Histórias: Equipe BRM

A British Racing Motors foi fundada em 1947 por Raymond Mays. Os primeiros modelos não conseguiram bons resultados em corridas fora da Fórmula 1, adiando a entrada da equipe em GPs oficiais, o que só foi acontecer em 1951, quando dois carros foram inscritos para a disputa do GP da Inglaterra, com os pilotos Reg Parnell e Peter Walker. O modelo P15 usava um motor V16. Ambos não marcaram tempo de classificação e largaram na última fila. No final, Parnell conseguiu um bom quinto lugar. Disputariam, ainda, o GP da Itália daquele ano, sem sucesso.
Estas foram as duas únicas corridas oficiais de Fórmula 1 até 1956, apesar dos novos modelos conduzidos por pilotos como Juan Manuel Fangio e Stirling Moss disputarem vários GPs em fórmulas menores. Neste perÁ­odo, a direção do time passou para o Sir Alfred Owen. No GP de MÁ´naco de 1956, as BRM reapareceram em um GP oficial, com os ingleses Tony Brooks e Mike Hawthorn, porém não se classificaram para a largada, o que foram conseguir no GP da Inglaterra, com três carros (Broooks, Hawthorn e Flockhart). Hawthorn chegou a alinhar na primeira fila, em 3º, mas nenhum carro completou a prova.

Em 1957, a equipe apareceu em três GPs – MÁ´naco, França e Inglaterra – com cinco pilotos diferentes, sem conseguir nenhum bom resultado. Para 1958, a equipe colocou seus carros regularmente nas pistas conseguindo bons resultados. No GP da Holanda o americano Harry Schell termina em segundo seguido de seu parceiro, o francês Jean Behra. No final do ano a equipe termina em quarto no recém-criado campeonato de construtores com 18 pontos.

A primeira vitória viria em 1959. O sueco Joakim Bonnier surpreende a todos conquistando a pole para o GP da Holanda e, depois de um duelo emocionante com o Cooper de Jack Brabham, vence a corrida. Nos construtores termina em terceiro com 19 pontos. 1960 e 1961 foram anos de fracos resultados. Apenas quinze pontos marcados (8 em 1960 e 7 em 1961) e dois terceiros, Graham Hill na Holanda’60 e Tony Brooks nos EUA’61, como melhores resultados.

Sir Alfred Owen começa 1962 disposto a fechar o time se a temporada fosse ruim, mas o novo modelo, P57 com um motor V8, surpreende logo na abertura do campeonato, com a vitória de Graham Hill. O carro se mostra muito bem construÁ­do e, para surpresa geral ,Graham Hill bate a Lotus de Jim Clark e conquista o campeonato com mais três vitórias (Alemanha, Itália e África do Sul). Nos construtores, é campeã com 42(56) pontos. A mesma dupla de pilotos, Graham Hill e o americano Richie Ginther, continua para 1963. Hill vence duas provas: MÁ´naco (a primeira de suas cinco vitórias no principado) e EUA. Mas Jim Clark domina completamente a temporada, com sete vitórias em dez GPs. Graham Hill marca 29 pontos e é vice-campeão, empatado com Ginther. Nos construtores, a equipe faz 36 (50) pontos sendo vice-campeã. Neste ano a equipe passou a fornecer motores para outros times, com a BRP.

Hill disputou o tÁ­tulo de 1964 até a última corrida, venceu duas durante o ano (MÁ´naco e EUA), mas terminou com o vice-campeonato. apesar de ter marcado 1 ponto a mais do que John Surtees, da Ferrari, 41 a 40, devido o regulamento, teve que descartar os dois pontos conquistados com o quinto lugar na Bélgica. Nos construtores é vice, com 42 (51) pontos. Graham Hill é novamente vice em 1965, vencendo duas provas, curiosamente as mesmas de 1963 e 1964, MÁ´naco e EUA. Jackye Stewart substitui Ginther, vencendo na Itália. Nos construtores faz 45 (61) pontos terminando em 2º.

1966 é o ano do novo regulamento, de motores 3 litros. A BRM aposta no projeto H16, fornecendo motores para a Lotus. Com o motor V8, Stewart vence o primeiro GP do ano, em MÁ´naco, a única da temporada. No final, soma apenas 22 pontos nos construtores, terminando em quarto. Com o motor BRM H16, Jim Clark, da Lotus, venceu o GP dos EUA. Graham Hill deixa a equipe, indo para a Lotus. Mike Spence é contratado para fazer dupla com Stewart, mas o motor H16 é um fracasso, Stewart consegue apenas um segundo e um terceiro lugares no ano. Nos construtores termina em sexto, com 17 pontos.

O motor H16 é trocado pelo V12 em 1968 e, com o mexicano Pedro Rodriguez e o inglês Richard Attwood, consegue dois segundos e dois terceiros. Nos construtores termina em quinto com 28 pontos. Com os ingleses John Surtees e Jackye Oliver, marca apenas sete pontos em 1969, terminando em sexto, entre os construtores.

Depois de quatro anos a equipe volta a vencer com Pedro Rodriguez, na Bélgica, marcando 23 pontos nos campeonato dos construtores, terminando em sexto. Neste ano, 1970, Sir Alfred Owen passa o controle da equipe para sua irmã Jean.

Apesar das duas vitórias, com Siffert, na Áustria e Gethin, na Itália, 1971 é um ano trágico para a equipe. Com as mortes de Pedro Rodriguez numa corrida de protótipos e Joseph Siffert em Brands Hatch, numa corrida em homenagem ao campeão da temporada. Nos construtores é vice-campeã, com 36 pontos.

O antológico GP de MÁ´naco de 1972, disputado sobre um temporal, marcou a última vitória da equipe, com o francês Jean-Pierre Beltoise. Nos construtores marcou 14 pontos, terminando em sexto no campeonato. Mesmo com três carros, para Beltoise, Regazzoni e Lauda, o melhor resultado de 1973 foi a pole de Regazzoni na Argentina. Nos construtores foram apenas 12 pontos e o sexto lugar entre os construtores.

O segundo lugar de Beltoise na África do Sul, em 1974, foi o último bom resultado da equipe, que marcou seus últimos dez pontos na Fórmula 1, sendo sétimo no mundial. Com a morte de Alfred Owen, neste ano, a equipe entrou em liquidação. Louis Stanley, casado com a irmã de Sir Alfred Owen, Jean, assumiu a equipe, porém os resultados foram péssimos nas temporadas de 1975 (com Mike Wilds e Bob Evans), 1976 (Ian Ashley) e 1977 (Larry Perkins, Conny Andersson, Guy Edwards e Teddy Pilette), com nenhum ponto marcado. A última corrida disputada pela BRM foi o GP da África do Sul de 1977, com Larry Perkins largando em 22º e terminando em 15º, a última aparição da equipe foi no GP da Itália do mesmo ano, quando o belga Teddy Pilette não conseguiu se classificar para o GP.

A BRM disputou 197 GPs, com 17 vitórias, 11 poles, 14 melhores voltas e 439 pontos marcados vencendo os campeonatos de pilotos e construtores em 1962.