Cesário Fórmula e Amir Nasr Racing montam estruturas distintas para 2008.
s duas grandes rivais históricas do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 contam com estruturas e estratégias completamente distintas para a temporada 2008. A diferença começa pela quantidade de carros na competição: enquanto a atual campeã Cesário Fórmula soma quatro Dallara F301/Berta no grid, a Amir Nasr investe sua expertise apenas no bólido do goiano Rodolpho Santos (Neo QuÁmica/Wurth/Palu Suisse). “Só isso já representa uma diferença enorme na estrutura, com vantagens e desvantagens para os dois timesâ€, explica o piloto. “Em 2008, as duas maiores equipes da F-3 estão em extremos opostos, com o maior e o menor plantel no grid. No dia a dia, isso afeta a própria filosofia de trabalho e a forma como pretendemos disputar o tÁtuloâ€, continua o piloto da Neo QuÁmica/Wurth/Palu Suisse.
Além de precisar de mais técnicos para atender aos carros de Denis Navarro, Leonardo Cordeiro, Pedro Nunes e Vinicius Quadros (que deve estrear em Interlagos neste fim de semana), a Cesário também precisa gerenciar o acerto de cada um dos Dallara. “O acerto de um piloto pode não servir para outroâ€, diz Rodolpho Santos. “Até na Fórmula 1 há pilotos que dizem não conseguir dirigir o carro quando o ajuste pende mais para o lado do companheiro – isso é muito comum. O jeito de pilotar um carro é muito pessoal. Então, este é um grande desafio para a Cesário em 2008â€, explica o goiano.
Vantagem – De outro lado, segundo Rodolpho Santos a situação oferece também uma vantagem interessante ao time paulista: “Com tantos carros, você colhe muito mais dados que podem ser usados para acertar o F-3â€, explica o piloto da Neo QuÁmica/Wurth/Palu Suisse. “Por exemplo, em um treino cada um dos pilotos pode experimentar um tipo de acerto. Depois, para o próximo treino, a equipe elimina os ajustes menos eficientes e passa a trabalhar o que mostrou ser mais viável. Isso não apenas ajuda a reduzir a margem de erro, como também faz a equipe ganhar tempo, o que é fundamental, pois geralmente sempre temos pouco tempo para trabalhar o carro no fim de semanaâ€, detalha Rodolpho.
Na equipe Amir Nasr o raciocÁnio de trabalho é exatamente o oposto. “Só temos o meu carro como referência, então já vamos para a pista apostando em um tipo de acerto mais definitivo logo de cara, pois não podemos testar tantas variaçõesâ€, conta Rodolpho Santos. “Assim, não temos tanta margem para cometer erros. Mas nossa vantagem é que todos os engenheiros raciocinam para aperfeiçoar apenas um F-3, sem perder tempo com detalhes de outros carros. Nosso maior problema é que, se errarmos muito logo de inÁcio, teremos menos tempo e condições para retomar o trabalho e chegar ao ajuste fino ideal. Este é um grande risco. Mas no nosso caso ele não é tão presente, pois temos engenheiros bem experientes e a bagagem deles é decisiva todas as vezes que vamos para a pistaâ€.
No passado, a Cesário Fórmula e a Amir Nasr estiveram em lados opostos, mas seus esforços sempre resultaram na revelação de novos talentos para o automobilismo, casos de Cristiano da Matta e Ricardo Zonta (do lado da Cesário), e Hélio Castroneves e Vitor Meira (pela Amir Nasr). A próxima rodada dupla da Fórmula 3 Sul-Americana acontece nos dias 10 e 11 de maio, em Interlagos. A liderança é de Denis Navarro, da Cesário, com 20 pontos.