F1: Advogado ‘orgia de Mosley foi depravação’

Em uma audiência realizada nesta segunda-feira, o advogado de um jornal britânico respondeu ao presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, afirmando que a orgia sadomasoquista envolvendo o dirigente era um exemplo de “verdadeira depravação” e não um “mero jogo sem maiores consequências”.

Mosley está processando o tablóide News of the World sob a acusação de que o jornal violou a privacidade dele ao publicar fotos de uma orgia sadomasoquista das quais participaram ele e cinco prostitutas.


O periódico disse que a sessão teve inspiração nazista – uma questão delicada para Mosley, cujo pai, Oswald, foi lÁ­der da União Britânica de Fascistas, uma organização existente antes da Segunda Guerra Mundial – e que a reportagem tinha interesse público.


O presidente da FIA conseguiu permanecer em seu cargo apesar das tentativas feitas por algumas organizações nacionais de automobilismo para derrubá-lo.


O caso também criou problemas para os serviços secretos da Grã-Bretanha após ter sido revelado que a dominatrix responsável por filmar a orgia e vender a história era a mulher de um agente do MI5. A agência afirma não ter nenhuma relação com a filmagem secreta.


Apresentando as argumentações finais em defesa do News of the World, na Suprema Corte de Londres, o advogado Mark Warby disse que os representantes legais de Mosley haviam tentado apresentar a orgia como “algo semelhante a um mero jogo sem maiores consequências”.


“Houve uma tentativa, e acreditamos que uma tentativa claramente deliberada, de transformar isso tudo em algum tipo de farsa ou para fazer parecer que isso fosse uma tremenda piada”, afirmou.


“A orgia foi descrita como algum tipo de atividade respeitável, na qual se observaram as mais rÁ­gidas precauções de higiene e segurança como se ela estivesse sendo realizada segundo determinaria a ‘Autoridade Reguladora do Bondage e do Sadomasoquismo’”, disse.


Segundo o advogado, a verdade era outra. “Houve uma forma de corrupção da personalidade. Houve, sugerimos, uma verdadeira depravação”, disse.


O defensor de Mosley argumentou que o suposto tema nazista da orgia havia sido inventado pelo jornal com o único objetivo de “divulgar um material escandaloso”.


“E ponto final”, disse ao juiz, acrescentando que o jornal havia agido “em total desrespeito” aos direitos de Mosley. A audiência continua a ser realizada, com final previsto para o final do dia.


Fonte: Reuters