Dakar: Em dia de fesh fesh Pichini/Roldan chega no parque fechado as 5 horas da manhã de hoje

A dupla brasileira tem dia de dificuldades e perseverança no maior rali do mundo.

Dentre as muitas dificuldades encontradas em um Dakar, há várias que podem te deixar arrasado. Mas seja qual for o problema a ser enfrentado uma coisa é certa: ninguém quer ficar pelo caminho, ainda mais no segundo dia de rali.

“Fiz quase 800km´s sem embreagem e trocando marcha no tempo, trazendo o carro no braço, para conseguir chegar ao final do segundo dia de prova. São 5 horas da manhã, eu estou destruÁ­do de cansaço, mas cheguei, conseguimos”, comemorou Pichini ao entrar no parque de trabalho somente na manhã de hoje.

Determinação. Um rali exige perseverança, fé de que é possÁ­vel superar o que vem pelo caminho e a certeza de que a palavra desistir não existe no vocabulário de um Dakar.

O que aconteceu?
A vilã tem nome: embreagem.

Paulo e Lourival ao entrarem na especial de ontem, deram de cara com muito fesh fesh (uma areia fina, muito fina). Esse fesh fesh levanta uma poeira inacreditável, e deixou muitos competidores em apuros. No caso da nossa dupla de estreantes, essa areia fina, impregnou no carro e ainda no km 5 eles começaram a perder embreagem. No km 30 acabou a embreagem acabou totalmente.

“Ficamos parados esperando ajuda. Eram meio dia e nosso caminhão de apoio rápido nos alcançou. Mas a troca da embreagem não foi simples, complicou-se e foram necessárias 7 horas para deixarmos o carro pronto para voltar Á  prova” contou Lourival.

“A partir daÁ­ achamos que nossos problemas estavam resolvidos, mas apenas 3 km´s depois lá se foi nossa embreagem novamente. Graças a Deus, desta vez, o carro conseguiu rodar e assim, fiz os 800km´s que ainda faltavam para a chegada trocando marcha no tempo”, conclui Pichini   

E para dificultar ainda mais as coisas, apesar do deslocamento ser de asfalto, e eles acharem que o pior já tinha passado, eis que, um dos pneus estorou na estrada.

“Fui um susto! O pneu estorou de repente, controlei o carro e pensei: caramba, hoje deve ser o nosso dia de teste de resistência. Mas, tudo bem, não vamos desistir. Estou no Dakar, nada aqui é fácil, vim para superar tudo isso, não vou me deixar abater”, desabafou Paulo Pichini esta manhã, ao conseguir chegar.

Paulo Pichini sabe que toda e qualquer situação precisa ser superada. E para isso, não basta apenas ser guerreiro, é preciso ser muito, muito determinado.

E tem mais, para não ser desclassificado, seja qual for o problema que um competidor enfrentar no trecho em jogo, ele precisa dar “jeito” e terminar todo o percurso. A cada dia de competição, o rali mantém uma média de 30 check points virtuais que obrigatoriamente devem ser cumpridos. A tolerância é que apenas dois possam ser desconsiderados, e aÁ­, caso uma dupla deixe, por exemplo, de cumprir 3 deles, esta desclassificada. Além disso, é preciso largar diariamente.

Neste momento, Paulo e Lourival descansam enquanto sua equipe de apoio, a portuguesa Red Line faz os reparos necessários para mais um dia de rali. E os desafios não serão poucos, o Dakar chega hoje a tão esperada PatagÁ´nia que traz com ela novas dificuldades para os competidores.

Etapa 3 – Puerto Madryn/Jacobacci (Argentina)
Deslocamento: 70 km
Especial: 616 km
Deslocamento: 8 km
Total do dia: 694 km

Nesta segunda-feira, dia 5 de janeiro, os competidores vão enfrentar um dia de especial bem dura, com pouco mais de 600 quilÁ´metros. Será a chegada na PatagÁ´nia, onde haverá uma significativa mudança de terreno, exigindo muita pilotagem. O cenário do dia terá diversos lagos e muitas curvas.

Paulo Pichini e Lourival Roldan têm o patrocÁ­nio de Getronics e Cisco.