12 Horas de Tarumã: Vitória da superação e da raça nas 12 Horas de Tarumã

Uma prova de tirar o fÁ´lego do inÁ­cio ao fim. A 12 Horas de Tarumã começou em um ritmo alucinante com a largada ao meio dia deste sábado (11). Até os últimos momentos a vitória não tinha dono já que o protótipo Tubarão era ameaçado pelo MCR 99. A equipe de Campo Bom pÁ´de comemorar a vitória depois de muito sacrifÁ­cio quando o Tubarão cruzou a linha de chegada a meia noite.

– A gente tinha ganhado só em 92 e para mim é a 12ª prova de 12 Horas e eu vinha sempre batendo na trave. Queremos só agradecer aos nossos patrocinadores e a equipe que foi perfeita – vibrou Tiel de Andrade.

O time foi formado por Tiel de Andrade, Bruno Justo e Eduardo Ventre que tiveram ao longo da corrida na liderança por alguns momentos, mas a consagração veio mesmo apenas na meia hora final.

– Não tenho palavras. Foi minha segunda 12 Horas e eu já ganhei, só posso dizer muito obrigado a toda famÁ­lia Andrade – disse Bruno Justo.

Completou o trio vencedor, Eduardo Ventre, que estava há quatro anos sem participar de provas longas e vibrou com o 1º lugar.

– A gente teve altos e baixos, mas deu tudo certo – afirmou.

A equipe MC Competições comemorou em dobro quando o Volvo C30 de Carlinhos de Andrade, Ricardo Landi e Fernando Justo cruzou em 1º lugar na categoria turismo. Foi uma dobradinha inesquecÁ­vel para Carlinhos.

– Vocês sempre acompanharam nossa equipe que se dedica muito. É uma equipe profissional, mas com coração porque todo mundo se doou e a gente recebeu um carinho grande dessa massa. Nunca vi tanta vibração no final de uma 12 Horas porque ela foi diferente – disse emocionado.

A segunda posição ficou com o experiente time do MCR 99 de Paulo Hoerlle, Alexandre Hoerlle e Matheus Castro. Depois de 12 horas de competição, a diferença para o vencedor foi de pouco mais de um minuto com o MCR cruzando a linha de chegada na mesma volta do vencedor.

– Numa prova como essa conseguir um pódio já é uma vitória porque é muito difÁ­cil tanto para o carro como para os pilotos. A performance foi excelente e se não fosse uma quebra do semi-eixo estarÁ­amos no lugar mais alto do pódio, mas está bom porque tudo correspondeu e nos deixa muito feliz – disse Paulo Hoerlle.

Logo na arrancada das 12 Horas de Tarumã o domÁ­nio foi do Lamborghini 8. Mas a supremacia durou apenas 40 voltas. Depois quem assumiu o comando da prova foi o MRX 46 do quinteto João Sant’anna, Vitor Genz, Carlos Kray, Christian Castro e Fernando Poeta. O veloz protótipo abandonou, no entanto, com um problema eletrÁ´nico. Apesar disso o MRX cravou a volta mais rápida da prova com o impressionante tempo de 1min 03s 241.

Nas primeiras 3 horas de prova, a liderança foi se alternando. Na 4ª e 5ª hora quem tomou a dianteira foi o protótipo 7, Spyder de Fernando Stédile, Edemar Stédile e Claudio Ricci. O carro, porém abandonou a corrida com problemas mecânicos. A partir daÁ­ o domÁ­nio foi do Tubarão 5 de Tiel de Andrade, Bruno Justo e Eduardo Ventre. Um problema na tração, porém, fez o time perder tempo numa das paradas de box deixando escapar a dianteira para o MRX 10.

O grande momento da corrida aconteceu com aproximadamente 11h e 30 minutos de prova. O MRX 10, favorito a vitória, ficou parado na Curva do Laço e imediatamente começou a festa da equipe do Tubarão, até então, segundo colocado.

– Vinha trazendo o carro na ponta dos dedos, mas quebrou a caixa de câmbio. Toda equipe trabalhou muito, mas acontecem essas coisas- lamentou João Cardoso Junior do MRX 10.

Antes da largada, houve momentos de emoção na reta de Tarumã. A carreteira de Aristides Bertuol, homenageado da noite, foi colocada ao lado do moderno protótipo que a equipe usa esse ano na prova. É a tradição que passa de pai para filho e para netos.

– São 52 anos de diferença e uma homenagem bonita para o pai que emocionou muito a famÁ­lia – disse o filho Paulo Bertuol.

As lembranças e a diferença dos tempos atuais encantam gerações.

– Era inacreditável o que eles faziam. Meu avÁ´ faz parte de um grupo de heróis do automobilismo. Eles andavam num carro com motor Corvette sem freios, sem câmbio, sem banco apropriado nem cinto e capacete. Tudo por amor ao esporte – afirmou o neto, Felipe Bertuol.

– O coração ficou apertado. A gente é muito bem recebido sempre que falamos no nome do meu avÁ´. Á‹ uma honra estar aqui hoje completou Aristides Bertuol neto.

O carro que a equipe usou nas 12 Horas de Tarumã recebeu novamente a cor azul para resgatar a tradição de Aristides Bertuol. Além disso, o número 4 usado nas provas também permanece.

Foi uma experiência nova para todo mundo. O equilÁ­brio foi muito grande com todos carros andando no mesmo ritmo. A diferença sempre era quantidade de combustÁ­vel – disse o piloto do Spyder 7, Fernando Stédile.

Enquanto alguns carros contaram com experientes pilotos, a prova serve também para revelar grandes jovens talentos como o piloto Juliano Moro, do MRX 10 que lutou até o fim apesar do abandono.

– A gente é muito amigo de todo pessoal. Ter a chance de correr com pessoas que conhecemos há muito tempo é muito legal. É uma festa para o automobilismo gaúcho – concluiu.

Resultado Final – Corrida – 12 Horas Tarumã 2010

1º) 5 – G.Andrade/B.Justo/E.Dieter (I, Tubarão), 527 voltas em 12:00:47.704 (média de 132,30 km/h)
2º) 99 – P.Hoerlle/M.Castro/A.Hoerlle/C.Castro (I , MCR), a 1:19.476
3º) 10 – Ventura/Almeida/Cardoso/Moro/Toledo (I , MRX), a 35 voltas
4º) 15 – J.Andrade/R.Landi/F.Justo (IV , Volvo C30), a 44 voltas
5º) 22 – R.Biansini/L.Halmenschager/H.Hoss (IV , Gol), a 69 voltas
6º) 54 – P.Avila/D.Bottaro/C.Belleza (IV , Corsa), a 78 voltas
7º) 77 – A.Lima/P.Pretto/H.Kohl (IV , Gol), a 94 voltas
8º) 4 – F.Bertuol/P.Bertuol/A.Bertuol/D.Marini (II 16 , MXR 4), a 101 voltas
9º) 50 – V.Costa/G.Tortelli/C.Vieira/R.Boessio (II 8 , Aldee), a 117 voltas
10º) 53 – R.Tardivo/M.Martins/F.Baretta (IV , Gol), a 147 voltas
11º) 177 – D.Martins/M.Bernardi (IV , Gol), a 148 voltas
12º) 51 – Telmo J/E.Postal/I.Eberle/T.Peretti (II 8 , Aldee RTT), a 224 voltas
13º) 89 – R.Stumpf/M.Stumpf/J.Frigeri (II 8 , ), a 227 voltas
14º) 7 – E.Stedile/C.Ricci/F.Stedile (II 16 , Spyder), a 242 voltas
15º) 31 – J.Fontes/P.Fontes/M.Ritter (IV , Fusca), a 252 voltas
16º) 33 – L.Crestani/F.Mello (I , Tornado), a 267 voltas
17º) 11 – A.Diehl/R.Trettin/I.Diehl (IV , Gol), a 311 voltas
18º) 78 – J.Bastos/C.Britto/E.Serdeira (III , Uno), a 317 voltas
19º) 3 – D.Dornelles/M.Dornelles (IV , Voyage), a 360 voltas
20º) 21 – L.Cardoso/J.Cardoso/J.Laenio Jr (IV , Gol), a 362 voltas
21º) 88 – J.Terres/R.Terres/N.Amaral (IV , Gol), a 444 voltas
22º) 46 – SantAnna/Genz/Kray/Poeta (I , MCR), a 457 voltas
23º) 8 – F.Poeta/C.Ricci (III , Lamborgini), a 485 voltas
24º) 56 – Rotta/Messa/Cardoso/Zen (II 8 , Aldee), a 487 voltas
25º) 18 – R.Kreuz/J.Kreuz/J.Batista/R.Kreuz (I , MCR), a 513 voltas

Melhor Volta: SantAnna/Genz/Kray/Poeta, 1:03.241 (171,68 km/h)