24 Horas de Le Mans: Cinco brasileiros estão no grid

“Tudo pode acontecer numa corrida com essa duração”, diz Xandinho Negrão.

Com favoritismo absoluto dos protótipos Peugeot 908 da classe LMP1, donos das três primeiras posições do grid, a 76ª edição da lendária 24 Horas de Le Mans terá Á­nÁ­cio neste sábado com a presença de cinco brasileiros. O paranaense Ricardo Zonta, um dos pilotos da casa francesa, é o melhor colocado na ordem de largada e partirá na segunda posição. Thomaz Erdos, carioca há vários anos radicado na Inglaterra, sairá em 25º no geral e 6º na LMP2 com o Lola MG. Na categoria GT1, Christian Fittipaldi será o 8º (40º no geral), logo Á  frente de Xandinho Negrão (42º), ambos pilotando o Aston Martin DBR9, enquanto Jaime Mello Jr. classificou-se em 49º no geral e 6º na GT2 com a Ferrari F430.

Atualmente disputando o FIA GT, onde ocupa a 5ª colocação na classificação do campeonato, Xandinho estréia na tradicional prova de longa duração com um objetivo bastante realista: receber a bandeirada quadriculada ao final da maratona de um dia inteiro de duração. “Vamos procurar levar o carro até o final e, depois, ver o que acontece. É impossÁ­vel arriscar um palpite numa corrida com estas caracterÁ­sticas, porque tudo pode acontecer”, observou o piloto paulista, que dividirá o comando do Aston Martin da Vitaphone Racing com os britânicos Peter Hardman e Nick Leventis.

A força dos esporte-protótipos pode ser medida pela diferença de tempos no qualifying. O Peugeot 908 do time liderado pelo austrÁ­aco Alexander Wurz estabeleceu a pole com o tempo de 3:18.513 e foi dezenove segundos mais veloz que o Corvette do dinamarquês Jan Magnussen, mais rápido das tomadas entre os GT1. “Eles passam de passagem pela gente na reta. Nosso carro chega a 300 km por hora de máxima, contra no mÁ­nimo 320 deles”, comparou.

Nem mesmo na classe a vida de Xandinho e seus parceiros será fácil. “Os carros da equipe oficial da Aston Martin são mais fortes que os nossos. Para nós, o terceiro lugar na categoria talvez seja o limite”, acrescentou. De acordo com o regulamento da prova, cada piloto não poderá fazer turno superior a quatro horas. No caso dos GT1, no entanto, a capacidade do tanque de combustÁ­vel deverá limitar o tempo de pista em 50 minutos. “O número de paradas nos boxes será enorme, e aÁ­ poderá estar um dos segredos. Vamos procurar diminuir ao máximo o perÁ­odo de permanência para reabastecimento e troca de pneus.”

Mais rápido do trio, Xandinho assistiu ao parceiro Peter Hardman – dono da equipe – pilotar o carro na sessão classificatória. “Usamos o motor de corrida, que é razoavelmente mais rápido, mas também achamos melhor poupá-lo para a prova e só permitir que o Leventis desse algumas voltas porque ele ainda não estava Á  vontade com o carro”, explicou.

Embora a estratégia da equipe ainda não tenha sido definida, Xandinho já sabe que deverá ficar a maior parte do tempo ao volante do Aston Martin DBR9. “Acredito que vá pilotar mais de 12 horas. Vamos tentar errar o mÁ­nimo possÁ­vel, porque os erros sempre ocorrerão numa corrida como esta. Fazendo tudo direitinho, podemos terminar bem.”