F1: Acidente fatal de Gilles Villeneuve completa 30 anos

Personalidades da F-1 relembram o espetacular canadense, que, mesmo sem ser campeão, é um dos maiores Á­dolos da história

No ano em que Gilles Villeneuve sofreu seu acidente fatal em Zolder, 1982, o Brasil disputou uma Copa do Mundo com um dos melhores times de sua história. Com Zico, Sócrates e Falcão e o comando de Telê Santana, era um time que se preocupava em atacar sempre, em dar espetáculo. Ainda que não tenha tido levado o tÁ­tulo, ficou na memória de muita gente pelo futebol encantador que apresentava.

O paralelo com o piloto canadense é inevitável. Em 67 corridas disputadas, Villeneuve venceu apenas seis. Mas até hoje habita o imaginário de quem o viu correr, por estar sempre explorando os limites do carro – e muitas não se conformando com eles e tentando ir além. O LANCENET! ouviu algumas personalidades da Fórmula 1 que confirmam esse encantamento:

– Gilles era especial. Um tipo que empolgava os torcedores porque estava sempre dando o máximo, seja com o carro de lado ou mesmo andando em três rodas. Ele pode ter exagerado na pilotagem mais que outros, mas estava sempre guiando com o coração, talvez mais até do que com a cabeça – afirmou o tricampeão mundial Jackie Stewart.

Outra lenda da categoria que demonstra enorme respeito quando fala em Gilles Villeneuve é Niki Lauda. O austrÁ­aco aponta que, além do que demonstrava nas pistas, Gilles também tinha uma personalidade fascinante fora delas.

– Personalidade, carisma, um super talento na pilotagem: são coisas que marcam as pessoas e é por isso que ele é ainda tão lembrado hoje. A Ferrari teve muitos pilotos, mas ele foi um dos pelos quais Enzo Ferrari mais tinha carinho pois literalmente encarnava o espÁ­rito da equipe.

Nesta terça-feira, data do 30º aniversário de sua morte, a Ferrari homenageia o canadense colocando seu filho Jacques Villeneuve para pilotar em Fiorano o modelo que Gilles utilizou no Mundial de 1979, quando foi vice-campeão.

FRASES

Bruno Senna
Gilles era um piloto extremamente agressivo, tinha um estilo de pilotagem muito bonito de assistir. Acho que ele pagou o preço por esse estilo dele, bastante arrojado, em uma época em que a segurança do carro era baixa. Mas era bonito de ver.

Felipe Massa
Um piloto agressivo, espetacular de ver guiando. Lógico que era um outro tipo de carro, com o qual todos os pilotos andavam de lado, o que não existe hoje em dia. Era uma época em que havia muito menos efeito da aerodinâmica do que hoje. Mas ele mesmo assim se destacava em meio aos outros, passava por cima, pelo meio, por baixo, por onde fosse.

Fernando Alonso
Eu não vi ele correndo na tevê e, por isso, não tenho muitas lembranças. Mas sinto muita emoção em Maranello quando se fala nele, é um piloto até hoje muito querido dentro da Ferrari. Eu conheci Jacques (Villeneuve) melhor, fomos companheiros de equipe por quatro corridas na Renault, ele é uma pessoa fantástica e temos uma boa amizade até hoje.