GP2 Series: Bruno Senna inicia arrancada final rumo Á  Fórmula 1

Brasileiro é uma das atrações da abertura da Fórmula GP2 no Bahrein.


Com projeto de duas temporadas e descontar o tempo perdido pelo inÁ­cio tardio no automobilismo, Bruno Senna estréia na Fórmula GP2 neste final de semana no Bahrein. Os treinos livres e classificatórios da sexta-feira abrem a rodada dupla no circuito de Sakhir, uma das 11 pistas do calendário onde o piloto de 23 anos já tem alguma experiência. Em 2006, convidado pelos organizadores, Bruno participou de uma das preliminares da Fórmula 1 – a VIP Celebrity Race – ao volante de um Holden V8.

“Estou pronto para o desafio. Os testes de inverno foram promissores, mas é claro que ainda tenho muito a aprender tanto em relação ao carro como Á s próprias caracterÁ­sticas da GP2. Além de jamais ter feito uma prova com pit stop para troca de pneus, nunca corri numa categoria onde a questão estratégica é fundamental. Na Fórmula BMW e na Fórmula 3, as corridas são bem mais curtas e o importante é acelerar da largada até Á  bandeirada”, avalia Bruno, vencedor de cinco etapas e terceiro colocado na Fórmula 3 inglesa no ano passado.

Bruno começa amanhã a sentir aquela que deve ser a principal dificuldade ao longo da temporada. A exemplo dos demais 25 pilotos, metade deles já com vivência de ao menos um ano na GP2, terá apenas 30 minutos de ensaios para acertar o Dallara-Renault Mecachrome de 600 cavalos para a tomada classificatória com igual duração que determinará o grid da corrida do sábado. “Este será um problema e tanto. Já sei para que lado viram as curvas, mas não é a mesma coisa. Meia hora para me acertar com o traçado e com as regulagens do carro é muito pouco”, lembra.

Embora ainda continue chamando a atenção pelo sobrenome, Bruno acredita que a lembrança do parentesco com uma das maiores lendas da história da Fórmula 1 já dá sinais de retração. “Era algo mais forte no inÁ­cio. Na medida em que começo a construir minha personalidade de piloto, essa referência vai ficando de lado. Daqui para frente, cada vez mais meu futuro dependerá do meu trabalho e dos meus resultados. Ninguém vai me dar uma chance na Fórmula 1, que é o objetivo da minha carreira, se eu não fizer por merecê-la.”

Apesar da meta de permanecer dois anos na Fórmula GP2, Bruno reconhece que a passagem pela categoria de acesso poderá ser abreviada. “Vai depender muito do que eu conquistar. Na minha cabeça, terminar o campeonato entre os seis, oito ou até mesmo os 10 primeiros já será muito bom. Não tenho pressa, porque quero chegar Á  Fórmula 1 bem-preparado e cada corrida a mais será um enorme aprendizado. Mas nunca se sabe”, ressalva.

Bruno tem como companheiro o sul-africano Adrian Zaugg, estreante que chega com a bagagem da Fórmula A1 GP. A Arden é reconhecida como uma das melhores equipes da GP2, embora a organização de propriedade do inglês Christian Horner venha de uma campanha apenas mediana em 2006. “Ainda estou me entendendo com o pessoal e com o acerto básico do carro, que prioriza as curvas de baixa. Mas não é nada que não se resolva com uma boa conversa.”

Além de Bruno, outros quatro brasileiros – Xandinho Negrão (Minardi Piquet Sports), Lucas di Grassi (ART Grand Prix), Antonio Pizzonia (FMS) e Sérgio Jimenez (Racing Engineering) – fazem do paÁ­s o maior em número de representantes. “São ótimos pilotos em equipes boas. A iSport, que dominou a pré-temporada, também vem com força”, acrescenta. Os pilotos Timo Glock e Andreas Zuber, que se alternaram no alto da folha de tempos na pré-temporada, levam ligeiro favoritismo, ao menos na parte inicial do campeonato.