Jogos ParalÁ­mpicos: Zanardi fatura 1º ouro no Rio e diz que conquista no Brasil é especial

Ex-piloto das Fórmulas 1 e Indy concluiu a prova na manhã quente do Rio de Janeiro com o tempo de 28min36s81

Confirmando todas as expectativas, o italiano Alessandro Zanardi conquistou a medalha de ouro na prova de ciclismo de estrada contrarrelógio H5 dos Jogos ParalÁ­mpicos. O ex-piloto das Fórmulas 1 e Indy concluiu a prova na manhã quente do Rio de Janeiro com o tempo de 28min36s81.

Ao final da disputa, Zanardi, que chegou a sua quarta medalha paralÁ­mpica, sendo a terceira de ouro, afirmou que vencer no Rio era especial. “Foi aqui que conquistei minha primeira pole na Indy”, lembrou, nesta terça-feira.

Zanardi fechou a primeira das duas voltas no circuito do Pontal em terceiro lugar, mais de 18 segundos atrás do australiano Stuart Tripp, mas conseguiu fazer os últimos cinco quilÁ´metros em ritmo ainda mais intenso e recuperou a diferença, fechando a disputa em 28min36s81. Tripp ficou com a prata (28min39s55), e o americano Oscar Sanchez (28min51s73) com o bronze.

Ao final da prova, Zanardi dedicou a vitória Á  famÁ­lia. “É simplesmente fantástico. Eu só tenho que agradecer. Eu sinto que sou um cara de muita sorte”, disse o ex-piloto, que teve as duas pernas amputadas em 2001, quando sofreu um grave acidente na Indy.

O paraciclista afirmou que a vitória no Rio teve um gosto especial. “É uma coisa mágica vencer no Rio. Eu amo muito o Brasil, tenho muitos amigos brasileiros, como o Tony Kanaan. Te saúdo, Tony, te quero bem! Meu Á­dolo é Ayrton Senna”, disse.

“Para mim o Rio é especial. Em 1996 vim ao Rio de Janeiro com a Indy e conquistei minha primeira pole. Foi num circuito belÁ­ssimo, e sempre andei muito rápido naquela pista. Cheguei em segundo, mas foi porque sempre é preciso um pouco de sorte”, lembrou, referindo-se ao Autódromo de Jacarepaguá. A pista foi demolida para a construção do Parque OlÁ­mpico da Barra.

“Quando me disseram que o estádio (Parque OlÁ­mpico) foi construÁ­do em cima daquela pista, do circuito da Indy, finalmente eu tive a chance de vencer uma competição no Rio”, comentou, dizendo ainda que isso era importante para ele por se considerar “um tipo romântico”.

Sobre a escolha pelo paraciclismo, Zanardi declarou que a questão da velocidade fica em segundo plano. “Não é pela velocidade. Eu queria andar de bicicleta, mas para vencer a prova eu preciso ser veloz, como com o carro”, comparou.

Ele também destacou a importância dos Jogos ParalÁ­mpicos na conscientização das pessoas. “O esporte paralÁ­mpico é num nÁ­vel altÁ­ssimo. Hoje fiz 43km/h, 44km/h de velocidade média. Eu podia andar um pouco mais veloz, mas é difÁ­cil. Precisa muita força nos braços. O esporte está num nÁ­vel muito alto. Tem que trabalhar muito. Se outro deficiente vê os Á­dolos no esporte paralÁ­mpico, isso os incentiva”, afirmou. Depois, o italiano fez pose com os braços e brincou. “Ele vê ‘olha como está bem o Zanardi, com quase 50 anos! Braço de Ferro!’”

Nesta quinta-feira, Zanardi buscará o bicampeonato paralÁ­mpico na corrida de estrada, e na sexta compete no revezamento, na qual levou a prata em Londres-2012.

Fonte: Agência Estado