GP2 Series: Um 2006 de transição e boas perspectivas para 2007, para Antonio Pizzonia

Vitória no último grande evento do automobilismo mundial de 2006 motivou o brasileiro para boa temporada na GP2.

A temporada 2006 marcou a carreira de Antonio Pizzonia como um divisor de águas em sua jornada no automobilismo. Após pilotar as etapas finais da Fórmula 1 em 2005 pela equipe Williams, o amazonense começou o ano passado sendo visado por outras categorias de destaque, fazendo boas apresentações na Fórmula Mundial (ChampCar), liderando testes coletivos da Fórmula GP2, e ainda fechando esta fase com chave de ouro, vencendo a segunda e última bateria do Desafio das Estrelas no Kart, evento internacional que encerrou as atividades deste ano para os grandes nomes do automobilismo. “Foi um ano de experiências novas e válidas, onde ao mesmo tempo em que pude mostrar o meu valor, avaliei bem as minhas opções para o futuro, que culminou com a minha decisão de voltar a atuar na Europa. Meu foco é trilhar o caminho de volta para a Fórmula 1”, anunciou Antonio. Agora, Pizzonia já pensa em seu passo seguinte, que será a disputa de uma boa temporada na GP2 em 2007 pela equipe Fisichella Motor Sport, o que poderá impulsioná-lo de volta Á  categoria máxima.

Em um retrospecto positivo de 2006, o manauara logo no inÁ­cio foi convidado a abrir a temporada da ChampCar em Long Beach, nos Estados Unidos, pela modesta equipe Rocketsports Racing. Mesmo com outros pilotos pagando para substituÁ­-lo no time em ocasiões seguintes, foi inevitável o retorno do piloto de 26 anos de idade. Ele ainda pilotou em outras três etapas, em Montreal no Canadá, em Surfers Paradise na Austrália, e na etapa de encerramento no Autódromo Hermanos Rodriguez, no México, após impressionar a recente patrocinadora que havia firmado parceria com a Rocketsports. Em um total de quatro provas, em diferentes paÁ­ses e circuitos onde jamais havia pilotado (com exceção de Montreal), Pizzonia chegou a liderar corridas e recebeu excelentes propostas para pilotar pela categoria em 2007. “Meu trabalho foi super reconhecido na Champ Car e na Rocketsports, apesar das dificuldades do time. Mesmo com boas propostas e a perspectiva de crescimento da categoria neste ano, com a introdução do novo chassi, a correlação de forças entre as equipes só vai estar mais clara depois de algumas provas e por isso decidi tentar vitórias mais imediatas em outra categoria. De qualquer maneira, por onde passei, deixei portas abertas”, analisou Pizzonia.

Já em outubro, quando se iniciaram os testes de inverno da Fórmula GP2, Pizzonia esteve do inÁ­cio ao fim pela equipe Fisichella Motor Sport, e foi um dos maiores destaques naquele perÁ­odo. Ele fez o melhor tempo em um dos dias em Paul Ricard, na França, e saiu com o melhor tempo entre todos em Jerez de la Frontera, na Espanha, com o tempo recorde para os Dallara-Renault naquela pista. No fim das práticas, conseguiu a terceira melhor marca em Valência, também na Espanha, em que os três primeiros ficaram separados por apenas quatro centésimos de segundo de diferença, considerado um empate técnico. “Eu me dei muito bem com a Fisichella e com o carro, e creio que posso vencer na categoria. É com este objetivo que vou voltar para a Europa”, comentou Pizzonia. Com o total entrosamento e confiança entre o piloto brasileiro e a equipe italiana, além dos belos desempenhos nos testes, foi uma questão de tempo para ser anunciada oficialmente esta parceria para 2007.

Este retorno a uma categoria de entrada para a Fórmula 1 é vista por muitos como uma atitude corajosa e demonstração de vontade em voltar para o topo do automobilismo. Outros pilotos, como o alemão Timo Glock, e os italianos Giorgio Pantano e Gianmaria Bruni, já passaram por esta situação, todos ratificando seus potenciais e vencendo provas. Antonio, que assinou com a equipe do piloto italiano da Renault F-1 Giancarlo Fisichella, quer mais do que vitórias.

Para encerrar este perÁ­odo de mudanças e reafirmação, nada como uma vitória, que não acontecia em uma corrida de grande visibilidade desde 2001. E esta quebra do jejum veio justamente na última oportunidade de 2006, durante o Desafio das Estrelas, a prova de Kart organizada por Felipe Massa e que contou com os maiores nomes do automobilismo nacional e grandes estrelas estrangeiras. A segunda e última bateria teve o triunfo do amazonense, que deixou todos os adversários para trás, inclusive atuais e ex-pilotos de Fórmula 1, neste que pode ser o prenúncio de uma espetacular virada em sua carreira. “Geralmente dizem que vencer a última corrida da temporada é fechar o ano com chave de ouro, pois tudo mundo vai lembrá-la até o inÁ­cio de outra participação. No entanto, do meu ponto de vista, a minha temporada começou com os testes de inverno da GP2. Então, estou sentindo que abri com chave de ouro o inÁ­cio de uma nova era, a reviravolta em uma nova carreira de sucesso para mim”, encerra Pizzonia muito otimista.