IndyCar: Tráfego provoca acidentes nos treinos das 500 Milhas

O tempo bom atraiu 36 carros para a pista de Indianápolis nesta sexta-feira, último dia antes da classificação para as posições de 22ª a 33ª no grid da 92ª prova das 500 Milhas. Com o tráfego intenso, não demorou em aparecer também os acidentes. O venezuelano Ej Viso (da equipe PDVSA/HVM), o americano Ryan Briscoe (Penske) e o australiano Will Power (da KV) bateram no muro, sem gravidade para os pilotos.

Na disputa entre os classificados e os que ainda vão tentar uma vaga, se deram melhor os carros classificados. Apesar do acidente com Briscoe, a equipe Penske teve bons resultados usando só os carros reservas. Hélio Castroneves virou em 40s2845, atrás do neozelandês Scott Dixon (Ganassi), o mais rápido com 40s2301. Briscoe foi o terceiro com o tempo de 40s2916.


Hélio disse que ficou aliviado ao saber que o acidente com o colega não foi grave e que a equipe está chegando ao acerto desejado. “Graças a Deus pelo menos o Ryan não se machucou e isso é o mais importante. Infelizmente ele acha que foi alguma sujeira no pneu, por isso que acabou acontecendo isso”, informou.


“No meu caso, no grupo do carro número 3, tava muito bom. Parece que a gente tá com um acerto bem constante, o carro tá começando a chegar naquela situação que você fala ‘ok vamos ter mais calma’ e se Deus quiser amanhã, ou depois, já não precisamos nem mais se preocupar, só no dia da corrida.”


Na Andretti Green, o clima esquentou. Nervoso com o dia de treino, Tony Kanaan disse que tudo deu errado hoje. Depois de 80 voltas, ele terminou em 14º, virando em 40s6079.   A maior velocidade a que chegou foi 221.63 milhas por hora, duas milhas abaixo do primeiro colocado. “No tráfego realmente o carro tá muito ruim. Ele já é ruim sozinho, então eu não posso nem ver um carro, um carro e meio na frente, que já não consigo fazer a pista inteira de pé embaixo, a gente perde bastante aderência na frente”, desabafou.


“Vamos ver, não dá também para perder as esperanças. A gente tem aÁ­ mais aÁ­ uma semana para trabalhar. Tudo bem que não tem teste, mas eu acho que os engenheiros da Andretti Green são bastante competentes e com certeza a gente vai achar algum acerto melhor”, complementou.


Indiferente Á s colocações de hoje, Vitor Meira e a equipe National Guard/ Delphi trabalham calma, mas intensamente para a corrida. Meira foi o piloto quem mais ficou na pista. Ele deu 118 voltas e virou em 40s7690, o 19º entre os pilotos. “Hoje a gente só trabalhou em corrida. Estamos analisando as mudanças e amanhã a gente vai juntar tudo o que aprendeu pra ver o que realmente a gente tem”, explicou.


“A gente no tráfego não teve nunca uma oportunidade muito boa pra ter voltas em 222 (m/p), mas eu acho que 221 e meio é a nossa velocidade real. Mas eu acredito que o carro tá bom, eu tÁ´ muito satisfeito com o carro. O que tem que melhorar são as últimas 10 voltas que a gente acaba perdendo muita traseira, por causa de consumo de pneu. A gente vai resolver isso e amanhã vai tá tudo bem.”


Tráfego prejudica pilotos que tentam classificar


Para os pilotos que ainda precisam se classificar para a corrida, a pista cheia foi a principal adversária. O paranaense Enrique Bernoldi reclamou da dificuldade de imprimir velocidade de classificação e ter que disputar espaço com todos os carros. “A única coisa que eu não queria hoje era ver carro na minha frente, que eu tava tentando ver classificação, então sem ter muita pressão aerodinâmica. Então você andando atrás de um carro, fica realmente difÁ­cil de guiar. Meu carro realmente não tava acertado para o tráfego, pois a gente tava tentando classificar, a preocupação hoje era velocidade”, explicou.


Bernoldi terminou o dia em 22º e o tempo de 40s8539. Ele espera pelo menos manter o mesmo desempenho amanhã, o que lhe garantiria uma vaga. “Amanhã eu vou tá sozinho na pista. Eu acho que eu tenho três chances pra tentar classificar e tomará que eu consiga entrar já amanhã, entre os 22, pra eu ficar mais tranquilo pro último dia.”


O goiano Jaime Câmara (Conquest) deu 50 voltas virando em 41s1238, na 33ª posição.


Já os pilotos da Dale Coyne, que vêm trabalhando com um acerto mais de corrida, conseguiram melhores resultados correndo no tráfego. O mineiro Bruno Junqueira foi o 11º, ao virar em 40s5219 e está confiante. “Hoje nós tivemos muito boas voltas. Eu acho que a gente tem chance de se classificar, então estou andando no limite. Só preciso de um bom balanceamento. Estou pronto para amanhã. A gente pode colocar o carro numa boa posição”, afirmou.


Mário Moraes também ficou feliz com os números obtidos hoje, 16º colocado e o tempo de 40s6366. “Eu tive um dia bom e a gente pode melhorar ainda mais o carro com um pouco mais de velocidade. A equipe já melhorou muito o carro para a classificação. Estou confiante para amanhã. Vai ser a segunda vez que tento classificar e eu acho que vamos sair bem”, analisou.


Os testes classificatórios amanhã começam ao meio dia (13h, horário de BrasÁ­lia). Vinte e cinco pilotos disputam as 22 vagas restantes no grid. Quem não conseguir se classificar terá mais uma chance no domingo, quando o último colocado pode ser substituÁ­do por um carro mais veloz.


A 92ª prova das 500 Milhas de Indianápolis será no dia 25 de maio, no Autódromo de Indianápolis.