Stock: Barrichello correrá com número de Ingo na Stock Car

Lendário “17” estará de volta na estreia do astro da Fórmula 1 e da Fórmula Indy

Aposentado desde que o seu dono pendurou as sapatilhas em 2008, ao final de uma carreira com mais de três décadas, 12 tÁ­tulos e 76 vitórias, marcas que o transformam no maior nome da categoria em todos os tempos e que talvez jamais venham a ser superadas, o número 17 estará de volta Á  Stock Car no carro de Rubens Barrichello. Com participação assegurada na Corrida do Milhão em dezembro, Rubinho resolveu novamente homenagear Ingo Hoffmann, a quem credita papel fundamental em seu inÁ­cio no automobilismo. “Na verdade, não a Stock, mas minha vida começou com o primeiro capacete dado pelo Ingo”, justificou Rubinho, que nesta semana anunciou o acerto com a Equipe Medley/Full Time.

Não é a primeira vez que o ex-astro da Fórmula 1 e atualmente na Fórmula Indy lembra do velho mestre. “Já fiz uma homenagem a ele na Fórmula 1 quando corria pela Honda”, observou Rubinho, que inicialmente investigou a possibilidade de usar o numeral 11 que o acompanhou por longo tempo. “Mas é um número caracterÁ­stico do NonÁ´ Figueiredo. O dia que ele não quiser eu peço de volta”, brincou. “Então, pensei no Ingo. É uma homenagem merecida a um cara que fez tanto pela Stock Car.

Ingo continua frequentando a Stock Car, não mais como piloto nem como dirigente da equipe AMG, da qual se afastou no final de 2010, mas como consultor técnico do Mini Challenge, um das séries de suporte do evento. Nesta terça-feira, o “Alemão” demonstrou contentamento e gratidão pela iniciativa de Barrichello. “Fiquei muito feliz. Eu já havia ouvido um zunzum a respeito, mas ninguém havia me falado nada oficialmente, nem ele”, afirmou.

O relacionamento entre Ingo e Barrichello vem desde o final dos anos 70. Ingo havia retornado da aventura na Fórmula 1 e estava disposto a ingressar num campeonato que seria aberto em 1979 – a Stock Car. “Aluguei um salão modesto em Interlagos, ao lado do depósito de material de construção do pai do Rubinho. Eu usava o telefone dele e, de certa forma, aquilo virou meu escritório. Rubinho era apenas uma criança, mas vivia dentro da minha garagem. Nesse ano, 1979, ganhei um capacete laranja e dei para ele. É legal saber que esse gesto teve tanta importância para ele. Ninguém poderia imaginar até onde ele chegaria. É incrÁ­vel como as histórias se cruzam no automobilismo”, concluiu.

Em 2008, pouco depois de anunciar a despedida da Stock Car, Ingo recebeu a informação de que Rubinho correria o Grande Prêmio do Brasil com o capacete reproduzindo a mesma decoração que o identificava. “Para dizer a verdade, não botei muita fé. Mas ele me arrumou uma credencial e não acreditei quando entrei nos boxes e o vi com o capacete igualzinho ao meu.”

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