F1: Com Campos ‘salva’, sonho norte-americano com a USF1 está próximo do fim

Há pouco menos de um ano, Ken Anderson e Peter Windsor anunciaram ao mundo a criação de uma equipe norte-americana na Fórmula 1, a USF1, aproveitando a abertura a novas escuderias promovidas pelo então presidente da FIA Max Mosley. Com a confirmação da venda da equipe Campos e a sua consequente participação no campeonato, o time criado nos Estados Unidos está próximo de ceder a vaga para a Stefan GP.

Criada pelo empresário Zoran Stefanovich com garantias financeiras,a Stefan comprou o espólio da escuderia Toyota e irá ao Bahrein, primeira prova da temporada no dia 14 de março, para entrar no lugar de uma equipe que não tenha condições financeiras de correr. Ainda no final de fevereiro, a Stefan fará um teste em Portimao, em Portugal.

Para pilotar o SF01, carro da Stefan, o japonês Kazuki Nakajima, que não teve o contrato renovado pela Williams após correr durante as temporadas de 2007, 2008 e 2009, foi confirmado. A outra vaga pode ficar com o canadense Jacques Villeneuve, campeão mundial em 1997, que negocia o acordo. A equipe afirma já ter quase todos os detalhes prontos para correr, inclusive tendo anunciado que o carro será vermelho e já terá patrocinadores.

Apesar do pouco tempo de vida, a história da USF1 tem vários capÁ­tulos interessantes a começar pela formação inicial da equipe, que teria a intenção de promover a entrada da piloto Danica Patrick, da Fórmula Indy, na Fórmula 1 ao lado de um outro piloto norte-americano, com vários nomes sondados como o de Marco Andretti, também da Indy.

Como garantia de conhecimento do “assunto Fórmula 1”, os norte-americanos destacaram a experiência de Ken Anderson como engenheiro de carros de Fórmula 1 e o conhecimento de Peter Windsor, jornalista que cobriu temporadas da principal categoria automobilÁ­stica.

Depois de muito tempo em silêncio, a equipe causou estranheza ao anunciar a sua base em Charlotte, nos Estados Unidos, e o seu centro de desenvolvimento em Aragon, no norte espanhol, local pouco adequado em relação ao das outras escuderias. Em um vÁ­deo divulgado em dezembro de 2009, a USF1 mostrou um escritório comum, sem evidências de que este pertencia a uma escuderia, além de apresentar um túnel de vento com tamanho inadequado para se testar um carro de Fórmula 1.

Em janeiro deste ano, os dirigentes da equipe norte-americana foram Á  Casa Rosada, sede do governo argentino, para encontrar a presidente do paÁ­s, Cristina Kirchner e anunciar a contratação do piloto Jose MarÁ­a López, contando com uma quantia que seria desembolsado pela Argentina para bancar a estreia de seu piloto na Fórmula 1. Mas na sexta-feira a secretaria de Turismo do paÁ­s fez um comunicado negando o depósito de US$ 200 mil, dos US$ 830 mil que seriam pagos para López correr na equipe.

“Um compromisso em tal sentido só se concretizaria no caso de efetivar a entrada do piloto em uma escuderia”, informa a secretaria em nota publicada pelo jornal argentino Olé. O pai de Jose MarÁ­a Lópezjá  estaria em negociação para o piloto correr ao lado do brasileiro Bruno Senna na equipe Campos.

E apesar de um comunicado no microblog Twitter da USF1, dizendo que a equipe não saiu da Fórmula 1, a imprensa especializada em automobilismo na Europa aposta que os norte-americanos não estarão no grid e que caso isso ocorra, será um milagre. Com a falta de pagamentos e um planejamento duvidoso, nos Estados Unidos já é esperado o momento do anúncio de Peter Windsor e Ken Anderson de que o sonho acabou.

Fonte: UOL