A prévia do São Paulo E-Prix 2023 da Fórmula E

O São Paulo E-Prix de 2023 será o terceiro novo circuito consecutivo que o Campeonato Mundial ABB FIA Formula E visita em sua nona temporada.

 

A corrida no Brasil acontece após as estreias consecutivas da Fórmula E na Cidade do Cabo e Hyderabad, e tem tudo para ser outra data de destaque na nona temporada do campeonato, que marca ainda o inÁ­cio da era GEN3.

 

O herói local e ex-campeão Lucas di Grassi (Mahindra Racing) é natural da cidade e terá a companhia do seu compatriota Sérgio Sette Câmara (NIO 333 Racing) e de outros 22 pilotos que se preparam para correr no circuito de 2,96 km e 11 curvas do Sambódromo, onde há um mês desfilavam os carros alegóricos e passistas do carnaval paulistano.

 

“Mal posso esperar para correr em São Paulo”, declarou o primeiro piloto da Fórmula E a chegar a 100 corridas e campeão da terceira temporada, Lucas di Grassi.

 

“Sou de São Paulo, nasci a poucos minutos (do circuito) e cresci lá. Vai ser incrÁ­vel correr com a presença da minha torcida. Tem sido um sonho desde a primeira corrida da Fórmula E. Estivemos perto algumas vezes e não foi possÁ­vel concretizar, mas depois de 10 anos de trabalho duro e persistência, finalmente está acontecendo na 9ª temporada, e no inÁ­cio da era GEN3. É muito emocionante para mim correr lá.”

 

“O circuito do Sambódromo deve ser incrÁ­vel e as milhares de pessoas que gostam de participar do carnaval e passar um tempo no Brasil poderão ficar para ver a corrida, o Zero Summit e o grande festival de música que acontecerá neste final de semana. Tenho certeza que os fãs brasileiros vão lotar as arquibancadas.”

 

Robin Frijns, da equipe ABT CUPRA, regressará Á  competição deste sábado no Brasil. Depois de estar afastado por lesão desde a primeira corrida da 9ª temporada no México, o holandês voltará ao volante com o objetivo de somar os primeiros pontos da equipe no campeonato.

 

Um balanço da temporada

 

O E-Prix inaugural da Cidade do Cabo ficou lotado de fãs na primeira viagem da Fórmula E Á  África subsaariana, tendo como pano de fundo a Table Mountain, algo sem precedentes no automobilismo de elite. O lugar foi palco de um dos E-Prix mais memoráveis ​​e, sem dúvida, o mais rápido da história da Fórmula E.

 

Os experientes Sébastien Buemi (Envision Racing), Sam Bird (Jaguar TCS Racing) e Edoardo Mortara (Maserati MSG Racing) foram surpreendidos pelo desafio que antecedeu a corrida, enquanto o estreante Sacha Fenestraz (Nissan Formula E Team) fez a volta mais rápida da história da categoria e conseguiu sua primeira pole position.

A corrida foi inesquecÁ­vel, já que dois ex-companheiros de equipe com três tÁ­tulos entre eles, António Félix da Costa (TAG Heuer Porsche Formua E Team) e Jean-Éric Vergne (DS PENSKE), lutaram até ao final pelo degrau mais alto do pódio Da Costa protagonizou uma corrida sensacional, saindo do 11º lugar no grid para conquistar sua primeira vitória para a equipe Porsche depois de realizar uma das ultrapassagens mais espetaculares já vistas na Fórmula E.

 

Com um quarto da temporada concluÁ­do antes da Cidade do Cabo, Pascal Wehrlein (TAG Heuer Porsche Formula E Team) liderava o Campeonato Mundial de Pilotos, e o fabricante de Stuttgart dominava o Campeonato por Equipes. A dupla vitória do alemão em Diriyah foi seguida por um pódio na abertura da temporada na Cidade do México.

 

Hyderabad foi um desafio para o fabricante de Stuttgart, já que um problema técnico colocou em risco o fim de semana do alemão. No entanto, a equipe conseguiu descobrir a causa do acidente e Wehrlein se recuperou na corrida para terminar na quarta posição.

 

Na Cidade do Cabo, Wehrlein saiu relativamente ileso mais uma vez, com uma saudável vantagem de 18 pontos intacta, depois de cometer um erro de frenagem na Curva 9 que deixou ele e Sébastien Buemi fora da corrida na primeira volta. “Foi claramente minha culpa”, disse Wehrlein. Por mais dominantes que ele e a Porsche tenham sido, isto é a Fórmula E, e Wehrlein teve sorte por aqueles que estavam próximos a ela na qualificação também tenham tropeçado, principalmente o vencedor na Cidade do México, Jake Dennisda Avalanche Andretti, com um motor Porsche, que só conseguiu garantir o 13º lugar.

 

A Porsche e Wehrlein continuam na liderança do campeonato, mas isso não é tudo. Sam Bird e Jean-Éric Vergne também lideraram com apenas algumas voltas a menos que o alemão e o segundo colocado, Dennis.

 

No entanto, a má sorte e o choque de Hyderabad entre os Jaguars prejudicaram a contagem de pontos da equipe, apesar de seu ritmo forte e progresso, Á  medida que a corrida pelo desenvolvimento continua em ritmo vertiginoso. Basta olhar para a Envision Racing, segunda classificada por equipes com o seu I-TYPE 6, para ter uma ideia do potencial da Jaguar. Não marcar pontos de forma consecutiva nunca é bom, mas ainda há muito campeonato pela frente e, com 11 corridas a realizar, incluindo a próxima rodada de São Paulo no próximo sábado, há tempo de sobra para ajustes.

 

Vergne parece ser o piloto em melhor forma neste momento, e Wehrlein estará de olho em seus espelhos retrovisores, já que o único bicampeão da Fórmula E fez uma ótima pilotagem defensiva para ficar em primeiro lugar em Hyderabad e em segundo na Cidade do Cabo. O francês tentará capitalizar o bom momento conquistando o terceiro pódio consecutivo em São Paulo.

 

Espetáculo garantido com o novo GEN3

 

Nas últimas oito corridas, o autor da pole position não conseguiu transformar o primeiro lugar no grid em vitória, o que demonstra que o novo GEN3 está gerando muitas oportunidades de ultrapassagem: da Costa largou da 11ª posição do grid na Cidade do Cabo e Wehrlein saiu em nono em Diriyah, por exemplo. Apenas em uma corrida anterior na história da Fórmula E alguém venceu tendo saÁ­do de trás: Di Grassi, quando largou da 15ª posição em 2017, no México. A Cidade do Cabo também acabou tendo o final de corrida mais apertado em 22 rodadas, com apenas 0,281 segundos de diferença entre o primeiro e o segundo colocados.

 

Brasil e São Paulo, lar de lendas do automobilismo

 

O lendário Ayrton Senna, tricampeão mundial de pilotos da Fórmula 1 e bicampeão em Interlagos; Emerson Fittipaldi – outro campeão da F1 da cidade e nada menos que bicampeão; e o carioca Nelson Piquet Sr., outro tricampeão, são uma mostra do legado histórico do automobilismo no paÁ­s.

 

O Brasil tem uma paixão inigualável pelo automobilismo, com gerações que cresceram vendo seus heróis e Á­dolos representarem o paÁ­s no cenário mundial.

 

“Quando eu era criança, assistia Fórmula 1”, disse o brasileiro Sérgio Sette Câmara, piloto da NIO 333 Racing. “A cultura é muito grande no Brasil, e isso acontece porque é algo transmitido dos avÁ´s para os pais, e dos pais para os filhos.”

 

“Lembro de assistir corridas com meu avÁ´, meu pai e meu tio, e todos eles foram muito influenciados por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet (sr) também. É claro que eles transmitiram isso para as crianças, e aprendemos a dar valor aos nossos Á­dolos .”

 

“O piloto que estava realmente no topo quando eu era criança era Felipe Massa, porque ele estava na Ferrari e ganhava corridas. Você olhava para ele e pensava: ‘Nossa, ele pilota o famoso carro vermelho e ganha corridas. Eu posso fazer isso, é possÁ­vel’. Acho que foi ele quem realmente me inspirou, junto com o Rubens (Barrichello), porque eles estavam ganhando corridas e no mais alto nÁ­vel do automobilismo quando eu era criança.”

 

“Eu estava lá em Interlagos na última curva de 2008, quando ele perdeu o tÁ­tulo da F1 para Lewis (Hamilton) no final. Demorou 10 minutos para toda a torcida entender o que havia acontecido.”

 

Na Fórmula E, há heróis brasileiros que foram pioneiros no automobilismo elétrico de primeira categoria, levando a tradição automobilÁ­stica do paÁ­s a um público novo e sempre apaixonado. O campeão da terceira temporada, Lucas di Grassi, é paulistano com muito orgulho. Nelson Piquet Jr. seguiu os passos do pai e conquistou um tÁ­tulo no auge do esporte, ao selar o campeonato inaugural da Fórmula E em 2014/15.

 

Massa também fez parte da categoria em sua passagem pela Venturi, assim como o sobrinho do grande Ayrton Senna, Bruno, e Felipe Nasr. Sette Câmara e Di Grassi serão os porta-estandartes neste fim de semana, com uma torcida ansiosa para vibrar por eles.

 

Os Treinos Livres 1 do E-Prix de São Paulo começam Á s 16:30h, horário de BrasÁ­lia (GMT -3h), na sexta-feira, 24 de março.

 

Os Treinos Livres 2 continuam Á s 07:30h hora local (10:30 GMT) no sábado, seguidos pela disputa da classificação a partir das 09:40h (12:40 GMT). A sexta rodada da nona temporada começará Á s 14:00h hora local (17:00 GMT).