Stock: Thiago Camilo assume a ponta, seguido por Daniel Serra e Ricardo MaurÁ­cio

O paranaense Tarso Marques (Terra) conquistou neste domingo a segunda vitória na Stock Car. De ponta a ponta, o ex-piloto da Minardi na Fórmula 1 ganhou a terceira etapa, disputada em Campo Grande, e se tornou o terceiro vencedor daquela que promete ser mesmo a mais equilibrada temporada da história da categoria.


A liderança também trocou de mãos. Depois de Ricardo MaurÁ­cio (Medley) e Rodrigo Sperafico (Action Power), a ponta da tabela passou para Thiago Camilo (Vogel/Texaco), que recebeu a bandeirada em segundo sob intensa pressão de Marcos Gomes (Medley), campeão da Stock Car Light em 2006 e que completou o pódio.

Apesar dos inúmeros acidentes, quase todos do meio para o final do pelotão, as maiores emoções ficaram para as primeiras e as últimas voltas. O pole Tarso saiu bem e Gomes manteve a segunda colocação do grid, mas não conseguiu impedir a ultrapassagem de Camilo na seqüência de curvas lentas que antecedem a entrada dos boxes. A partir daÁ­, as posições principais praticamente não foram alteradas. Da metade da prova em diante, Gomes foi reduzindo a diferença até encostar definitivamente em Camilo na penúltima volta.

“Eu não estava muito rápido no começo. Além disso, fui obrigado a controlar ninguém menos que Cacá Bueno. Meu carro melhorou do meio para frente da corrida e pude chegar no Camilo. Só que seria muito arriscado tentar uma ultrapassagem sem tocar nele. Eu ainda não havia marcado pontos e estes 16 do terceiro lugar serão importantes para a briga para entrar nos playoffs decisivos”, lembrou Marcos Gomes, que ratificou a condição de melhor estreante do fim de semana da Stock Car no Mato Grosso do Sul e passa a ocupar o 12º na classificação geral.

Além do segundo pódio do ano, a festa nos boxes da Medley também era motivada pela prova heróica de Ricardo MaurÁ­cio. Mesmo com a direção hidráulica quebrada na segunda volta e a conseqüente dificuldade de contornar as curvas com o volante pesado, MaurÁ­cio terminou numa ótima 6ª colocação que o manteve em terceiro no campeonato. “Eu gritava no rádio para avisar a equipe sobre o que estava acontecendo, mas ninguém ouvia. Mexi nas barras e deixei o carro mais dianteiro, porque se ele saÁ­sse de traseira certamente eu escaparia da pista. Neste aspecto, os pneus nacionais também ajudaram, porque são mais duros que os importados do ano passado. E também saÁ­ no lucro, porque minha desvantagem em relação ao lÁ­der caiu de seis para cinco pontos”, comentou.

Tarso, que baixou a pressão dos pneus nos boxes momentos antes da formação do grid, disse que foi uma vitória “difÁ­cil”, apesar da impressão contrária. “O começo foi complicado porque o Camilo estava muito rápido. Meu carro estava traseiro e, por isso, quase saÁ­ várias vezes da pista. Mas eu acreditava que melhoraria a partir da segunda metade da prova, depois das mudanças no acerto que fizemos depois dos treinos classificatórios. Felizmente, deu certo”, completou.

O novo lÁ­der fez um discurso parecido com o do ganhador. “Acho que erramos na calibragem, porque depois de um bom começo o carro foi piorando. A equipe me pedia para manter o ritmo porque o Marquinhos estava se aproximando, mas eu estava andando o mais forte possÁ­vel. Eu imaginava que ele só encostaria mesmo na última volta, e foi o que ocorreu. Tenho de elogiar o comportamento dele, porque outro talvez provocasse um acidente na tentativa de ultrapassagem. E o importante foi conquistar a meta de sair daqui na liderança”, observou Camilo.

Outro destaque da prova foi o aniversariante Guto Negrão, que completava 48 anos neste domingo. Mesmo partindo do fundo do grid – foi o 37º no qualifying -, mostrou a conhecida maturidade para escapar das confusões e ainda completou as 29 voltas na 19ª posição, logo atrás do antigo lÁ­der Rodrigo Sperafico.