e demolido.


Estive em Jacarepaguá em duas fases de sua bela história. Em 1989, na última prova de Fórmula-1 no autódromo e em 2006, na Stock Car para a inauguração do “Frankenstein” que se tornou a pista, depois das obras do Panamericano. Agora para o sonho OlÁ­mpico, o que sobrou vai virar entulho. Só espero estar presente ao derradeiro suspiro de Jacarepaguá.


E uma perguntinha simples: Se existe terreno para se construir um novo autódromo, então porque não fizeram as instalações para os jogos lá? Quem me responder, e eu acreditar, ganha um doce. De banana.


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E para não dizer que não falei de história, morreu no dia 05 de janeiro o irmão do escocês Jackye Stewart. Jimmy Stewart tinha 76 anos, e foi piloto na década de cinqüenta. Disputou um GP na F-1 apenas, o da Inglaterra em 1953, com um Cooper-Bristol. Largou em 15º e rodou na 79º volta, quando era o 6º colocado . Depois de dois acidentes graves abandonou as corridas em 1955. Ele foi o grande incentivador do irmão, e quando Ken Tyrrell estava procurando um novo piloto para sua equipe de F-3, e observava Jackye, perguntou a Jimmy, se seu irmão mais novo estava levando a sério a carreira de piloto. A história depois todos conhecem.