Papo de Box: São Tomé (eu só acredito vendo…), por Marcello Thomaz

Após ter ficado de fora de duas rodadas do Campeonato Alemão de Fórmula 3, voltei Á s pistas para a disputa da 15ª e 16ª etapas do torneio no circuito de Assen, na Holanda. No perÁ­odo em que fiquei afastado das pistas, fechei um acordo com a Swiss Racing Team em que eles garantiram a minha participação nas últimas três rodadas duplas do Campeonato. O inÁ­cio do acordo foi em Assen, segunda vez que a categoria corria naquele circuito, e pelo fato de não ter participado da rodada anterior, eu sabia que teria um grande trabalho para estar entre os primeiros.
No primeiro treino, encontramos a pista molhada, e não foi possÁ­vel desenvolver o carro. A primeira classificação aconteceu com a pista úmida e todos foram pra pista com pneus de chuva. Resolvi arriscar, voltei para o box para colocar os pneus slick e aguardar uma pista seca no fim da sessão. Disputei a pole position até os últimos instantes, finalizando a classificação na terceira posição. Apesar da pole ter escapado o resultado era bom, pois não tinha experiencia nenhuma no circuito. Na segunda classificação, a condição de pista era seca, e o carro não se comportou da maneira que eu esperava. Terminei a classificação na oitava posição. Conversei muito com a equipe sobre o ajuste do carro, pois era importante consertar os erros para uma boa performance no dia seguinte, mas segundo a equipe, tal desempenho se devia ao óleo deixado na pista por um motor quebrado de um concorrente. Apesar da explicação não ter me convencido, a equipe pediu um voto de confiança para a primeira corrida, me garantindo que eu teria um carro competitivo.

Fiz uma boa largada e pulei para o 2º lugar, colado no lÁ­der da prova. Mas logo no inÁ­cio, o carro apresentou o mesmo problema de balanço que havia apresentado na classificação. Fiz tudo o que era permitido para defender a minha posição, mas o rendimento do nosso equipamento era cada vez pior, e recebi a bandeirada na quinta posição. Fizemos algumas mudanças para a segunda corrida, mas as decisões tomadas da equipe não foram suficientes para solucionar o problema com o equilÁ­brio do carro, sendo assim eu terminei a segunda corrida na décima colocação. Apesar de tudo, foi muito bom ter voltado a competir e andando nas primeiras posições, como aconteceu na primeira corrida desta rodada. E agora era pensar na rodada seguinte, que seria em Salzburgring, na Áustria, com um mês de intervalo entre as provas.

Mas somente na semana da corrida, fui informado pela equipe que eles estavam enfrentando problemas financeiros para fechar o orçamento do final de semana da Áustria e que havia a possibilidade deles não manterem o compromisso que haviam firmado comigo em Julho e eu não competir em Salzburg. Independente do resultado dessa negociação, segui para a Áustria na esperança de no último instante sentar no carro e ir para para a pista. Participei de diversas reuniões entre a minha equipe e a organização do torneio, sempre com o objetivo de viabilizar a minha presença, mas não houve solução e fiquei de fora de mais uma rodada. Para mim foi muito frustrante, me preparar durante um mês e enfrentar esta situação. A equipe admitiu que não teve uma posição profissional, e disse que iria fazer o possÁ­vel para me colocar na disputa da última rodada, no circuito de Oschersleben na Alemanha. Vamos aguardar, pois agora estou seguindo a cartela de São Tomé, só acredito vendo…

Um grande Abraço
Marcello Thomaz