Rally Dakar: Brasileiros são desclassificados da competição

Em etapa extremamente difÁ­cil, Julio Bonache e Lourival Roldan tem problemas mecânicos e não terminam o trecho cronometrado. Diversos competidores são desclassificados e, da delegação brasileira, apenas três duplas entre os Carros, continuam na disputa.

A RondÁ´nia Racing deu adeus ao 32º Rally Dakar Argentina Chile. Durante a 3ª etapa, realizada ontem entre as cidades de La Rioja e Fiambala, Argentina, a tração dianteira da Mitsubishi L200 EvoProm do piloto Julio Bonache e do navegador Lourival Roldan quebrou e encerrou o sonho da equipe de terminar o maior e mais difÁ­cil rali do mundo.

Partiram para a prova 148 motos, 25 quadriciclos, 130 carros e 50 caminhões, porém, concluÁ­ram o trecho cronometrado, sem qualquer contraversão, 129 motos, 22 quadriciclos, 103 carros e 48 caminhões.

“Ontem eu pude ver o que é o Dakar”, disse Bonache, que fez sua estreia na competição. “Assim que as dunas e o chão de areia entraram em cena, o rali fez jus a sua fama. Não é a toa que ele é conhecido como o ‘rali mais difÁ­cil do mundo”, enfatizou.

O roteiro exigiu muita navegação por áreas que lembravam o cerrado brasileiro, e compunham um labirinto perfeito. Entre os obstáculos, passagens por rios secos e estradas com pedras. O percurso adentrou as regiões de dunas e chão de areia bastante fofa que, logo de cara, já se transformaram em grandes vilões. “Atolamos no mÁ­nimo 50 vezes e a tração dianteira não resistiu ao esforço e quebrou. Desta forma, andar em trecho arenoso sem tração é praticamente impossÁ­vel, e não conseguimos subir as dunas e continuar”, detalhou Roldan.

Havia mais de 60 carros parados, e todos atolados. No inÁ­cio da noite, cerca de 20 veÁ­culos ainda estavam no trecho. “Chegamos no parque de apoio, e fomos notificados de nossa desclassificação, pois de acordo com o regulamento do Dakar, ao longo de todo o roteiro temos que passar por três waypoint’s obrigatórios, e como não completamos a etapa…”, contou Bonache.

Bastante chateado, o piloto ainda reforçou que todo time estava em perfeitas condições de continuar a prova, e voltar para a casa antes da hora é uma enorme frustração. “Não abandonamos o Dakar, fomos obrigados a sair por uma regra que não faz muito sentido”. Este mesmo episódio, aconteceu em 2009 com o piloto da VW Nasser Al-Attiyah.

Porém, mais participantes foram desclassificados na fase de ontem, a exemplo do vencedor da primeira etapa, Nani Roma/ Michel Perin, da equipe oficial da BMW. Entre os brasileiros, despedem-se também do Rally Dakar Argentina Chile, Klever Kolberg / Giovani Godoy, Reinaldo Varela /Erlei Ayala, Swen Fischer / João Stal, e Williams Dums / Rodrigo Koning. Seguem na disputa defendendo a “verde e amarela”, Jean Azevedo / Emerson Cavassin, Guilherme Spinelli / Filipi Palmeiro, e MaurÁ­cio Neves e Clécio Maestrelli.

Classificação 3ª etapa – Carros

1º Stéphane Peterhansel / Jean-Paul Cottret – 2h55min19
2º Carlos Sainz/ Lucas Senra Cruz – 3h01min03
3º Nasser Al-Attiyah/ Timo Gottschalk – 3h05min20
4º Mark Miller / Ralph Pitchford – 3h05min33
5º Gerlain Chicherit / Maria Cristina Thoerner – 3h14min37
9º Guilherme Spinelli / Filipe Palmeiro (BRASIL) – 3h36min19
13º Mauricio Neves / Clécio Maestrelli (BRASIL) – 4h01min23
81º Jean Azevedo / Emerson Cavassin (BRASIL) – 10h16min20

Classificação Geral – Carros

1º Stéphane Peterhansel / Jean-Paul Cottret – 9h14min28
2º Carlos Sainz/ Lucas Senra Cruz – 9h19min01
3º Nasser Al-Attiyah/ Timo Gottschalk – 59