Coluna: Um acidente, um sonho… Um mito!

Durante o treino classificatório para o GP da Hungria de F1 realizado no dia 25 de julho o mundo fixou seus olhos no televisor e segurou a respiração por alguns segundos imaginando rever um dos piores filmes da categoria realizado em um GP em Ámola (Itália), 15 anos atrás.

O brasileiro Felipe Massa da Ferrari sofre o seu pior acidente na categoria: uma mola desprende da BrawnGP de Rubens Barrichello e atinge a parte esquerda frontal do capacete do ferrarista. Massa desmaia por alguns segundos, perde o controle do carro e bate contra a barreira de pneus, sem esboçar reação.

Pela televisão todos acompanham assustados a remoção do piloto até o hospital; as notÁ­cias que se seguem são um misto de alÁ­vio e apreensão: Felipe está vivo e em situação estável, porém é mantido em estado de coma. Bem, o que aconteceu em seguida todos puderam acompanhar: Felipe Massa saiu do coma, está se recuperando muito bem e terá sua volta ao automobilismo no inÁ­cio da temporada 2010.

E esse ano, o que podemos esperar? A Ferrari que já não andava muito bem perdeu seu melhor e mais aguerrido piloto. A solução mais lógica foi colocada em prática: recrutar um de seus dois pilotos de testes, o espanhol Marc Gené – piloto em atividade na Le Mans Series, ou o italiano Luca Badoer – eterno testador do time italiano e que não compete a mais de 10 anos, a última vez pela Minardi. Bem, a escolha caiu sobre o italiano, que em duas participações conseguiu largar no fundo do grid, além de não terminar uma prova melhor do que a 14ª colocação.

A diretoria da scuderia do cavalinho rampante ficou sem palavras para explicar a atuação de Badoer, e a imprensa não perdoou o piloto que mais andou nos carros vermelhos. A solução? Recrutar um piloto com carisma, e que tenha condições de andar bem. Mas no meio da temporada, quem poderia cair no colo, ou melhor, no cockpit do time?

E não é que acabou caindo mesmo! O italiano Giancarlo Fisichella, piloto da Force India marcou a pole position na Bélgica, chegou em segundo lugar atrás apenas de Kimi Raikkonen da Ferrari e seu time tem uma dÁ­vida de pagamento dos motores de 2008 com a Ferrari. Não poderia ser melhor, um italiano, dirigindo a Ferrari, no GP de Monza, que está em atividade, é carismático e andando muito bem!

O italiano é um dos pilotos mais experientes em atividade com 226 corridas, 3 vitórias e 19 pódios na categoria. Com 36 anos, chega para assumir o cockpit da Ferrari n° 3 pelas últimas cinco corridas da temporada e afirmou estar realizando um sonho de criança. Agora a criança está prestes a realizar seu sonho, a Ferrari além de um carro milionário e um dos mais famosos times de competição da F1, também é um mito.