500 Milhas Granja Viana: Gaúchos derrotam favoritos nas 500 Milhas Granja Viana

Formada por pilotos conhecidos apenas do meio kartÁ­stico, a equipe dos gaúchos Otávio Bonder, Antonio Francesco Ventre, José Eduardo Ventre, Bruno Pacetti e Lucas Rodrigues não tomou conhecimento do favoritismo dos astros da Fórmula 1 e da Fórmula Indy e conquistou neste domingo a 10ª edição das 500 Milhas Granja Viana. Os vencedores saÁ­ram em segundo, tomaram a ponta na largada e praticamente lideraram as 644 voltas da corrida, encerrada depois de 10h36min26s782. Rubinho e seus companheiros Tony Kanaan, Felipe Giaffone e Dan Wheldon terminaram em segundo, com duas voltas a menos, e foram seguidos por Luciano Burti, Gabriel Dias, Felipe Guimarães e Dennis Dirani.

 


A expectativa de uma luta acirrada entre os times do pole Felipe Massa e de Barrichello, seis vezes campeão na Granja Viana, não vingou. Na largada ao estilo Le Mans, com os pilotos atravessando a pista de encontro aos karts, Massa escorregou, se atrapalhou e caiu para terceiro na primeira curva, enquanto Bruno Pacetti assumia a liderança. Com o motor rendendo abaixo do esperado, Massa ainda perdeu posições, até se recuperar e voltar Á  segunda colocação. Com duas horas de prova, no entanto, o piloto da Ferrari não pÁ´de evitar o choque com um kart rodado Á  sua frente na curva de acesso Á  reta dos boxes. Bateu forte, danificou um eixo e os reparos levaram mais de 30 voltas. Massa ainda voltou e passou o volante para os parceiros João Paulo Bertuccelli, Ruben Carrapatoso e Rafael Daniel, que abandonou definitivamente quando o terceiro motor da equipe apresentou problemas. “Nada pude fazer. Quando vi, mal deu tempo de tentar desviar. Foi uma pena, porque tÁ­nhamos ritmo para chegar bem”, lamentou Massa, que sofrera problema idêntico em 2005, quando também havia saÁ­do na pole.


Os vencedores impuseram um ritmo impressionante. Praticamente não foram ameaçados e as paradas nos boxes limitaram-se Á s trocas de pneus e reabastecimento, além de um susto com o cabo do acelerador. “A gente queria terminar na melhor posição possÁ­vel. Treinamos bastante em Porto Alegre e estávamos com um motor fantástico. Largar em segundo já foi uma grande vitória”, comentou Otávio Bonder, caçula da equipe com apenas 15 anos. “Quando deu o problema no cabo do acelerador bateu um pavor. Se não conseguÁ­ssemos arrumar rápido, desperdiçarÁ­amos a vitória. Porém, construÁ­mos uma vantagem sólida que nos permitiu retornar ainda na liderança. Nossa equipe era muito homogênea e isso contou bastante também. Soubemos respeitar o kart, andando forte, mas sem abusar do equipamento”, completou Antonio Francesco Ventre.


A equipe de Barrichello considerou o segundo lugar um resultado acima da expectativa. “Esse pódio veio na raça e na experiência, porque não tÁ­nhamos um kart em condições de brigar pelos três primeiros lugares. O motor não empurrava. Todos estes anos que disputamos a prova fez um pouco de diferença a nosso favor. Mas o desempenho dos vencedores não nos surpreendeu. SabÁ­amos que eles estavam bem mais rápidos que a gente”, comentou. O velho amigo Kanaan disse que só quem não conhece o kart pode ter se surpreendido com o rendimento dos gaúchos. “Muita gente esquece que a corrida reúne profissionais do kart, como eles. Há muito que conheço o Marcelo Ventre, dono da equipe e ex-piloto. Sabia que tinham condições de vencer”, elogiou.


Piloto e promotor do evento, Felipe Giaffone lembrou que o resultado valoriza ainda mais as 500 Milhas Granja Viana. “Foi muito legal que uma equipe integrada por nomes desconhecidos do grande público tenha levado a melhor sobre os nomes famosos. Mostraram que qualquer time bem-preparado pode ganhar. E eles ganharam na pista, já que não tivemos qualquer quebra ou pane mais séria”, reconheceu. Foi um grande desfecho para 10º aniversário da corrida.”


Burti perdeu o segundo lugar quando restavam apenas 10 voltas. “Parece que espanou o pinhão”, afirmou. “Foi um resultado dentro do que havÁ­amos planejado. Não éramos dos mais rápidos, mas andamos sempre com muita regularidade. E gostei bastante de correr com essa molecada”, comentou.


Formada por cinco deficientes fÁ­sicos, a equipe Igualdade de Todos cumpriu o objetivo de receber a bandeirada final. Apesar das inúmeras paradas para consertos, Paulo Polido, Sérgio Vida, José LuÁ­s Pacheco, Thiago Cenjor e João Jorge não desistiram e completaram 178 das 644 voltas da prova.


Os 10 primeiros na Granja Viana:


1 – Otávio Bonder, Antonio Francesco Ventre, José Eduardo Ventre, Bruno Pacetti e Lucas Rodrigues, 644 voltas em 10h36min26s782
2 – Rubens Barrichello, Tony Kanaan, Felipe Giaffone e Dan Wheldon, a 2 voltas
3 – Luciano Burti, Gabriel Dias, Felipe Guimarães e Dennis Dirani, a 5 voltas
4 – Marcos Juncal, João Roque, Vinicius Juncal, Luiz Roque, Felipe Souza e Osvaldo Badula, a 7 voltas
5 – José Rodrigues, Eduardo Rodrigues, Alberto Rodrigues, Raphael Xavier, Danilo Dirani, Daniel Landi, Caio Travaglini e Daniela Rodrigues, a 8 voltas
6 – Hugo Sola, Daniel Aller, Saul Leite, Felipe Leite e Henrique Carla, a 8 voltas
7 – Glauco Alex, João Petro, Leonardo Nienkotter e Alexandre Ruiz Filho, a 9 voltas
8 – Felipe Leonardos, Lucas Souza e Renan Guerra, a 12 voltas
9 – Nelsinho Piquet, Rodrigo Piquet, Rafael Suzuki, Felipe Nasr e Clemente Faria Jr., a 13 voltas
10 – Glauco Alex, Eduardo Leite, Leonardo Cordeiro, Alexandre Ruiz Flho e Marcelo Oliveira, a 13 voltas


Outras posições finais:


13 – Christian Fittipaldi, Mário Haberfeld e VÁ­tor Meira
15 – Nelsinho Piquet, Rafael Suzuki, Rodrigo Piquet, Clemente Faria Jr. e Felipe Nasr
30 – Rubinho Barrichello, Tony Kanaan, Augusto Farfus Jr., Dan Wheldon e Pedro Bianchini
32 – Ricardo Zonta, José Antonio Castro, Walter Fúria, Marcelo Cardacci, Francesco di Mauro, Antonio Urbano e Geraldo Pavão
37 – Enrique Bernoldi, André Nicastro, Gustavo Sondermann e Pedro Nunes
69 – Felipe Massa, João Paulo Bertuccelli, Ruben Carrapatoso e Rafael Daniel