Stock Car: Automóvel Clube do Rio Grande do Sul se posiciona sobre suspensão da etapa em Tarumã

Carta aberta em defesa da coerência.

Na condição de funcionário e em nome dos funcionários do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul, venho a público chamar a atenção a uma série de questões que estão orbitando em nosso meio.

Chamo para minha pessoa todos os envolvimentos das declarações e considerações que farei, devido Á  suspensão da etapa em Tarumã da Stock Car.

Em primeirÁ­ssimo lugar, importante dizer que o Automóvel Clube do Rio Grande do Sul ficou sabendo da tal interdição pelas redes sociais, pois a CBA, entidade que deveria ter respeito e consideração com um dos clubes pioneiros e berço do Automobilismo no Brasil, não realizou nenhum comunicado oficial, não que este comunicado fosse fazer alguma diferença, mas serve de base para que as pessoas entendam ou parem para pensar nos reais motivos de não termos mais pilotos brasileiros com destaque internacional. A total falta de respeito com aqueles que criaram pilotos campeões, tri campeões e etc no automobilismo mundial. Equação simples de entender.

Dos fatos especÁ­ficos do tal comunicado Á  empresa privada promotora do evento Stock Car, tenho a convicção que as exigências feitas pelo senhor LuÁ­s, seriam frágeis, caso não fossem incoerentes, com restrições técnicas graves em alguns itens, além de totalmente desiguais se compararmos Tarumã com vários outros circuitos nacionais e internacionais. Falo isto cercado de argumentos robustos, óbvios e coerentes, pois tenho a capacidade e discernimento de saber que Tarumã não é a oitava maravilha do mundo, mas está longe de ser a pista menos segura por onde o circo passa. Muito mais grave ainda se considerarmos os circuitos de rua por onde a categoria já passou, e pelo que se ouve extra oficialmente, corre o risco de correr novamente. A equipe de segurança da CBA deveria ter mais ênfase na segurança das pessoas que estão assistindo Á s corridas, expostas, estas sim, a risco de vida ou graves consequências, sem ninguém ter esta preocupação.

Não chamaria de irresponsabilidade, mas de incompetência por parte de quem deveria se dar conta disto. Por exemplo, um choque lateral na reta oposta de Campo Grande pode levar com muita facilidade, assim como em Goiânia, ao atropelamento de inúmeras pessoas que com suas famÁ­lias estão assistindo Á s corridas. Vale lembrar, e informar a quem não sabe, que no final da reta oposta de Londrina, está uma via pública, via pública esta que já recebeu a visita de um Fórmula Truck em um treino, que poderia ter ferido ou até ceifado a vida de pessoas que nada tem a ver com o evento.

Já em Campo Grande, se analisarmos com um pouco de atenção, podemos reparar que os pneus lá existentes, são amarrados ou são tão mal amarrados, quanto os de Tarumã, que em Goiânia um carro da categoria de acesso, ao sair da pista simplesmente decolou, e a pergunta que fica é, será que o responsável técnico não viu este detalhe? Será que seus olhos tem melhor eficiência apenas em Tarumã?

Enfim, não consigo concordar com muitas coisas desiguais, com total falta de critério, pois empreendemos esforços conjuntos entre FGA/VICAR e Associação de Pilotos da Stock Car para viabilizarmos algumas correções necessárias, mas muito longe do “ideal” exigido pela CBA, conforme o descritivo em anexo.

Também válido deixar a pergunta no ar, se as verbas da Lei de Incentivo ao Esporte tem sido captadas por algum real beneficiário ou se ninguém consegue acesso a ela, tal qual a Lei Rouanet, que beneficia artistas de renome e simpatizantes de alguma corrente polÁ­tica?

Também beira o ridÁ­culo ler que não investimos em Tarumã, sem deixar de ressaltar que estamos desde 1995 realizando muitas obras na questão de segurança, infra estrutura, além de óbvio, manter o espaço aberto, sem nenhum recurso público, falo mais uma vez, sem ter acesso a recursos oriundos da LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE, enfrentando ações trabalhistas que nos acompanharam durante anos.

Também é revoltante assistir os comentários da imprensa de que temos ainda o problema do VHT por causa das provas de Arrancada, provas estas que mantém junto com seus abnegados sócios, a vida do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul, e falo revoltante, pelo simples fato de que NÁƒO UTILIZAMOS VHT.

Também inevitável comentar com relação a adequação da chicane, para realização da prova, pois a mesma foi projetada pela categoria, e ano passado recebeu uma obra de readequação orientada e executada (ou mal executada) pela pessoa do senhor que assina as exigências através de seu relatório, que tem sérias incoerências técnicas, como por exemplo a utilização de cabos de aço para “fixação” das barreiras, que em uma pista com as caracterÁ­sticas de Tarumã pode vir a causar um acidente com resultados graves, com o seu desprendimento em caso de colisão.

Por fim, levanto a questão de a quem interessa 04 etapas no estado do Paraná, se não existe alguma represália polÁ­tica com a Federação Gaúcha, pois são completamente desproporcionais as exigências, mesmo que tecnicamente recomendáveis, pois não pode uma entidade que tem em seu mais puro fundamento e motivo de existência, proteger e alavancar as praças, principalmente para que tais distorções não aconteçam, para que verbas públicas cheguem em seus mais necessitados e legÁ­timos merecedores, além, óbvio, de não esquecer que nem só de Fórmula 1 vive nosso automobilismo e que, se não revertermos o caminho errado que já fazem alguns anos, em breve, nem a gigante Fórmula 1, amparada pelos milhões de reais que o contribuinte de São Paulo aporta a Interlagos, virá em nosso paÁ­s.

Sem mais

Atenciosamente

Márcio Pimentel
Administrador do ACRGS desde 1995

TARUMÁƒ – Track Condition Report PT R0 JAN-18