Coluna: Clássicos e muita emoção, por Vitor Garcia

Em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, aconteceu em Interlagos entre os dias 25 e 28 de janeiro o evento cultural “Clássicos de Competição”.

Cultural porque a proposta é contar a história do esporte a motor através das competições automobilÁ­sticas e dos fantásticos carros expostos e observados por mais de 20 mil pessoas durante dos dias de evento.


 


São carros do inÁ­cio do século, como o Le Zebre (Peugeot) de 1909 que pertenceu Á  famÁ­lia de Santos Dumont. Outras jóias como carros de competição que pertenceram a Emerson e Wilson Fittipaldi, José Carlos Pace, a famosa BrasÁ­lia 17 pilotada por Ingo Hoffmann entre outras maravilhas para os amantes do automobilismo puderam ser vistas e fotografadas, uma verdadeira volta ao passado apaixonante das corridas.


 


Mas não só de exposição dos carros viveu esse evento, pois foi diversão para a famÁ­lia toda e todos os gostos: uma grande pista de autorama para as crianças (e alguns adultos também), sala de cinema exibindo os filmes Le Mans, 60 segundos, Herbie – Se meu Fusca falasse, Carros, Velozes e Furiosos e Loucuras de Verão.


 


Tarde de autógrafos com escritores conversando com o público sobre momentos históricos das competições também foram um ótimo atrativo, lançamento de álbum de figurinhas e linha de produtos de papelaria.


 


E ainda quem gostaria de ter uma chance de andar na mesma pista que os famosos pilotos de F1 teve seu desejo realizado com o Torneiro de Regularidade, onde até carros de rua comuns, sem preparação alguma puderam entrar na disputa de dar uma volta em exatos 3 minutos.


 


Para fechar com chave de ouro, palestras onde figuras histórias puderam conversar de perto com os fãs do automobilismo. E tive a oportunidade de estar presente em uma dessas palestras, com Wilson Fittipaldi Jr, Luciano Pires (Relações Públicas da Dana) e o escritor Jan Balder. Lá a história da Fittipaldi (conhecida também como Coopersucar), a primeira e única scuderia totalmente brasileira a competir na F1.


 


De uma forma muito divertida, a real história do time brasileiro foi recontada, e analisada. Para a grande maioria da população brasileira, o time foi um tremendo fiasco, praticamente uma piada.


 


Mas a história real não é bem essa: em oito anos de existência, a Fittipaldi somou mais pontos do que a Williams em seus 10 primeiros anos; chegou a terminar o campeonato Á  frente de carros como Renault, Arrows e Ferrari, isso sem contar outros times que fecharam as portas, como Penske, Lola, Surtees, BRM, Shadow, Hill, entre outras.


 


Ao contrário de outras nações, o Brasil deveria se orgulhar de estar entre os únicos 5 paÁ­ses que construÁ­ram um carro de Fórmula 1, e não sentir vergonha da sua conquista. Essa história que foi contada, com muita emoção nesse incrÁ­vel evento, que conseguiu mostrar que acima do piloto de competição, acima do Á­dolo Wilson Fittipaldi Jr, existe um ser humano comum, assim como todos nós que chora!


 


Wilsinho surpreendeu e emocionou a todos quando ao responder uma pergunta sobre a carreira do filho Christian, que segue a sina de pilotos do clã da famÁ­lia, caiu em lágrimas lembrando dos problemas enfrentados durante a prova de endurance americano (Grand-AM), que o tiraram da disputa por uma boa posição.


 


Enfim, para aqueles apaixonados por automobilismo como eu, foi uma festa incrÁ­vel, repleta de grandes surpresas e muita emoção. Que venha a edição de 2008, já estou contando os dias.