F3 Sulamericana: Para carros da F3 Sul-Americana, Tarumã é uma pista de rua

A afirmação parece grotesca tratando-se do traçado permanente mais rápido do Brasil, mas a verdade é que, para os carros da Fórmula 3, o tradicional circuito gaúcho ganhou ares de corrida na cidade desde o ano passado. E o motivo é simples: com os pneus mais duros, ganhar posições nessa pista tornou-se tão difÁ­cil quanto em um traçado não permanente.

Comparar o veloz traçado do Autódromo de Tarumã, no Rio Grande do Sul, a um travado circuito de rua pode parecer um erro cometido por quem tem pouca intimidade com o automobilismo. Mas, quando se trata de uma corrida de Fórmula 3 – como as que ocorrerão neste sábado e domingo (28 e 29/4) na pista gaúcha, válidas pela segunda rodada dupla da temporada -, a afirmação passa a fazer grande sentido.

Com um traçado repleto de curvas de alta velocidade e apenas dois pontos de ultrapassagem, este circuito naturalmente dificulta as trocas de posições. E, no caso especÁ­fico da Fórmula 3 Sul-Americana, esse tipo de manobra tornou-se praticamente impossÁ­veis desde o ano passado, com a adoção de pneus mais duros fornecidos pela Pirelli especialmente para pistas rápidas como esta.

“Os pneus usados em Tarumã têm muito menos aderência do que os adotados em outros circuitos, e por isso praticamente toda a estabilidade do carro depende da grande pressão aerodinâmica gerada pelos carros de Fórmula 3”, explica Felipe Tejada, engenheiro e chefe da equipe Razia Sports, estreante na temporada. “Toda essa eficiência aerodinâmica, no entanto, é perdida quando o piloto anda no vácuo e por isso as manobras de preparação para ultrapassagem são quase impossÁ­veis por aqui. Só se ganha posições em uma corrida de Fórmula 3 neste circuito em caso de erro do piloto que está na frente”, ressaltou o ex-piloto, que já está no autódromo acompanhando a montagem da estrutura da equipe para as provas do fim de semana.

O time paulista, criado no inÁ­cio deste ano pelo pai do atual campeão da categoria, Luiz Razia, vai para Tarumã com seus três pilotos e, em virtude das caracterÁ­sticas da pista, adotou a estratégia de buscar o melhor acerto para os treinos de classificação. “Largar na frente aqui em Tarumã será fundamental. Há dois pontos clássicos de ultrapassagem nessa pista, que são a Curva 1, no fim da reta dos boxes, e a Curva do Laço, depois da Curva 2. Mas, nestes dois trechos, a aerodinâmica do carro é muito exigida e qualquer variação causada pelo vácuo impede uma manobra de ultrapassagem. Calçado por um composto de borracha tão duro quanto este que usamos, o carro tem aderência mecânica muito pequena”, acrescentou Felipe Tejada.

A Razia Sports é a equipe estreante mais bem colocada na temporada de 2007, e conquistou seus primeiros pontos na rodada dupla de abertura da temporada com o carioca Ernesto Otero. Os dois outros pilotos do time são o paulista Nathan Silva e o gaúcho VinÁ­cius Quadro.