Dakar: Chuva forte causa redução de 325 quilÁ´metros na etapa de hoje, Paulo Pichini e Lourival Roldan lamentam mais uma etapa reduzida

A constante redução de percursos leva a crer que nem a organização da prova imaginava ter que lidar com tantas dificuldades.

Um Dakar diferente. Quase intransponÁ­vel. A ASO, empresa organizadora do Dakar, parece estar passando por mais dificuldades que seus competidores para levar a edição sul americana da prova até o final.

Na manhã de hoje, a organização informou aos participantes que devido a uma chuva torrencial que castigou as regiões de La Rioja e Córdoba, parte do percurso da especial (principalmente o inÁ­cio dele) desta sexta-feira, 13ª etapa da competição, está intransponÁ­vel.  Desta forma, os competidores terão um deslocamento inicial de mais de 360 quilÁ´metros até o check point 4, originalmente no quilÁ´metro 324 da especial, e de lá partem para o trecho cronometrado que passa a ter 220 quilÁ´metros. O deslocamento final será de 47 quilÁ´metros.

O percurso inicial era de 161 quilÁ´metros de deslocamento até a largada da especial, 545 de trecho cronometrado e 47 de final, totalizando 753 quilÁ´metros no dia.

 

“O senso comum que paira aqui é que a organização na tentativa de fazer uma edição dura e marcante, e isso têm haver com a troca de continentes, acabou criando um rali intransponÁ­vel por não dominarem bem as varáveis da região. Os terrenos daqui podem lembrar muito certos trechos africanos, mas as caracterÁ­sticas climáticas são outras, por exemplo. Prova disso é que ontem, enquanto as motos e carros ponteiros fizeram a especial inteira, nos fomos parados pela organização no km 178 e informados que nossa especial acabava ali. Insistimos para continuar, mas a organização foi irredutÁ­vel”, comenta Pichini.

 

Esta foi Á  sétima vez que a organização da prova cancelou parte de um trecho. Essas mudanças começaram a acontecer a partir do sexto dia de competição, e repetiram-se ao longo das etapas seguintes.

O Dakar tradicionalmente sofria mudanças em seus percursos por motivos geralmente polÁ­ticos, chegando a tirar um paÁ­s inteiro de seu roteiro, como aconteceu em 2007 com a saÁ­da do Mali do percurso da prova, ainda antes da largada em Lisboa.

Porém, nunca se viu um Dakar com tantas mudanças constantes no decorrer da competição. Para muitos, isso significa que a organização está trabalhando para que os competidores consigam concluir esta edição.

 

“Ouvi falarem que a especial de ontem foi a mais dura desta edição. Eu particularmente não acho, penso que graus diferentes de dificuldades marcaram algumas etapas. Eu creio que ontem, ao ser impedido de continuar na especial, o objetivo da organização era evitar mais problemas. SabÁ­amos que muitos competidores estavam parados nos quilÁ´metros para trás e com certeza outros tantos também estavam Á  frente. Sem essa redução, boa parte deles ficaria por lá e não largaria hoje. A organização sabe que errou a mão e tenta agora dar um jeito na situação. Mas por outro lado é como se não nos deixassem provar que somos capazes de fazer o percurso inteiro. Sinto que eles se preocupam com o grande número de baixas e claro, com a nossa segurança, mas a verdade é que estão loucos pra ver esta edição acabar.”, conclui Pichini.

 

Com o atraso divulgado, neste momento os competidores seguem em deslocamento para a largada da especial. As motos começam partir as 12h35 horário de BrasÁ­lia. Quadriciclos as 12h57, carros as 14h54 e caminhões as 16h59.

Somadas as quilometragens de hoje e amanhã, faltam apenas 1.545 quilÁ´metros , dos 9.547 totais, para a chegada a Buenos Aires.