O dia 26 de junho marcou o centenário da realização da primeira corrida de Grande Prêmio reconhecida oficialmente. Foi em 1906, quando um carro da marca Renault equipado com pneus Michelin chegou em primeiro lugar.
A manhã de 26 de junho de 1906 nasceu calma e quente na cidade francesa de Le Mans. A região de
O Grande Prêmio foi realizado em um circuito de
Com o número 3A, o terceiro a largar naquela manhã foi o Renault de Ferenc Szisz, um piloto de 32 anos. O húngaro havia iniciado sua carreira como mecânico de bordo (um assistente para a eventualidade de uma falha mecânica durante a corrida) de Louis Renault nas grandes disputas entre as capitais européias no inÁcio dos anos 1900. Realizadas em estradas abertas, estas competições foram proibidas em 1903 após as fatalidades na prova Paris-Madrid, o que incluiu a morte de Marcel Renault. O falecimento de seu irmão levou Louis Renault a abandonar as corridas. E quando a marca voltou Á competição, em 1905, Ferenc Szisz tornou-se o primeiro piloto da equipe.
O Renault AK-type foi construÁdo com uma fórmula de peso máximo de 1.000 quilos, com capacidade cúbica do motor sem restrições. Os Renault contavam com uma unidade de
Cerca de 180 mil pessoas assistiram ao evento, incluindo membros da alta sociedade, que vieram de Paris. Os carros largaram com intervalos de 90 segundos. Na terceira volta, o Renault de Ferenc Szisz havia tomado a liderança para jamais cedê-la a outro concorrente. O Renault registrou a velocidade máxima de
Depois da prova, os elogios para o vencedor eram abundantes e pomposos: “Szisz foi admirável, na imagem de seu carro, o excepcional Renaultâ€, escreveu o jornal Paris Illustrated. “Linhas fluidas, uma combinação perfeitamente equilibrada; sem parecer um monstro de corridas, (o carro) ofereceu uma poderosa impressão de potência e velocidade, repleto de novas invenções mecânicas.â€
Cem anos depois, o Renault R26 (com bem mais potência que os 105 cv de seu ancestral) lidera o Campeonato Mundial de 2006, em outra demonstração de equilÁbrio e harmonia mesclados com velocidade e consistência. Coincidentemente, no segundo lugar figura o orgulho da indústria automobilÁstica italiana – no começo do século passado, o Fiat de competição; agora, o Ferrari. As inovações técnicas da Michelin continuam colaborar para que os carros de competição da Renault conquistem a vantagem decisiva nos Grandes Prêmios. Pit stops rápidos são tão importantes agora quanto o eram em 1906. E as pessoas ainda vão aos circuitos para ver e serem vistas perto da Fórmula 1. À exceção da tecnologia, cem anos depois, pouca coisa mudou.