Stock: Calor intenso rouba cena em Campo Grande

Temperatura na capital do MS altera rotina dos pilotos na definição aos classificados aos playoffs

O forte calor que marcou o primeiro dia de treinos da 8ª etapa da Stock Car deverá ser o protagonista do fim de semana. A expectativa de que os termÁ´metros atingissem os 40ºC não se concretizou, mas o calor incomodou. Até domingo, dia da corrida que definirá os 10 classificados Á  Superfinal, o Centro de Previsão e Estudos Climáticos avisa que a temperatura seguirá na casa dos 37ºC. E isso com certeza influirá no trabalho das equipes. “Quero ver mesmo na corrida”, disse o bicampeão Giuliano Losacco. “Fazia tempo que a gente não enfrentava um calor tão forte. Com o clima seco, as coisas pioram para nós pilotos.”

Nesta sexta-feira a temperatura média do asfalto ficou em 47º C segundo fontes da Goodyear, a fornecedora de pneus da Stock Car. Os compostos bateram nos 100º C, afetando o comportamento dos compostos. “Lá em Salvador, na 6ª etapa, a temperatura subiu bastante, mas pelo menos tinha uma brisa mais úmida por causa do mar. Aqui em Campo Grande o negócio está bravo mesmo”, contou o piloto da Flash Power Racing.

Outro componente que sofre com o calor intenso é o motor de 520 cavalos de potência. A temperatura da água e do óleo chegou a quase 106 contra 97º C de um dia de calor forte no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Zequinha Giaffone, da JL, dá a dica. “Claro que com temperatura mais alta o motor rende menos, mas por enquanto está tudo certo. Vai conseguir tirar mais proveito quem cuidar bem dos radiadores, que não podem estar amassados. Como os motores são todos iguais, a refrigeração faz a diferença nas condições que temos aqui em Campo Grande”, disse.

“Dentro do carro a coisa esquenta ainda mais”, afirmou Losacco, apoiado nos números. No segundo treino livre, que começou Á s 16h20 (de BrasÁ­lia), o bólido do bicampeão de 2004 e 2005 foi aos 70ºC, transformando o cockpit em arremedo de sauna. “Para quem pensa que piloto não trabalha entre uma corrida e outra, é nessas horas que a tal preparação fÁ­sica faz a diferença. No final, quando os reflexos já estão prejudicados pelo calor e pelo cansaço, quem estiver melhor condicionado pode levar boa vantagem. Aproveitar uma bobeada do piloto da frente e ganhar uma posição, por exemplo.”

Para se ter uma ideia do incÁ´modo provocado pelo calor em Campo Grande, a maioria dos pilotos nem ficou de macacão entre um treino e outro. A velha e boa bermuda serviu para dar um alÁ­vio. A estimativa é de que um piloto perca entre 2 e 4 quilos em uma corrida de 40 minutos na Stock Car. Na pista, Losacco enfrentou dificuldades com o motor. “Mas nada a ver com a temperatura”, explicou o piloto, 30º colocado do dia em Campo Grande. Amanhã, o ensaio que irá definir as posições de largada na etapa que fechará a primeira fase da Stock Car começa Á s 12h20 (de BrasÁ­lia).