F1: Análise técnica do Istambul Park, por Luiz Razia

Confira um estudo detalhado dos efeitos do circuito, palco da quarta etapa da temporada, nos carros da categoria; veja análise também em vÁ­deo

Apesar de todos considerarem o GP da Turquia como o Á­nicio da temporada europeia da Fórmula 1 neste fim de semana, o palco da quarta etapa da temporada 2011, o circuito de Istambul Park, curiosamente, fica em Pendik, no lado asiático da cidade mais populosa do paÁ­s. No entanto, pela proximidade óbvia do Velho Continente, das equipes e pilotos, o GP da Turquia é considerado, na prática, como o inÁ­cio da fase europeia.

O circuito de Istambul Park, conhecido inicialmente como Istambul Otodrom, é considerado pelo chefão da F-1, Bernie Ecclestone, como a melhor pista do mundo. Desenvolvido pelo badalado projetista alemão Hermann Tilke, a pista turca é uma das cinco pistas do calendário com o traçado anti-horário, unindo-se a Interlagos (Brasil), Cingapura, Coréia e Abu Dhabi, e possui a curva mais difÁ­cil do calendário, a oitava do circuito, apelidade como “Diabólica”, em referência á Curva Parabólica, de Monza. São quatro tomadas diferentes para o trecho, feito em alta velocidade e aplicando uma força cinco vezes maior que a da gravidade no corpo dos pilotos.

Confira uma análise técnica do circuito feita pelo brasileiro Luiz Razia, terceiro do Team Lotus na Fórmula 1 e representante do Team AirAsia na GP2, que também corre neste fim de semana. Abaixo dos tópicos, há um link com um vÁ­deo feito pelo próprio piloto, que pode ser divulgado livremente pelos sites que tiverem interesse.

Aerodinâmica
“A pista tem apenas duas curvas muito rapidas, a 3 e a 8, mas a aerodinâmica é uma elemento sempre importante, tanto para curvas rápidas quanto para freadas, além de estabilidade em curvas de baixa. Creio que os carros mais velozes na curva 8, especialmente, levarão vantagens sobre os outros, mas tudo é questão de equilÁ­brio mecânico e aerodinâmico.”

Motor
“As equipes devem colocar motores novos para essa corrida, por ser o inÁ­cio da fase europeia, e especialmente no sábado, para a classificação. Na GP2, por exemplo, não podemos trocar motor, mas meu companheiro atingiu o limite e trocou na última sessão de testes coletivos. Eu ainda não cheguei na quilometragem e trocar somente na etapa de Barcelona, mas creio que ainda não é hora para se preocupar com esse fator.”

Câmbio
“A sétima marcha é muito importante, pois a equipe precisa acertar o quanto de vento teremos para classificação e a corrida, além de pensar que, na prova, somente algumas vezes iremos usar a asa móvel, ao contrário dos treinos, quando ela é liberada”

Freios
“Esta corrida tem um nivel mediano de utilização dos freios. Apesar de existirem três pontos com freadas fortissimas, a pista não é tao dura com os discos. O importante é combinar estabilidade de freada com aerodinâmica.”

Pneus
“Acho que a pista sera muito dura no pneu dianteiro direito, pelo fato da curva oito chegar quase a 5G de força centrÁ­fuga, e por mais de cinco segundos. As equipes estarão de olho nesse fator desde o começo do final de semana.”

Estratégia
“Três paradas é aquilo que penso que irá acontecer, mas acredito que não será uma má ideia se alguma equipe quiser arriscar fazer o Q3 com pneus duros, sabendo que não vai brigar pela pole, e colocar três pneus moles durante a corrida, dada a obrigatoriedade do uso dos dois compostos. Vale lembrar que o tempo de pit stop na Turquia nao é tao crucial.”

Asa móvel/Kers
“A asa móvel foi autorizada para ser usada na reta oposta, não na reta principal, como eu imaginava. É muito longa e existe uma curva feita ‘flat’, com o pé embaixo no acelerador, o que não achei ideal. Já o Kers será muito importante na parte de baixa da pista.”

Link do vÁ­deo: http://www.youtube.com/watch?v=pDya6pp805I