João Doria nega saÁ­da da Fórmula 1 de São Paulo

A sede do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 a partir de 2021 ainda não foi decidida. Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado de São Paulo, o governador João Doria revelou que a categoria negocia com São Paulo e Rio de Janeiro para a assinatura de um novo contrato. O contrato vigente da Fórmula 1 com São Paulo garante que o GP do Brasil será sediado na capital paulista nas temporadas 2019 e 2020.

Doria disse que não quer desmerecer o Rio de Janeiro e que tem total respeito por Jair Bolsonaro, a quem apoiou na última eleição presidencial, mas afirmou que tem obrigação de defender o estado de São Paulo. “A decisão não está 99,5% tomada. A decisão será tomada”, disse Doria, referindo-se Á  fala do presidente da República na última segunda-feira de que havia 99% de chances de o GP do Brasil ser no Rio de Janeiro a partir de 2021.

Segundo Doria, a ideia é planejar os próximos 20 anos a partir de 2021 em trabalho conjunto do governo do estado, da prefeitura de São Paulo e da organização da Fórmula 1. “Vamos trabalhar com a serenidade necessária para que essa decisão seja madura, definitiva e empresarial”, disse o governador paulista.

Prefeito de São Paulo e colega de partido de João Doria, Bruno Covas destacou o retorno financeiro do Grande Prêmio do Brasil – R$ 334 milhões por ano segundo o próprio. Além disso, o prefeito, que assumiu o cargo depois da renúncia de Doria, foi enfático e garantiu a manutenção da Fórmula 1 na cidade com parceria do governo estadual.

Chase Carey, CEO do Liberty Media, grupo que comanda a principal categoria do automobilismo, destacou que está em negociações com Rio de Janeiro e São Paulo para garantir a maior qualidade possÁ­vel ao GP do Brasil. Segundo os planos do irlandês, corridas terão o mesmo impacto do Superbowl, a final do futebol americano.

Também contrariando o presidente Bolsonaro, que disse que a Fórmula 1 sairia do Brasil caso não negociasse um contrato com o Rio de Janeiro, Carey disse que a categoria quer permanecer no paÁ­s. “Nossa meta é permanecer no Brasil. Estamos conversando com as duas cidades para decidir o que é melhor para o público”.

O CEO mundial da Fórmula 1 também ressaltou que não há pressa na tomada da decisão, já que o contrato vigente dura até 2020. Carey disse que a prioridade da categoria é renovar os contratos com expiração mais próxima, como o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, cujo contrato com Silverstone termina em 2019.

Na última segunda-feira, em BrasÁ­lia, Jair Bolsonaro se reuniu com Chase Carey ao lado do governador fluminense Wilson Witzel. Depois do encontro, o presidente da República praticamente garantiu que o Rio de Janeiro sediaria o GP do Brasil a partir de 2021. Carey, porém, disse que ainda haveria negociação com São Paulo.

Alguns pilotos e ex-pilotos da Fórmula 1 já se manifestaram contrários Á  mudança. Tetracampeão da categoria, o alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, lamentou a possibilidade de Interlagos não sediar uma corrida a partir de 2021, ressaltando a história da pista. Já o brasileiro Felipe Massa disse que o Rio de Janeiro tem outras necessidades que não a construção um novo autódromo.

Fonte: Gazeta Esportiva