Stock: Piloto denuncia uÁ­sque e drogas na Stock

Envolvido no acidente que ocasionou a morte de Rafael Sperafico em dezembro de 2007, em Interlagos, o piloto Renato Russo criticou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, os métodos de segurança da Stock Car e fez uma denúncia: “tem piloto que bebe uÁ­sque antes da largada. E fuma maconha, cheira… E faz tempo”.

A entrevista publicada nesta quarta-feira ainda traz um apelo de Renato Russo, que pede a implementação de exames antidoping na categoria com urgência.

“Acho que também tinha de ter antidoping. Desde o ano passado, o Dino Altman (médico da Stock) insiste, mas a Confederação nada faz. Não sei como é o desempenho para melhor porque não uso essas substâncias, mas para pior é que o cara perde totalmente os reflexos – e aÁ­ saem as porradas perigosas. Depois falam que perderam controle, que houve falha do carro”, denunciou.

Em contato com o Terra, a assessoria de imprensa da Stock Car informou que em breve será divulgado um comunicado com a posição da organização sobre o assunto. Porém, foi adiantado que o antidoping deve ser implementado nesta ano na categoria.

Já representantes da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) não foram encontrados para dar a versão da entidade sobre as acusações de Renato Russo.

O acidente ocorrido em Interlagos também trouxe conseqüências para Renato Russo. O piloto perdeu 30 centÁ­metros do intestino delgado e disse na entrevista que pensou em parar de correr após saber que Rafael Sperafico havia morrido.

“Um amigo chegou e deu a notÁ­cia de supetão no hospital. Pedi para ele sair do quarto e fiquei pensando em parar de correr. Mas a famÁ­lia do Cristiano teve acesso ao laudo da necropsia, que aponta que a causa da morte foi depois do primeiro impacto, quando o carro ricocheteou no muro e voltou. Quando eu bati, ele já estava morto”, explicou.

Renato Russo ainda teria apontado mais falhas na segurança da categoria. “Aqui no Brasil tem cara que usa o capacete por 10 anos e ninguém faz nada. A luva não é antichama, a camiseta de baixo é normal e deveria ser antichama”, disse.

Por fim, o piloto apontou falta de união entre os pilotos da Stock Car. “Só três pilotos foram me ver enquanto eu estava no hospital: o Gustavo Sondermann, que é meu amigão, o Rafael Daniel e o Murilo Macedo. Tem gente que nem bom dia dá. Se continuar assim, haverá mais acidentes ainda”, completou, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.