Histórias: Equipe Ligier

Guy Ligier disputou a Fórmula 1 entre 1966, com Cooper e 1967, com Brabham, fazendo 12 corridas e terminando em sexto lugar na Alemanha, 1967. Depois da morte de seu amigo JÁ´ Schelesser,no GP da França de 1968 , ele se retirou das pistas e anunciou a construção de carros Esporte, conseguindo bons resultados como o segundo lugar nas 24 horas de Le Mans de 1975.
Na primeira corrida de 1976, GP do Brasil, ia a pista o primeiro Ligier Fórmula 1, denominado JS 05, o JS era uma homenagem a Jo Schelesser, equipado com motor Matra e patrocinado por uma estatal francesa e pilotado pelo francês Jacques Laffite, que alinhou em 11º abandonando com apenas 14 voltas, no final da temporada a equipe tinha marcado 20 pontos, com uma pole na Itália e um segundo lugar na Áustria e dois terceiros, Bélgica e Itália.

A primeira vitória veio no GP da Suécia de 1977, com Jacques Laffite, pela primeira vez um francês vencia uma corrida de Fórmula 1 usando um carro francês equipado com motor francês, a equipe marca 18 pontos no mundial. No final da temporada de 1978, em que marcou 19 pontos, Guy Ligier decide colocar um segundo carro para 1979 e contrata Patrick Depailler, trocando os motores Matra pelos Ford, o novo modelo, JS 11, começa o ano vencendo três das cinco primeiras etapas, Argentina e Brasil, com Laffite e Espanha, com Depailler, que sofre um acidente de asa-delta depois do GP de MÁ´naco, sendo substituÁ­do pelo belga Jacky Ickx, as outras equipe porém evoluem durante a temporada e a equipe não vence mais, terminando em terceiro no mundial com 61 pontos.

Didier Pironi é contratado para 1980 e a equipe consegue o vice-campeonato de construtores com 66 pontos e duas vitórias, Pironi na Bélgica e Laffite na Alemanha. Pironi vai para a Ferrari em 1981, e a Talbot compra uma parte da equipe com a intenção de usar os novos motores BMW, com o fracasso dos planos, a equipe teve que voltar aos velhos Matra V12. Jacque Laffite segue como primeiro piloto, mais o segundo carro é ocupado por três pilotos durante o ano, primeiro Jean-Pierre Jarier, duas corridas, depois Jean-Pierre Jabouille,três corridas e por fim Patrick Tambay, oito corridas, Laffite vence duas vezes, Áustria e Canadá, e disputa o tÁ­tulo até o último GP terminando a temporada pelo terceiro ano consecutivo em quarto no mundial de pilotos com 44 pontos. Nos construtores termina em quarto, com 44 pontos, pois nenhum dos que pilotaram o segundo carro marcou pontos.

O americano Eddie Cheever é contratado para 1982, a temporada é razoável, 20 pontos, no final do ano a Talbot deixa a equipe assim como Cheever, que vai para a Renault, e Laffite que depois de sete temporadas, se transfere para a Williams. Com pouco dinheiro e sem um motor turbo, volta a usar os Ford em 1983 e contrata o brasileiro Raul Boesel, que traz um bom patrocÁ­nio do Brasil e o francês Jean-Pierre Jarier, mais pela primeira vez a equipe não marca um único ponto, consegue no máximo dois sétimos.

A Renault passa a fornecer motores turbo para 1984, Andréa de Cesaris é contratado junto com François Hesnault mais a equipe consegue apenas três pontos no mundial, com De Cesaris. Jacques Laffite volta para a equipe em 1985 e os resultados voltam a aparecer, no final do ano Laffite e Philippe Streiff (que substituÁ­ra Andréa de Cesaris) terminam em 2º e 3º na Austrália. Nos construtores marca 23 pontos.Para 1986 René Arnoux é contratado, o ano começa bem, Laffite é terceiro no Brasil e segundo nos EUA, mais o grave acidente de Jacques Laffite na largada do GP da Inglaterra, ele quebra as pernas, desestabiliza a equipe, Philippe Alliot o substitui mais a equipe não consegue mais nada de importante no campeonato. No final termina com 29 pontos no mundial. No final do ano a Renault deixa a equipe. Começa outra época difÁ­cil para Guy Ligier.

René Arnoux continua e Piercarlo Ghinzani é contratado para 1987, e depois de uma polêmica envolvendo a Alfa-Romeo, que iria fornece motores para a equipe, Arnoux disse que os motores eram ruins, a Magatron acerta um contrato para fornecer os motores. A temporada é horrÁ­vel, apenas um ponto no mundial. Com os motores Judd para 1988 e Arnoux e Stefan Johansson como pilotos á equipe não marca nenhum ponto.Usando novamente os Ford, Arnoux marca três pontos em 1989, Olivier Groillard é seu companheiro.Com Nicola Larini e Philippe Alliot, em 1990, e Thierry Boutsen e Eric Comas em 1991 a equipe passa duas temporadas seguidas sem marcar um único ponto.

A Renault volta a fornecer motores para a equipe, graças á amizade de Guy Ligier com o presidente francês. Boutsen e Comas continuam e marcam seis pontos no mundial, no final do ano Guy Ligier vendeu a equipe para Cyril de Rouvre, que contratou os ingleses Mark Blundell e Martin Brundle para 1993, a equipe volta a ter bons resultados, conseguem 23 pontos no mundial e terminam em quinto, no final do ano Cyril de Rouvre é preso e a equipe passa por vários problemas, até ser vendida, no meio da temporada, para Flavio Briatore, chefe da equipe Benetton, os pilotos Olivier Panis e Eric Comas marcam 13 pontos no mundial.

Com a perca dos motores Renault para a Benetton, a equipe passa a usar os Mugen, e para 1995 Olivier Panis continua e Martin Brundle volta a equipe, dividindo o segundo carro com o japonês Aguri Suzuki, no total eles marcam 24 pontos no mundial. O brasileiro Pedro Paulo Diniz assume o segundo carro em 1996 e depois de quinze anos a equipe volta a vencer, com Olivier Panis em MÁ´naco, esta vitória foi o último grande momento da Ligier, que fez sua derradeira corrida no GP do Japão daquele ano com Olivier Panis terminando em sétimo e Pedro Paulo Diniz abandonando.

A Ligier venceu nove GPs e foi vice-campeã de construtores em 1980. O tetra-campeão mundial de Fórmula 1 Alain Prost comprou a equipe no inÁ­cio de 1997.