F1: Lauda falece aos 70 anos

O austrÁ­aco Niki Lauda, Tricampeão Mundial de F-1 (1975/1977/1984), faleceu nesta segunda-feira aos 70 anos.

Lauda era atualmente presidente não executivo da Mercedes, e havia passado por um transplante de pulmão na metade do ano passado. O austrÁ­aco teve alta apenas dois meses depois.

“É com profundo pesar que anunciamos que nosso querido Niki morreu de forma pacÁ­fica ao lado de seus familiares. Suas conquistas únicas como atleta e empreendedor são e continuarão inesquecÁ­veis, seu incansável entusiasmo pela ação, sua franqueza e sua coragem permanecerão como um modelo e uma referência para todos nós. Ele era um marido, pai e avÁ´ amoroso e carinhoso longe do público, e sentiremos a sua falta”, informou o e-mail assinado pela famÁ­lia Lauda.

Lauda disputou a F-1 de 1971 a 1979 e 1982 a 1985, conquistando três tÁ­tulos mundiais. Os dois primeiros, pela Ferrari (1975 e 1977) e o terceiro pela McLaren (1984).

O austrÁ­aco estreou na F1 no GP da Áustria de 1971, com um March 711 oficial. No ano seguinte fez a sua primeira temporada completa, pela March Racing Team.

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Em 1973 foi contratado pela BRM, conquistando os seus primeiros pontos com o quinto lugar no GP da Bélgica.

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Contratado pela Ferrari em 1974, formou dupla com o suÁ­ço Clay Regazzoni, seu parceiro na BRM no ano anterior, e que retornava a equipe italiana.

 

Conquistou a sua primeira vitória no GP da Espanha, vencendo pela segunda vez na Holanda. No ano foram também nove poles, em 15 GPs.

Lauda dominou a temporada de 1975, com cinco vitórias (MÁ´naco, Bélgica, Suécia, França e EUA). Marcando novamente nove poles, em 15 provas.  Conquistou o tÁ­tulo com 64,5 pontos, 19,5 a mais do que o vice- o brasileiro Emerson Fittipaldi, da McLaren.

Em 1976, Lauda caminhava para o bicampeonato. Havia vencido cinco (Brasil, África do Sul, Bélgica, MÁ´naco e Grã-Bretanha), das nove primeiras provas. E liderava o campeonato com 58 pontos, contra 35 do britânico James Hunt, a McLaren.

Contudo nos treinos para o GP da Alemanha Lauda sofreu um gravÁ­ssimo acidente, com a Ferrari 312 T2. Com queimaduras por todo o corpo, um padre chegou a ser chamado, para dar a extrema-unção ao piloto no hospital.

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43 dias depois do acidente Lauda voltou a competir, no GP da Itália. Ele lutou pelo tÁ­tulo daquele ano até a última prova, o GP do Japão. Debaixo de um temporal, decidiu parar o carro logo na segunda volta. Com o tÁ­tulo ficando com  Hunt, por um ponto.

Lauda, que ficou com o rosto desfigurado após o acidente, superou todas as crÁ­ticas, e conquistou o bicampeonato em 1977. Ele venceu apenas três vezes (África do Sul, Alemanha e Holanda), mas a regularidade (foram mais cinco segundos e um terceiro), garantiram o tÁ­tulo com três provas de antecedência (GP dos EUA).

Com contrato assinado com a Brabham para 1978, Lauda foi dispensado pela Ferrari após o GP dos EUA. Não disputando as duas provas finais do ano, no Canadá e Japão.

Foram dois anos na Brabham, com apenas duas vitórias. Nos GPs da Suécia e Itália, ambos em 1978. Deixou a Brabham, e a F-1, após o GP da Itália de 1979.

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Lauda passou os dois anos seguintes cuidando dos seus negócios, entre eles uma companhia aérea.

Em 1982 retornou a F-1, contratado pela McLaren. Logo na terceira prova, depois da reestreia, o GP dos EUA-Oeste, voltou a vencer. Conquistando naquele ano também o GP da Grã-Bretanha.

1983 foi um ano com muitos problemas, com a troca pela McLaren, dos motores Ford Cosworth, e o inÁ­cio do desenvolvimento dos motores TAG Porsche V6 turbo. Lauda conquistou apenas um segundo e um terceiro lugares.

Lauda formou dupla com o francês Alain Prost para 1984. E os McLaren-Porsche dominaram o ano. Os dois pilotos disputaram ponto a ponto o campeonato. Lauda venceu menos, cinco GPs (África do Sul, França, Grã-Bretanha, Áustria e Itália), do que Prost (sete vitórias).

Mas conquistou o terceiro tÁ­tulo por meio ponto, 72 a 71,5. O final antecipado do GP de MÁ´naco, vencido por Prost, mas que rendeu ao francês apenas a metade dos pontos, 4,5 (dos nove concedidos normalmente ao vencedor), foi determinante para o tÁ­tulo de Lauda.

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A última vitória de Lauda aconteceu no GP da Holanda de 1985. Ele se despediu da categoria, no encerramento da temporada, o GP da Austrália.

Foram 1971 GPs, com 25 vitórias, 24 poles, 24 melhores voltas e 54 pódios.

Fora das pistas Lauda continuou comandando a sua companhia aérea, vendida em 1999.

Em 2009 de casou pela segunda vez, com Birgit Wetzinger, que quatro anos antes havia doado um rim a ele. O transplante foi preciso após o órgão doado por seu irmão Florian, em 1997, sofrer problemas.

Voltou ao ramo aeronáutico com uma companhia de transporte aéreo, que foi vendida em 2011. Em 2017 comprou a Amira air, eu foi renomeada LaudaMotion.

Ele também voltou a F-1, como consultor da Ferrari nos anos 1990. Mesmo cargo ocupado na Jaguar em 2002. Desde 2012 era presidente não executivo da Mercedes.

Lauda deixa cinco filhos: Mathias e Lukas (filhos de Marlene Knaus, com quem foi casado de 1976 a 1991), os gêmeos Max e Mia (com Birgit), e Christopher (nascido fora do casamento).

Mathias se tornou piloto, disputando atualmente o FIA WEC pela equipe oficial da Aston Martin. Lukas é o seu empresário.