Histórias: Equipe Maserati

Os irmãos Alfieri e Ettore Maserati fundaram a Maserati em 1914, em Bologna, pouco depois outro irmão, Ernesto se juntou a eles. Mas devido a Primeira Guerra Mundial, só foram construir o primeiro carro em 1926. Alfieri morreu em 1932, aos 44 anos, devido a problemas nos rins, então o quarto irmão, Bindo, se juntou a Ettore e Ernesto.


Os carros venceram várias corridas nos anos trinta, principalmente com o italiano Tazio Nuvolari, mas devido a problemas financeiros, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, os irmãos fizeram um acordo com o industrial, de Modena, Adolfo Orsi, o acordo previa que o eles se concentrariam apenas nos projetos dos carros durante dez anos, e Adolfo dirigiria a equipe. Ao fim deste tempo, os três saÁ­ram da companhia e fundaram a Osca. A Maserati continuou a ser dirigida por Adolfo e Omer Orsi.


Com o inÁ­cio do campeonato de F-1, em1950, a Maserati, com o nome oficial de Officine Alfieri Maserati, inscreveu o modelo 4 CLT-48, de 1,5 litros, projetado por Alberto Massimino, para o primeiro GP da história, GP da Inglaterra, com o piloto Louis Chiron, de MÁ´naco, que largou em 11º, abandonando depois de 24 voltas. No GP seguinte, MÁ´naco, Chiron terminou em 3º e o italiano Franco Rol passou a pilotar um segundo carro.Este foi o melhor resultado da equipe oficial no ano, porém diversos Maseratis particulares foram inscritos durante o ano, o prÁ­ncipe tailandês Bira marcou 5 pontos, um 4º na SuÁ­ça e um 5º em MÁ´naco. O italiano Felice Bonetto foi 5º na SuÁ­ça.O curioso foi a inscrição de dois Maserati 8 CTF nas 500 milhas de Indianápolis, projetados em 1937 e equipados com um motor Offenhauser de 4,5 litros. Os americanos Spider Webb e Henry Banks não conseguiram nenhum destaque durante a prova. Em 1951 somente Maseratis particulares, se inscreveram para os GPs, o conde suÁ­ço Emmanuel de Graffenried foi 5º na suÁ­ça, única vez que algum Maserati figurou nos primeiros lugares no ano. Nas 500 milhas de Indianápolis o americano Johnny McDowell inscreveu um modelo 8 CTF, com motor Offenhauser, de 3 litros, largou no fim do pelotão e abandonou a prova.


Em 1952 a Maserati retornou com sua equipe oficial, contratando o campeão mundial o argentino Juan Manuel Fangio, porém antes do campeonato começar ele sofreu um acidente durante uma corrida em Monza fraturando uma vértebra do pescoço e ficando fora de toda a temporada.Devido ao regulamento durante as temporadas de 1952 e 1953 seriam usados os carros de F-2, o Maserati A6GCM, de seis cilindros e 160 cavalos só participou de duas corridas, o GP da Alemanha, Felipe Bonetto completou apenas uma volta e o da Itália, onde com o argentino Froilan Gonzalez fez uma grande apresentação liderando o começo da prova e cruzando em 2º. Bonetto também foi bem terminando em 5º.Nenhum Maserati particular conseguiu um bom resultado no ano com pilotos como os brasileiros Gino Bianco e Chico Landi e o americano Harry Schell.


Fangio finalmente estreou pela equipe no GP da Argentina de 1953, largando em 2º, mas abandonando depois de 36 voltas. Gonzalez e Bonetto continuaram na equipe, o modelo A6GCM-53 conseguiu bons resultados durante o ano, 3 segundos e quatro terceiros lugares, além de duas poles, com Fangio, na Bélgica e Suiça. A primeira vitória veio na última etapa do ano, com Fangio vencendo o GP da Itália e terminando o ano comvice-campeonato, 28(29,5) pontos.


Gonzalez marcou 13,5(14,5) pontos, Bonetto 6,5. O melhor piloto particular foi Emmmanuel de Graffenried, que marcou 7 pontos no campeonato.


Em 1954, com o novo regulamento, motores de 2,5 litros, os carros voltaram a ser de F-1, a Maserati apresentou uma evolução do A6GCM, o modelo 250 F, de seis cilindros, que havia sido projetado por Gioachino Colombo, mas que tinha deixado a equipe naquele ano, indo trabalhar para a Bugatti, o carro ficou então aos cuidados de Giulio Alfieri. Fangio deixou a equipe, sendo contratado pela Mercedes, mas como os carros alemães não ficaram prontos para o inÁ­cio da temporada, o argentino disputou os dois primeiros GPs do ano, Argentina e Bélgica com o 250 F, vencendo ambos. A Maserati não contratou nenhum piloto de ponta para o lugar de Fangio, Alberto Ascari, que tinha contrato com a Lancia, e estava no aguardo pela estréia do carro, disputou dois GPs pela equipe, na França e Inglaterra, sem destaque.Diversos pilotos, como Luigi Villoresi, Sergio Mantovani e Luigi Musso se revezaram na condução dos carros durante o ano. O segundo lugar de Musso na Itália foi o melhor resultado no ano, depois da saÁ­da de Fangio.Marimon foi 3º na Inglaterra. O melhor resultados entre os pilotos particulares foi o 3º lugar de Stirling Moss na Bélgica.


Para 1955 o 250 F, passou a debitar 260 cavalos, mas ainda não era páreo para o fantástico Mercedes W 196.Os melhores resultados foram dois terceiros, com Jean Behra e Cesare Perdisa, em MÁ´naco e Luigi Musso, na Holanda.Nenhum piloto particular conseguiu algum bom resultado no ano.


O inglês Stirling Moss foi contratado para fazer dupla com o françês Jean Behra em 1956, o 250 F foi encurtado em 20,3 centÁ­metros e os bons resultados logo apareceram, Moss venceu o GP de MÁ´naco e Behra conseguiu, em cinco oportunidades, terminar entre os três primeiros. Eles chegaram a última etapa do ano, GP da Itália, lutando pelo tÁ­tulo com a dupla de Ferrari, o argentino Fangio e o inglês Peter Collins.A decisão deste campeonato foi um dos mais controversos da história, começou quando Moss ficou sem gasolina e já ia encostando o carro, de repente ele começou a ser empurrado por um companheiro de equipe até chegar aos boxes e reabastecer voltando a corrida, apesar dos protestos o carro não foi desclassificado. Depois Fangio teve problemas em sua Ferrai abandonando, deixando Collins na terceira posição, o suficiente para o inglês ficar com o tÁ­tulo, mas inesperadamente ele vai aos boxes passando seu carro ao argentino, primeiro piloto da equipe, naquela época era permitido a troca de carro entre pilotos da mesma equipe durante a corrida. Moss venceu o GP, o suficiente para lhe garantir o vice-campeonato com 27(28) pontos. Fangio,com o 2º lugar, conquistou seu terceiro tÁ­tulo consecutivo, 30(33) pontos, Collins terminou em terceiro com 25 pontos e Behra em quarto,22 pontos.O 3º lugar de Mike Hawthorn, na Argentina, foi o melhor resultado entre os pilotos particulares. O brasileiro Chico Landi, em parceria com o italiano Gerino Gerini, foi 4º lugar na Argentina com um Maserati oficial.


Insatisfeito, na Ferrari, Fangio voltou para a Maserati em 1957, Moss passou para a Vanwall. O modelo 250 F continuava a ser competitivo. Tendo como parceiros o americano Harry Schell e Jean Behra, Fangio venceu quatro GPs durante o ano, Argentina( com Behra em 2º lugar), MÁ´naco, França e Alemanha conquistando o campeonato com 40(46) pontos.Nenhum piloto particular conseguiu algum bom resultado.No final do ano Adolfo Orsi anunciou que a equipe estava se retirando da F-1. O GP da Itália daquele ano foi o último disputado por um Maserati oficial.


Em 1958 Fangio disputou seus dois últimos GPs na F-1, Argentina e França, com uma Maserati particular, foi 4º lugar em ambos, Behra terminou em 5º na Argentina, estes resultados deram a Maserati 10 pontos no recém-criado campeonato de construtores e a 5º posição. Diversos pilotos particulares como o sueco Joakim Bonnier e a italiana Maria Teresa de Filipps, a primeira mulher a largar em um GP de F-1, na Bélgica, usaram o 250 F durante o ano.Em 1959 vários particulares continuaram a inscrever os Maserati, o melhor resultado foi um 8º lugar de Giorgio Scarlatti na França.O brasileiro Fritz D’Orey disputou os GPs da França e Inglaterra com um 250 F. O GP dos EUA de 1960 marcou a última vez que um Maserati participou de uma corrida de F-1, o americano Bob Drake alinhou em 22º lugar e terminou em 13º.No meio dos anos sessenta a Maserati forneceu motores para a equipe Cooper, o carro equipado com o motor venceu duas corridas, o GP do México de 1966, com John Surtees e o GP da África do Sul, de 1967, com Pedro RodrÁ­guez. Em 1968 Adolfo Orsi vendeu a companhia para a Citroen. Atualmente ela faz parte do conglomerado Fiat.Foram 69 GPs disputados, com nove vitórias,dez poles e 15 melhores voltas e o campeonato de pilotos de 1957.