Copa Petrobras de Marcas: Gustavo Martins vence corrida surpreendente e cinco pilotos lutam pelo tÁ­t

LÁ­deres do campeonato tiveram problemas com acidentes e quebras; vitória ficou com o piloto do Honda Civic, que retorna Á  liderança da competição

A primeira das duas baterias finais da temporada da Copa Petrobras de Marcas, disputada na manhã deste sábado (10) no autódromo de Interlagos, em São Paulo, foi recheada de emoções. De praticamente todos os oito postulantes ao tÁ­tulo disputando posição palmo a um final surpreendente, o resultado provoca uma reviravolta na classificação do campeonato rumo Á  corrida final, que acontece neste domingo (11) Á s 15h20.

A vitória ficou com Gustavo Martins, da Honda. O piloto gaúcho, que até então era o quarto colocado no campeonato, era o quinto na corrida até que sua sorte começou a mudar na sexta volta. Gabriel Casagrande liderava a prova, tendo largado da pole position, e era pressionado por NonÁ´ Figueiredo, que por sua vez também era perseguido por Thiago Marques, Vicente Orige e Gustavo Martins.

No sexto giro, Marques tentou por dentro sobre Figueiredo na curva da Junção. O Toyota Corolla tocou no Chevrolet Cruze. O carro de NonÁ´ rodou e foi acertado pelo Civic de Orige, colocando fim Á  prova do então vice-lÁ­der da competição. Figueiredo conseguiu continuar, caindo várias posições, e Marques acabou excluÁ­do da prova por atitude anti-desportiva.

“Os cinco primeiros ali tinham que ganhar a corrida, porque todos ali lutavam pelo tÁ­tulo. Do jeito que eu passei forçando dois carros da Honda, eu fui passar o NonÁ´ do mesmo jeito. Evidentemente, eu não queria complicar a corrida dele. Foi um toque tão sutil que eu ainda tentei voltar o carro dele para a corrida e eu devolveria a posição” explicou. “Mas isso fez com que o Orige acertasse o carro do NonÁ´ e ficasse fora da corrida. Quando isso acontece, o causador do toque acaba desclassificado. Realmente lamento por ter complicado a corrida deles, aceito a punição – os comissários agiram corretamente, porque o Orige acabou ficando fora da prova -, mas eu só tinha uma chance e eu não tinha outra possibilidade a não ser tentar ganhar a corrida”, resignou-se o piloto do Toyota Corolla #1.

Alheio a tudo isso, Casagrande liderava e passou a alimentar uma vantagem de quatro segundos sobre Martins, o novo segundo colocado. NonÁ´ caÁ­ra para o nono lugar – péssimo resultado para quem até então liderava a competição. Fora da luta pelo tÁ­tulo, Willian Starostik e Daniel Kaefer travavam um bom duelo pelo terceiro lugar. Mesmo assim, Starostik também pressionava Martins, mas acabou escapando da pista na freada da Junção na volta 11, perdendo o posto para Kaefer.

Na penúltima volta da prova Casagrande, que liderava com quatro segundos de vantagem sobre Gustavo Martins, perdeu velocidade na Subida do Café. Seu Renault Fluence parou na pista com problemas na homocinética a alguns metros de abrir a volta final da corrida. O abandono reduziu bastante as suas chances de conquistar o tÁ­tulo, e mais do que isso, de se isolar como o maior vencedor da história da Copa Petrobras de Marcas.

“Foi quebra de homocinética. Extremamente frustrante”, apontou. “Eu tinha a corrida na mão. No inÁ­cio a gente até teve que segurar um pouco o ritmo, porque o resultado que a gente teria naquela situação não era o que a gente precisava para ser campeão. E agora as chances são quase zero. A gente podia se isolar como o maior vencedor da categoria, mas não deu. Faz parte. Estava ganho. E não ganhamos. O carro estava perfeito, era só levar até o final, e aÁ­ teve essa quebra. É uma máquina, e estamos sujeitos a isso”, lamentou.

A vitória, assim, praticamente caiu nas mãos de Gustavo Martins, que estava no lugar certo e na hora certa, tendo sabido evitar as confusões durante toda a duração da prova. “A corrida foi bem complicada. Tentei manter meu ritmo e o pensamento positivo. E graças a Deus conseguimos vencer e reassumir a liderança que foi minha durante mais da metade do campeonato. Agora vamos brigar por este tÁ­tulo com unhas e dentes”, contou.

“A disputa estava bem dura entre o Casagrande, o NonÁ´ e o Thiago. Fiquei acompanhando e economizando um pouco os pneus porque algo poderia acontecer ali e eu teria chances de passar – jamais torcendo contra meus companheiros de pista, mas eu tive a sorte e fiz uma tática que deu certo. Amanhã eu tenho de ir para cima, tentar chegar o mais Á  frente possÁ­vel para levantar o troféu de campeão”, disse o piloto da JLM, que retoma a liderança do campeonato, agora com 217 pontos, seis Á  frente de NonÁ´ Figueiredo, que ainda lucrou com o abandono de Casagrande ao terminar na oitava posição, garantindo que largue do primeiro lugar na prova de domingo.

No entanto, o piloto e chefe da equipe Onze Motorsports não estava tão contente. “O Thiago cometeu um erro, me tirou da corrida, tirou o Orige e acabou tirando a si mesmo. Aconteceu com ele em Curvelo, e ele reclamou bastante – e com razão. Mas do que ele reclamou em Curvelo ele fez o mesmo aqui. Atrapalhou meu campeonato, o do Orige, talvez o de outros pilotos. Faz parte, espero que ele aprenda com isso e no futuro ele pense duas vezes. Hoje era uma corrida para se chegar o mais Á  frente possÁ­vel”, disse.

Para Figueiredo, Casagrande adotou uma tática de aproximar todos os adversário, como fez Lewis Hamilton na corrida final da temporada da Fórmula 1 em Abu Dhabi há duas semanas, diminuindo o ritmo e permitindo que outros pilotos atacassem seu adversário mais próximo pelo tÁ­tulo. “O Casagrande não era lento no miolo; ele estava tirando o pé para embolar. A telemetria pode provar isso. A tática dele estava funcionando, mas eu não faria isso. Para ser um campeão é necessário primeiro saber perder, e aÁ­ entender o que é vencer. O que ele fez contribuiu para o que aconteceu com o Thiago, comigo e com o Orige. Terminei em oitavo, largo em primeiro. Tenho que fazer a corrida da melhor forma que posso para tentar chegar o mais Á  frente possÁ­vel para aÁ­ ver o que acontece”, concluiu. Vicente Orige só somou dois pontos e agora é o terceiro com 199.

O grid da corrida decisiva de domingo, que dá 35 pontos ao vencedor – como foi hoje -, terá três dos cinco postulantes ao tÁ­tulo entre os oito primeiros. NonÁ´ larga em primeiro; Gustavo, em oitavo. Entre eles largam Guilherme Salas em quinto – o piloto da Greco-Renault ocupa a mesma posição na tabela com 184 pontos.

A decisão do tÁ­tulo da Copa Petrobras de Marcas 2016 acontece neste domingo (11) Á s 15h20 com transmissão ao vivo da Band.

Resultado Corrida 1*:
1-) 0 Gustavo Martins (JLM Racing/Honda Civic) – 15 voltas em 28min03s385 (média de 138,3 km/h)
2-) 31 Willian Starostik (C2 Team/Renault Fluence) – a 1s590
3-) 17 Daniel Kaefer (JLM Racing/Honda Civic) – a 2s450
4-) 21 Guilherme Salas (Greco/Renault Fluence) – a 5s545
5-) 57 Felipe Tozzo (Friato Racing/Team Ford Focus) – a 6s995
6-) 88 Thiago Klein (Paraguay Racing/Toyota Corolla) – a 7s114
7-) 28 Carlos Souza (JLM Sport/Honda Civic) – a 19s578
😎 11 NonÁ´ Figueiredo (Onze Motorsports/Chevrolet Cruze) – a 20s014
9-) 66 Enrico Bucci Friato (Racing Team/Ford Focus) – a 34s489
10-) 74 Odair dos Santos (Paraguay Racing/Toyota Corolla) – a 34s796
11-) 555 Ayman Darwich (RSports/Chevrolet Cruze) – a 38s933
12-) 9 A.Navarro/L.Romera (RSports/Chevrolet Cruze) – a 1 voltas
13-) 83 Gabriel Casagrande (C2 Team/Renault Fluence) – a 2 voltas
NÁƒO COMPLETARAM
14-) 12 Marcio Basso (Onze Motorsports/Chevrolet Cruze) – a 5 voltas
15-) 43 Vicente Orige (JLM Sport/Honda Civic) – a 8 voltas
16-) 33 P.Choate/L.Razia (RZ Motorsport/Toyota Corolla) – a 10 voltas
17-) 22 Fabio Carbone (Greco/Renault Fluence) – a 12 voltas
18-) 1 Thiago Marques RZ Motorsport/Toyota Corolla) – excluÁ­do
*Resultados sujeitos a verificações técnicas e desportivas

Classificação do Campeonato:
1 – Gustavo Martins, 217
2 – NonÁ´ Figueiredo, 211
3 – Vicente Orige, 199
4 – Gabriel Casagrande, 188
5 – Guilherme Salas, 184
6 – Thiago Marques, 174
7 – Carlos Souza, 166
8 – Daniel Kaefer, 159
9 – Willian Starostik, 127
10 – Felipe Tozzo, 114