F1: Ferrari confirma que deixará Fórmula 1 se teto ‘divisor’ for mantido

O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Max Mosley, pagou para ver ao dizer que a Fórmula 1 ‘sobreviveria’ sem a Ferrari, e a montadora italiana mostrou nesta terça-feira que não estava blefando. Em comunicado bombástico, a Scuderia anunciou que deixará a categoria após 59 anos caso o regulamento de 2010, que engloba um teto orçamentário de R$ 127 milhões, não seja alterado.

As crÁ­ticas da Ferrari contra a ideia bancada por Mosley nem tem tenta relação com a limitação dos gastos, mas sim com o fato de ela não ser obrigatória. Na prática, as equipes que respeitarem o teto ganharão vantagens técnicas sobre aquelas que o estourarem, podendo, por exemplo, testar durante a temporada e utilizar motores sem limite de giros e asas móveis. Tal medida, segundo os italianos, dividirão a categoria em duas, conforme eles disseram nesta terça-feira.

“Essas decisões preveem – pela primeira vez na história – um campeonato com um padrão duplo de regulamento, baseado sobre regras técnicas e parâmetros econÁ´micos arbitrários. Nosso conselho de administração acredita que, se esse será o quadro normativo do futuro da categoria, acabariam as razões que motivaram a presença da Ferrari no Mundial durante 60 edições”, anunciou o time, informando o resultado de uma reunião da alta cúpula realizada nesta terça-feira em Maranello.

Além da atual campeã de construtores, Red Bull, Toyota, BMW, McLaren e Williams já haviam mostrado insatisfação pública com a ‘divisão’ da modalidade, sendo que as três primeiras também haviam falado em encerrar suas atividades caso a regra de Mosley continuasse em pé.

Dando prosseguimento Á s suas explicações, a montadora presidida por Luca di Montezemolo argumentou que a FIA desprezou a história da Fórmula 1 ao impor o teto. “Nosso conselho expressou discordância quanto ao método usado para adotar decisões tão sensÁ­veis, recusando uma efetiva discussão com os times. Isto é, houve um desprezo Á s regras de governância que contribuÁ­ram para o desenvolvimento do esporte nos últimos 25 anos”.

Para encerrar, a escuderia que ainda ratificou ser a única a participar do Mundial ininterruptamente desde 1950 concluiu que a única chance de se manter no automobilismo é a mudança do regulamento.

“Normas iguais para todos, estabilidade de regras, continuidade do método e progressivo trabalho de diminuição de custos da parte da Fota (associação de equipes da F-1) são as prioridades para o futuro. Se esses pressupostos não forem respeitados e se o que foi decidido para 2010 não mudar, a Ferrari não pretende inscrever seus carros no próximo Campeonato do Mundo”, encerra o comunicado.

Fonte: Gazeta Esportiva.Net