No Bahrein, domingo passado, um começo de ano desastroso. Na Malásia, na próxima madrugada, possibilidade de recuperação. Ou ver crescerem os riscos da condenação Á subserviência.
Giancarlo Fisichella, Felipe Massa, Juan Pablo Montoya e Rubens Barrichello encaram esse cenário a partir das 4h (de BrasÁlia), na largada para a segunda etapa do Mundial de Fórmula 1.
Pilotos das escuderias que devem protagonizar a disputa pelo tÁtulo, na abertura do campeonato os quatro ficaram atrás de seus companheiros. Que, não por coincidência, foram os quatro primeiros a receber a bandeirada.
Pela Renault, Fernando Alonso venceu e Fisichella abandonou com uma pane hidráulica. Na Ferrari, Michael Schumacher foi o segundo e Massa, o nono. Kimi Raikkonen, da McLaren, completou o pódio e viu Montoya chegar em quinto. Completando o quarteto da frente, Jenson Button cruzou a linha de chegada a 0s632 do finlandês, enquanto Barrichello ficou apenas em 15º.
O quarteto de malsucedidos ainda viveu cenas embaraçosas. Fisichella gritou um palavrão no rádio no momento da quebra, sem saber que sua conversa com o time estava aberta para as emissoras de TV – em Sepang, constrangido, pediu desculpas aos telespectadores.
Montoya, que largou em quinto, foi ultrapassado pelo companheiro, que saiu em 22º. Massa rodou sozinho quando tentava se aproximar de Alonso. E Barrichello, decepcionado, admitiu que ainda não conhece todos os comandos do seu carro.
Situações de corrida, mas que atrapalharão seus planos para o campeonato caso de repitam na Malásia. Ainda mais numa temporada que se insinua a mais disputada dos últimos anos. Desde 1999, a Fórmula 1 não assiste a quatro concorrentes reais pelo tÁtulo.
Na ocasião, Mika Hakkinen, David Coulthard (ambos na McLaren), Eddie Irvine (Ferrari) e Heinz-Harald Frentzen (Jordan) chegaram ao antepenúltimo GP com chances de tÁtulo.
Antes, concorrência parecida só em 86, entre Alain Prost (McLaren), Nelson Piquet e Nigel Mansell (dupla da Williams) e Ayrton Senna (Lotus). Deu Prost.
Buscando enfim “estrear” pela Ferrari, Massa tira seu corpo e o de Barrichello da discussão. Por ora, ele acredita que a fogueira só vale para Montoya e Fisichella.
“Se a gente olhar, houve uma diferença muito grande na McLaren e na Renault no primeiro GP. Na Ferrari, não. Classificamos os carros no mesmo tempo e o ritmo de corrida foi igual”, disse. “E é claro que num Mundial assim é importante para a equipe ter os dois carros competitivos”.
Barrichello concorda que as quatro equipes estão muito próximas umas das outras. “Eu acredito que aqui a gente tenha uma chance boa. O desempenho da Ferrari no Bahrein foi uma surpresa pra mim, parece que eles resolveram parte dos problemas nos pneus. A Renault é sempre a Renault, e a McLaren deve vir bem forte também”, afirmou.
Para Fisichella, o retrospecto ruim de 2005, ironicamente, serve de conforto. “No ano passado eu comecei vencendo [na abertura do Mundial, na Austrália], mas não adiantou nada. Isso mostra que ir bem na primeira corrida é válido, mas não decisivo”, falou.
Já Montoya confia em algo ainda menos palpável, uma certa quÁmica entre ele e o circuito. “Eu amo correr em Sepang. É uma pista que se encaixa no meu estilo”, disse o colombiano da McLaren, antes dos primeiros treinos, quando quebrou na saÁda dos pits, rodou e terminou nove posições atrás do parceiro.
Fonte: Folhapress