Rally Dakar: Dakar 2010 é presente de filho para pai

Na equipe de apoio da Valtra Dakar Eco Team está Ary Kolberg, pai de Klever. Advogado aposentado, Ary é o “faz-tudo” do time.

O ambiente árido, Á s vezes rarefeito, com calor insuportável em alguns momentos e com temperaturas próximas de zero em outros, é sede de uma competição exigente, desgastante em que cada segundo vale ouro. Mas com tudo o que envolve o Dakar, existe espaço para uma “ação em famÁ­lia”. No Valtra Dakar Eco Team, capitaneado por Klever Kolberg, entre os integrantes de sua equipe de apoio está ninguém menos que seu pai, Ary Kolberg.

“Meu pai já fez três edições do Rally dos Sertões comigo na equipe de apoio, e resolvi convidá-lo para fazer o Dakar comigo como uma forma de presenteá-lo”, revelou Klever. “Ele sempre gostou de corridas e de rally, e fez até um curso de pilotagem vários anos atrás”, contou.

“Acompanhei o Klever em alguns Sertões e gostei muito, e foi maravilhoso receber o convite dele para o Dakar, é uma experiência que vale colocar na biografia”, afirmou Ary, de 72 anos, advogado aposentado. Ele diz que sempre apoiou o filho: “Quando ele era criança eu dei uma motinha para ele brincar e dali em diante não parou mais”.

Mas levar o próprio pai na mais dura competição off road do planeta, passando por desertos, cordilheiras com neve e enfrentando altitudes que superam os 3,5 mil metros não seria um “presente de grego”? “Que nada, estou adorando a experiência!”, exclamou o mais experiente da famÁ­lia Kolberg.

Segundo Klever, pioneiro em competir com o etanol brasileiro no rally mais difÁ­cil do planeta, chegar ao fim de um dia e encontrar o pai dá uma sensação maior de segurança. “Dá mais conforto, é alguém em quem eu posso confiar em qualquer tipo de situação. No entanto, eu não trouxe meu pai só pela confiança, mas ele vem aqui como um amigo de todos na equipe, trata todo mundo muito bem, levanta o astral do pessoal. Encontrá-lo no acampamento depois de um dia difÁ­cil é sempre mais emocionante”, explicou o piloto. “É diferente de chegar e encontrar os mecânicos, porque a alegria dele em me receber serve como combustÁ­vel. É um apoio moral enorme”, disse.

Ary diz que, acompanhando o filho mais de perto lhe traz uma sensação maior de conforto. Mas ele também não se ilude: “Comigo por perto ou não, fico preocupado do mesmo jeito, porque o Dakar é um rally muito difÁ­cil. Mas a organização é perfeita, as estruturas são montadas com antecedência e a logÁ­stica funciona muito bem”.

“Meu pai é o chefe da equipe de apoio moral”, diverte-se o Kolberg mais jovem. “Ele tem feito um ótimo trabalho e quer ajudar até mais do que pode, mas eu o trouxe como uma forma de presente, então não quero enchê-lo de tarefas. A equipe o adora e ele curte muito essa situação toda”, lembrou Klever.