Copa Clio: Clio é um novo carro”, diz Kubrusly

Piloto foi o primeiro a testar o hatch da Renault com o motor F4R: “As reações são outras e o carro está muito mais exigente – e divertido também”

Os pilotos que participarão da etapa de abertura da Copa Renault Clio no próximo final de semana (20), em Curitiba (PR), estarão ao volante de um carro completamente diferente. Esta é a avaliação do piloto Luciano Kubrusly, que realizou os testes iniciais com o motor F4R de dois litros, que em 2008 substitui a unidade K4M de 1,6 litro que equipou a categoria até o ano passado. “O desempenho foi realmente uma ótima surpresa. O carro ficou muito mais ‘divertido’, ou seja, está mais agressivo e exigente do ponto de vista técnico”, explicou Kubrusly, que experimentou a nova motorização em Interlagos.


O objetivo do teste era checar as adaptações e o comportamento do hatch com o novo motor. “Por isso não nos preocupamos em acertar a suspensão do carro, a meta era apenas verificar o funcionamento do F4R”, explica o piloto. “O motor também tinha alguns detalhes a serem melhorados, e ainda não estava com a centralina correta. Mas mesmo assim o resultado foi muito bom. Do ponto de vista do piloto, que sempre gosta de explorar limites de aceleração e freada, as sensações foram muito boas. Você sente nitidamente que há muito mais torque disponÁ­vel, então as retomadas de curva são bem mais pronunciadas. Na subida da reta dos boxes, por exemplo, passei dos 5,6 mil giros, enquanto que com o motor anterior apenas chegava aos 5 mil. E isso por que estava com a centralina errada e ainda faltavam vários ajustes”.


Nas freadas, no entanto, Kubrusly não sentiu tanta diferença. “Mas isso se deve ainda ao fato de o motor não estar bem acertado para chegar ao seu rendimento máximo em termos de velocidade final”, explica ele. “Mas nas saÁ­das de curva, como disse, o torque chamava muito a atenção. A frente te puxava muito mais (o Clio tem tração dianteira), pois as rodas agora têm mais força disponÁ­vel”.


Novos truques ­- O piloto acredita que o novo equipamento da Copa Renault Clio vai alterar a rotina dos competidores. “Vamos ter que aprender alguns truques”, diz ele. “Qualquer coisa que você fizer com o acelerador, agora, vai ter um resultado diferente do que tÁ­nhamos antes. Por exemplo, se você atacar a curva da mesma forma como em 2007, vai acabar logo com os pneus, pois a frente vai desgarrar. Tanto a sensibilidade do piloto quanto o acerto do carro precisam ser revistos”.


Estes detalhes serão bem visÁ­veis já nos treinos da etapa de estréia da temporada. “Estou muito curioso para ver como faremos o Esse de alta velocidade lá de Curitiba, que é muito veloz e é decisivo em termos de definir se sua volta será boa ou ruim”, comenta Luciano Kubrusly. “Até o ano passado, nós engatávamos a quarta marcha e fazÁ­amos as duas pernas do Esse de pé no fundo do acelerador. Agora, não sei se vai dar. Vamos ter que ir experimentando até achar o novo limite do carro. É um detalhe que pode decidir muita coisa na corrida ou na sua posição no grid”.