Fórmula-E: Di Grassi volta a uma de suas pistas preferidas

Lucas sempre obteve grandes resultados no Autódromo Hermanos RodrÁ­guez

Poucas vezes a vitória em uma corrida foi chamada de obra-prima. Para Lucas Di Grassi, esse foi o caso do e-Prix do México de 2017, quando o brasileiro enfrentou as condições mais adversas e conquistou uma vitória largamente improvável. No próximo sábado, ele estará de volta ao Autódromo Hermanos Rodriguez, na capital mexicana, em busca de um resultado para “colar” nos lÁ­deres do campeonato. Com 261 pontos ainda em jogo, a disputa pelo tÁ­tulo está totalmente aberta.

Um dos aspectos que animam o brasileiro e sua equipe, a Audi Sport Abt Schaefler, é o trabalho de desenvolvimento do modelo e-Tron FE05 que, na etapa anterior, no Chile, mostrou estar em franca evolução. Tanto que Di Grassi cravou a pole position com mais de meio segundo sobre os concorrentes, no que talvez tenha sido a mais espetacular volta em classificação da categoria até o momento.

“Neste sábado vamos competir em uma pista na qual eu me adapto muito bem e o que fizemos no Chile há algumas semanas mostra que nosso carro tem evoluÁ­do bastante. Então, na soma das duas coisas, a gente vai para a corrida com bastante otimismo. Mas tudo pode acontecer, especialmente na Fórmula E, que tem um grid forte e um nÁ­vel de competitividade muito alto”, resume Di Grassi. “Em 2018, nós conseguimos um ótimo acerto do carro. Tanto é que eu larguei em último, cumpri um time penalty por uma questão relacionada Á  equipe, e ainda assim cheguei em nono, fazendo também a melhor volta. Enfim, a pista do México é generosa comigo”, completa.

Um ano antes, em 2017, o Autódromo Hermanos RodrÁ­guez foi o palco de uma das maiores façanhas de Lucas. “Larguei em 15º e logo no inÁ­cio levei uma batida na traseira, que me obrigou a parar já na quinta volta para trocar a asa. CaÁ­ para último, muito atrás de todo mundo. Imediatamente tivemos que desenhar uma estratégia de corrida para aquela situação, mas até ela foi anulada por muitos fatores, como a entrada de três safety cars, que mudaram totalmente a lógica da prova. Era o pior cenário possÁ­vel. Mas mesmo assim eu venci e me coloquei na briga pelo tÁ­tulo – que conquistei no final da temporada. Essa corrida é vista até hoje como o momento que nos deu fÁ´lego para brigar pelo campeonato até o final. E deu certo: chegamos ao México com 29 pontos de desvantagem e saÁ­mos apenas cinco trás do lÁ­der”, resume o brasileiro.

No momento a liderança do campeonato está com o inglês Sam Bird (Envision Virgin Racing), com 43 pontos. O segundo lugar é do belga Jerome D’Ambrosio (Mahindra Racing, 41), seguido por três pilotos que somam 28 pontos: Félix da Costa (BMW Andretti, Portugal), Robin Frinjs (Envision Virgin Racing, Holanda) e o atual campeão Jean-Eric Vergne (DS Techeetah, França). Lucas tem nove pontos e ocupa o 12º lugar.

O Autódromo Hermanos RodrÁ­guez tem 2,093 km de extensão e receberá a Fórmula E pela quarta vez. Trata-se da única pista permanente (autódromo) do calendário. O traçado agrada bastante aos pilotos por suas caracterÁ­sticas técnicas, mas o detalhe mais lembrado por todos é o segmento da pista conhecido como “estádio”, um trecho cercado por grandes arquibancadas, onde o público costuma manifestar sua emoção em vários momentos da corrida. “O público mexicano é muito receptivo e animado. E acho que o trecho do estádio é o único lugar do calendário onde você pode claramente ouvir a torcida. E isso mexe com você, por mais concentrado que esteja, não tem jeito”, conta Di Grassi.

A corrida será transmitida pelo canal por assinatura Fox Sports e terá inÁ­cio Á s 20h (de BrasÁ­lia). A história completa da espetacular vitória de 2017 está no site oficial da categoria no link Lucas Di Grassi produces a masterpiece in Mexico (https://www.fiaformulae.com/en/news/2017/april/di-grassi-produces-masterpiece-in-mexico/).