Stock: MaurÁ­cio sai na pole em BrasÁ­lia

Reabastecimento pode ser a chave para a vitória na segunda etapa.

Mais rápido nas três sessões classificatórias, o paulista Ricardo MaurÁ­cio (Medley) conquistou a pole da segunda etapa da Stock Car ao bater o paraibano Valdeno Brito (Medley/A. Mattheis) com o melhor tempo dos três “match races” deste sábado no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em BrasÁ­lia. NonÁ´ Figueiredo (Pamplona´s Officer) completará a primeira fila, Á  frente de Luciano Burti (Sky) e Valdeno. Marcos Gomes (Medley), lÁ­der do campeonato, não passou Á  superclassificação e partirá em 13º. Amanhã, a largada para as 48 voltas está marcada para as 11 horas, com transmissão ao vivo pela TV Globo.

“Foi muito bom colocar os dois carros entre os seis primeiros. Na verdade, eu e o Valdeno fizemos um jogo de equipe. Combinamos que ele só atacaria se eu largasse mal, porque eu tinha a vantagem de ser o único a usar pneus novos na terceira classificação. O carro é novo, nasceu bom e está constante e rápido. Largar na frente em BrasÁ­lia é mais importante do que em São Paulo, porque aqui todos os pilotos andam no mesmo ritmo e fica mais fácil segurar a posição”, comentou MaurÁ­cio, depois de assegurar a segunda pole da carreira na Stock Car – a primeira foi no Rio de Janeiro em 2006.

Na opinião de Thiago Meneghel, engenheiro do carro de MaurÁ­cio, ninguém conseguiu se adaptar tão bem ao novo diferencial e aos pneus Goodyear deste ano quanto seu piloto. “Ele tem sido muito rápido e, o que é fundamental, economizando pneus”, afirmou. MaurÁ­cio agradeceu os elogios e dividiu os méritos com a equipe. “O entrosamento está muito bom. Estamos conseguindo fazer bons tempos sem utilizar o limite de voltas dos treinos desde os testes de pré-temporada em São Paulo”, lembrou. O rendimento de MaurÁ­cio chama a atenção dos colegas. “Ele está sobrando desde os primeiros treinos. Só perde essa corrida se cometer algum erro”, apostou Guto Negrão (Medley/Vogel), que partirá em 23º e reclamou da falta de força do motor nas retas. “Estamos perdendo pelo menos três quilÁ´metros para os mais velozes”, comparou.

MaurÁ­cio, no entanto, procurou manter uma postura cautelosa, apesar da confiança no carro. “Tem a largada, a primeira curva… Não é assim tão simples. O ideal é segurar a ponta por pelo menos duas ou três voltas. Depois, torcer para dar tudo certo no reabastecimento. Na altura da parada, é possÁ­vel que os lÁ­deres encontrem retardatários na saÁ­da. E a entrada do safety car é sempre uma possibilidade em BrasÁ­lia, onde os acidentes são comuns. É uma situação que pode arruinar uma corrida”, explicou.

Mais do que em São Paulo, onde a perfeita estratégia da Equipe Medley fez a diferença na vitória de Marcos Gomes, o reabastecimento pela primeira vez está superando a abrasividade do asfalto como principal fonte de preocupação de pilotos e equipes. O diminuto traçado do anel externo – apenas 2.919 metros e o tempo médio de volta de um minuto podem causar confusão na entrada dos boxes e no realinhamento dos carros na pista. “Num mundo ideal, todos gastariam o mesmo tempo na operação. Mas existem variáveis que não controlamos. Por isso, é fundamental contar com a mesma sorte que tivemos em São Paulo, onde tudo funcionou como um relógio”, observa Andreas Mattheis, diretor-técnico da Medley.

O reabastecimento de 10 litros de combustÁ­vel é obrigatório entre o 20º e o 30º minuto de corrida. Como a área dos boxes tem praticamente a metade do espaço de Interlagos, a velocidade máxima no pit lane e durante as duas voltas de apresentação comandadas pelo pace car foi reduzida de 60 para 55 quilÁ´metros horários. Nos treinos livres da sexta-feira e durante as tomadas classificatórias de hoje, a Medley aproveitou para checar o tempo gasto na desaceleração, parada e volta para a pista. Os números, evidentemente, são um segredo bem-guardado pelos técnicos.

Outra das novidades da temporada – a ampliação do uso e o aumento da potência gerado pela injeção de óxido nitroso – também será uma arma muito mais empregada pelos pilotos do que na abertura do calendário. Neste ano, são seis “tiros” de até sete segundos, com adição extra de 60 cavalos aos 450 do motor V8. “Os dois primeiros realmente são um coice. Vamos ter de saber a hora certa de utilizá-los, porque depois a redução da potência do nitro é acentuada”, avisa Marcos Gomes. Sem tirar tudo do primeiro jogo de pneus na primeira classificação, foi obrigado a recorrer ao segundo para se garantir na segunda e terminou sem chances de ingressar no grupo de elite que disputou a pole.

O grid da Stock Car V8 ficou assim:
1º) Ricardo Mauricio (P3), 2 voltas em 2min07s570 (média de 164s74 km/h)
2º) NonÁ´ Figueiredo (ML), a 1s717
3º) Luciano Burti (P3), a 2s295
4º) Valdeno Brito (CA), a 1s598
5º) Thiago Camilo (CA), a 1s915
6º) Daniel Serra (CA ), a 3s103
7º) Hoover Orsi (CA), 59s944
8º) Ricardo Sperafico (P3), 59s950
9º) Tarso Marques (P3), 59s983
10º) Andre Bragantini (P3), 59s994
11º) Duda Pamplona (ML), 1min00s019
12º) Cacá Bueno (ML), 1min00s022
13º) Marcos Gomes (CA), 1min00s039
14º) Popó Bueno (CA), 1min00s089
15º) Alceu Feldmann (CA), 1min00s167

16º) Antonio Jorge Neto (ML), 59s948
17º) Antonio Pizzonia (P3), 1min00s024
18º) Ingo Hoffmann (ML), 1min00s025
19º) Lico Kaesemodel (ML), 1min00s046
20º) Ricardo Zonta (P3), 1min00s087
21º) Rodrigo Sperafico (ML), 1min00s095
22º) Allam Khodair (CA), 1min00s114
23º) Guto Negrão (CA), 1min00s153
24º) William Starostik (P3), 1min00s156
25º) Norberto Gresse (P3), 1min00s170
26º) Atila Abreu (P3), 1min00s183
27º) Thiago Medeiros (ML), 1min00s217
28º) Giuliano Losacco (P3), 1min00s227
29º) Juliano Moro (CA), 1min00s249
30º) Thiago Marques (P3), 1min00s268
31º) David Muffato (P3), 1min00s322
32º) Pedro Gomes (P3), 1min00s385
33º) Felipe Maluhy (ML), 1min00s411
34º) Carlos Alves (ML), 1min00s889

CA: Chevrolet Astra
P3: Peugeot 307
ML: Mitsubishi Lancer