Fórmula E: Senna crÁª em evolução, mas prevÁª disputa intensa

Brasileiro tem novo parceiro e reforço na estrutura técnica na abertura da temporada na China

Confiante na nova estrutura da Mahindra Racing, mas consciente de que a disputa ao longo do campeonato deverá ser ainda mais intensa do que na temporada inaugural. Foi com esse espÁ­rito que Bruno Senna desembarcou nesta quarta-feira na China, onde o segundo campeonato da Fórmula E será aberto sábado com o E-Prix de Pequim. A capital do paÁ­s mais populoso do mundo voltará a abrigar a primeira etapa do calendário no circuito de rua montado nas imediações do Ninho do Pássaro, uma das arenas dos Jogos OlÁ­mpicos de 2008.

Bruno enfrentou um duro batismo e terminou em 10º lugar no ano de estreia da categoria de carros elétricos da FIA. Depois de um inÁ­cio animador, foi vendo os rivais ganharem terreno graças ao melhor desenvolvimento de um carro marcado pelas inúmeras novidades tecnológicas. Como consequência, a Mahindra Racing trocou a retaguarda técnica da Carlin pela Campos, que levou Nelsinho Piquet Á  conquista do tÁ­tulo. “Trabalhamos muito desde o fim do campeonato. Espero que agora estejamos bem mais competitivos. A Campos tem experiência de campeã e uma filosofia diferente, inovadora”, comentou.

A Mahindra Racing foi um dos destaques dos ensaios de pré-temporada. Mas Bruno lembra que várias equipes enfrentaram dificuldades com o trem de força dos carros – algumas partiram para um conceito totalmente novo. “Nossa vantagem talvez seja a de usar uma evolução do projeto anterior, mas as equipes que tiveram problemas com a confiabilidade certamente vão resolvê-los rapidamente. E, não tenho dúvida, as corridas ficarão cada vez mais duras.” Bruno imagina que o aumento de potência de 150 para 170 kw em condição de prova – uma das mudanças no regulamento – será uma das questões-chave, especialmente nas primeiras etapas. “O risco de superaquecimento das baterias será grande”, alertou. “Também vejo algumas combinações de motor-caixa de câmbio com potencial de problemas”, acrescentou. O carro da Mahindra seguirá com câmbio de quatro marchas.

Cauteloso, Bruno evita fazer previsões a respeito das chances da Mahindra. “A esta altura, quando ainda sequer fizemos a primeira corrida, é impossÁ­vel apontar favoritos. Mas tomara que estejamos entre eles. Neste fim de semana já teremos uma ideia inicial. No ano passado, todos chegaram aqui em meio a um monte de incertezas e o resultado foi o superaquecimento de vários carros. Com o aprendizado dos traçados e das estratégias, a tendência é de uma prova ainda mais competitiva e acirrada que no ano passado. E isso deve se estender por todo o campeonato.”

A Mahindra trocou o indiano Karun Chandhok por Nick Heidfeld. Bruno já havia trabalhado na Fórmula 1 com o alemão, a quem substituiu na Lotus na segunda metade de 2011. A volta da parceria, imagina, parece promissora. “Nick é um piloto técnico, com muito conhecimento, que está sempre procurando formas diferentes para o acerto do carro e explorando os limites do desenvolvimento. Com o regulamento mais aberto que temos agora, espero que nosso trabalho em conjunto possa nos dar uma vantagem sobre as outras equipes.”

Como parte integrante da proposta da categoria de causar o mÁ­nimo possÁ­vel de inconveniente Á s cidades visitadas, a programação será desdobrada quase exclusivamente no sábado – a sexta-feira reserva apenas um shakedown e um treino coletivo com 30 minutos de duração cada. Serão dois ensaios livres, respectivamente com 45 e 30 minutos, mais a sessão classificatória com quatro grupos de cinco carros e seis minutos por piloto. Será apenas uma volta voadora com a potência máxima de 200 kw. Os cinco mais velozes voltarão em seguida para decidir na Super Pole quem sairá na frente. A corrida, com largada marcada para as 6 horas (BrasÁ­lia), terá 26 voltas e será exibida ao vivo pela Fox Sports.