F1: ‘Circuito da Turquia é um dos que mais exige do carro e do piloto’, destaca Nelsinho Piquet

Circuito que recebe a sétima etapa do Mundial de Fórmula 1 possui a famosa curva 8, contornada em três estágios e a mais de 250 km/h.

O Mundial de Fórmula 1 passa no próximo final de semana (05 a 07/6) pelo circuito de Istambul, na Turquia. Um dos mais modernos do calendário da categoria – inaugurado em 2005 – o traçado turco, com 5.338 metros de extensão, também é um dos mais exigentes para os carros. Isso porque em uma volta na pista os bólidos enfrentam diferentes nÁ­veis de solo e trechos com sequências de curvas rápidas mesclados Á queles com curvas mais lentas. “O acerto do carro na Turquia é um desafio Á  parte. Você precisa de um bom grip mecânico para contornar curvas a 80 km/h e também tem que ter um carro equilibrado nas curvas de alta, sem poder apelar para muita pressão aerodinâmica, do contrário perde-se muito tempo na primeira metade da volta”, explica o brasileiro Nelsinho Piquet, da equipe ING Renault.

Se por um lado o autódromo da Turquia apresenta boas condições de asfalto e zebras, que não desgastam demais a suspensão dos carros, por outro lado é um circuito de difÁ­cil ultrapassagem. Na primeira metade da pista, que possui o trecho com curvas de alta velocidade, é muito difÁ­cil ganhar posições. O melhor ponto, segundo os pilotos, fica na curva 12 – logo após a maior reta da pista, que tem 720 metros de extensão. “A freada da curva 12, além de ser a mais forte do circuito, também é crucial para um bom tempo de volta. Um erro ali e você perde a trajetória ideal para contornar a sequência de curvas de baixa que vêm a seguir e, consequentemente, isso custa muito tempo”, comenta Nelsinho.

O GP da Turquia também marca o encontro dos pilotos com uma das curvas mais desafiadoras da temporada. A chamada curva 8, na verdade, reúne três raios diferentes, mas os carros da Fórmula 1 a contornam em uma única trajetória. A mais de 250 km/h durante esse contorno, a aceleração lateral aplicada sobre o pescoço dos pilotos pode chegar a 5G – medida adotada na Fórmula 1 que equivale a cinco vezes a força da gravidade. “Não há nada igual a essa curva em toda a temporada”, ressalta Nelsinho Piquet. “É muito desgastante fisicamente, parece que não vai terminar nunca e também exige muito dos pneus”, comenta o piloto, que conclui: “Apesar de os carros terem menos aerodinâmica neste ano, agora nós temos os pneus slick. Então acho que ainda é possÁ­vel contornar essa curva quase de pé embaixo o tempo todo, como fazÁ­amos no ano passado”.

Outro fator que exige da preparação fÁ­sica dos pilotos é o sentido anti-horário do circuito. Ou seja, a maior parte das curvas é para o lado esquerdo – que só acontece na Turquia e no autódromo de Interlagos, no Brasil, durante a temporada da Fórmula 1. Com a maior parte da pressão diferente do usual nas corridas, os competidores costumam intensificar o treinamento na musculatura do pescoço antes dessas provas.

Para Nelsinho Piquet a pista traz boas recordações. Nas duas temporadas em que disputou a Fórmula GP2, o brasileiro pontuou em todas as provas que disputou na Turquia – inclusive marcando a pole-position e vencendo a etapa de 2006, quando foi vice-campeão da categoria. O autódromo fica no lado asiático da Turquia, mais precisamente em Kutrkoy – próximo do Estreito de Bósforo – e cerca de 50 km ao norte de Istambul. O local é marcado por uma enorme área verde do paÁ­s e pela proximidade com o aeroporto Sabiha Gokcen, que também foi inaugurado recentemente.

Diretor executivo do departamento de engenharia da equipe ING Renault, Pat Symonds revelou que o modelo R29 deve receber algumas novidades para a etapa do final de semana. “O foco principal das nossas atualizações para a Turquia ficou na parte aerodinâmica, que é muito exigida nessa pista. Os principais elementos novos estão na asa dianteira, que tem papel fundamental no desempenho aerodinâmico do carro por ser o primeiro contato com o ar e determinar todo o fluxo por cima do bólido”, ressalta Symonds. “Tivemos um bom desempenho em MÁ´naco, quando fizemos a quarta melhor volta da corrida, bem próximos do ritmo dos lÁ­deres. Estou contente com o trabalho de evolução que a equipe vem fazendo, mas não totalmente satisfeito enquanto não formos ao pódio”, conclui.

Os treinos para o GP da Turquia de Fórmula 1 começam na próxima sexta-feira. Confira a programação do final de semana (horários de BrasÁ­lia):

Sexta-feira – 05/6
Treino livre 1 – 4h Á s 5h30
Treino livre 2 – 8h Á s 9h30

Sábado – 06/6
Treino livre 3 – 5h Á s 6h
Classificação – 8h

Domingo – 07/6
Corrida – 58 voltas – 9h