A paulista compete na categoria Protótipos com Mitsubishi L200 RS e navegador novo.
No segundo dia de especiais do Rally Internacional dos Sertões, a dupla Helena Deyama/João Victor Ribeiro completou a etapa entre Minaçu (GO) e Palmas, na 14ª colocação geral geral no acumulado dos dias e passarão para a 5ª na Protótipos. Há oito anos na competição, é a primeita vez que Deyama, única piloto Mulher na categoria Carros, leva a bordo do Mitsubishi L200 RS um navegador do sexo oposto.
A programação deste sábado continua com a largada da terceira especial, etapa Maratona, na qual os pilotos não poderão receber apoio das equipes para fazer reparos nos veÁculos, cuzando o Jalapão, até São Raimundo Nonato, destino final do quarto dia. Amanhã, bem cedo, os pilotos deslocam-se 125 km, de Palmas (TO) até Novo Acordo, local da partida. O trecho cronometrado terá 358 km até Alto ParnaÁba (MA), totalizando o roteiro previsto de 485 km.
Helena e João Victor pretendem usar a mesma estratégia dos últimos dois dias. “O Jalapão exige cautela em dose dupla e não adianta querer enfrentá-lo. Vamos poupar equipamento, pois é uma região peculiar. Requer muita navegação. Encontraremos todo tipo de terreno e, como neste ano temos duas etapas Maratona, o melhor é preservar o carro. Até agora, não tivemos problemas mecânicos, o Mitsubishi RS está perfeito. Estou super confiante para a etapa maratona, é uma região que conheço bem. Enquanto muitos temem, eu adoroâ€, assegurou Deyama.
E, continuou. “Estou feliz com os objetivos conquistados até aqui. Como fomos alertados anteriormente os seis primeiros dias seriam bastante seletivos, principalmente porque incluÁrem especiais mais longas. Foi a melhor colocação que já tive no Prólogo 13º lugar, no segundo dia 15º na geral e no segundo dia 14º. Consegui manter uma constante e ficar entre os que imprimem um ritmo mais forte, assim o problema com a visibilidade e poeira é menor. A estratégia no começo do rali é de andar entre os 20 primeiros e chegar em Salvador entre os 10 primeiros na geral e entre os cinco na categoria. Se precisar nos últimos dias nós poderemos acelerar mais, pois teremos equipamento”, finalizou a paulista Helena Deyama.
PASSAGEM PELO JALAPÁƒO
Os dois primeiros dias do maior rali das Américas exigiram muito do conjunto: carro, piloto e navegador. E para quem pensa que terminou, ainda tem mais adrenalina pela frente. A terceira etapa, considerada a mais difÁcil, passa pelo Jalapão. Na edição passada, muitos carros favoritos quebraram justamente nesse trecho.
Localizado no leste de Tocantins, é um verdadeiro oásis perdido no meio do cerrado. Seu nome se origina de uma planta muito comum da região: a erva jalapa-do-brasil. O grande atrativo e, de quebra, a melhor maneira de conhecer o Jalapão é fazer o rafting no Rio Novo, que atravessa boa parte do lugar. Existem inúmeras atrações naturais como a Cachoeira da Formiga, as dunas de até 40 metros e o Fervedouro, um poço de águas borbulhantes. Para conhecer esse local inóspito, é necessário ter espÁrito aventureiro, pois, além de ter uma das densidades demográficas mais baixas do paÁs, o Jalapão não possui quase infra-estrutura para os turistas. Um prato cheio para quem está atrás de grandes emoções, assim como os competidores do Rally dos Sertões.
O clima é melhor nessa estação, a da seca, que se estende até setembro, pois as estradas ficam em condições mais propensas e as águas do Rio Novo mais baixas. As chuvas ocorrem entre outubro a abril. A temperatura média da região é de 30ºC.
Acredita-se que, há 350 milhões de anos, o Jalapão tenha sido o fundo de um oceano. Esta crença se fundamenta na forma de relevo existente e na presença de dunas em pleno sertão do Brasil. A paisagem do Jalapão lembra a de grandes desertos. Formado por chapadas e canyons de origem sedimentar, esta é uma das mais exóticas paisagens brasileiras, com suas diversificadas teias de rios, riachos e ribeirões, cachoeiras, lagoas, dunas de areia, serras e chapadões.