F1: Análise técnica de Montreal, por Luiz Razia

Categoria máxima do automobilismo mundial se prepara para uma das corridas mais agitadas do campeonato; pneus e freios serão primordiais para uma boa atuação

A Fórmula 1 faz um intervalo na temporada europeia e cruza o oceano para disputar uma das corridas mais movimentadas do ano, o GP do Canadá de F-1. A prova é marcada por mudanças de posições constantes, por conta do alto nÁ­vel de exigência de partes do carro e do traçado rápido, de alta velocidade, que já proporcionou finais espetaculares, como o da edição de 1991, quando Nelson Piquet venceu sua última corrida após Nigel Mansell deixar o carro morrer enquanto comemorava na última reta.

O circuito, localizado na Ilha de Notre-Dame, entrou no calendário em 1978, após o GP, disputado desde 1967, ter sido realizado nos circuitos de Mosport e Mont-Tremblant. Curiosamente, a ilha não é natural, e foi palco de provas de remo nas OlimpÁ­adas de 1976. O traçado de 4.361 metros é semi-permanente e pode ser percorrido a pé a qualquer época do ano. Além da Fórmula 1, recebe também provas de Grand-Am e Nascar Nationwide Series.

Entre as principais caracterÁ­sticas da pista estão as longas retas, cortadas por chicanes, e a proximidade das barreiras de proteção da pista, o que praticamente não permite erros, como em um circuito de rua. O circuito possui uma das curvas mais famosas do calendário: a chicane final, cujos muros já foram “visitados” por muitos pilotos importantes, como Michael Schumacher e Damon Hill, rendendo o batismo de “Muro dos Campeões”. Nesta pista, os Á­tens mais importantes são os freios. Confira uma análise técnica do circuito feita por Luiz Razia, terceiro piloto do Team Lotus abaixo ou em vÁ­deo, clicando aqui.

Aerodinâmica
“Essa será a primeira corrida que as equipes trarão o pacote de baixo downforce para ganhar tempo nas retas. O importante nessa pista tambem é o equilibrio entre baixo Á­ndice de pressão aerodinâmica e o grip da pista, que melhora bastante durante o final de semana. É interessante ver que equipes vão evoluindo durante o final de semana.”

Freios
“É a segunda pista com mais exigência de freios do campeonato depois do Bahrein. As equipes aqui usam os dutos dianteiros e traseiros para refrigerar os discos e pinças maiores para entrar mais ar e ter mais rapidez e melhor eficiência durante a corrida.”

Pneus
“Apesar de os pneus serem os mesmos de MÁ´naco (compostos macios e supermacios), o pouco uso da pista e o asfalto abrasivo fazem com que a expectativa do consumo de borracha seja alto, o que torna praticamente impossÁ­vel acontecer como em MÁ´naco, quando teve piloto que fez uma única parada nos boxes.”

Motor
“Aqui no Canadá a maioria das equipes colocam motores novos devido a demanda nas retas por potência e velocidade. Eles são muito exigidos na reta que leva Á  chicane final, quando os pilotos atingem velocidades superiores a 320 km/h.”

Estratégia
“Acho que três paradas estará dentro do normal para as equipes que irão para o Q3. Talvez podemos ter quatro paradas para aquelas que tem um desgaste maior dos pneus.”

Asa móvel e Kers
“Pela primeira vez, teremos dois setores para o uso da asa móvel: a última reta e a reta dos boxes, que são separadas por uma chicane. Acredito que causará um grande impacto. Já o Kers pode, sim, fazer bastante diferença para ultrapassagens e ajudar para a qualificação também.”