F1: Um duelo de titãs: Mégane Renault F1 Team versus R26 guiado por Fernando Alonso

Um foi projetado para o uso nas ruas, o outro tem como objetivo as corridas. Mas ambos são frutos da mesma paixão pela tecnologia e a esportividade.

Atual detentora dos tÁ­tulos dos Campeonatos Mundiais de Pilotos e de Construtores da Fórmula 1, a Renault surpreendeu seus fãs ao apresentar recentemente uma série especial do Mégane, batizada com o nome da equipe Renault F1 Team, que é inspirada no bólido que ajudou a marca a tornar-se a atual referência em termos de desempenho, tecnologia e durabilidade da principal categoria do automobilismo mundial.

O Mégane Renault F1 Team e o modelo R26, utilizado este ano pelos pilotos Fernando Alonso e Giancarlo Fisichella, possuem muitos pontos em comum. Ambos almejam prazer de dirigir, alto desempenho e confiabilidade.

A Renault não comercializará o Mégane Renault F1 Team por aqui, mas os brasileiros poderão conhecer o carro de perto nas etapas da Fórmula Renault, Copa Clio e Copa Super Clio da temporada 2006. A empresa importou duas unidades da França, que estão sendo utilizadas como “Pace Car” em todas as etapas destas competições.

A série especial Mégane Renault F1 Team e o modelo R26 de Fórmula 1 são resultados da busca pela excelência tecnológica. O modelo de rua foi projetado para ser dirigido pelo cidadão comum em vias de tráfego diário e sob qualquer condição climática. Já o carro de Fórmula 1 é desenvolvido com as mais modernas tecnologia visando desempenho. Ainda assim, estas duas máquinas possuem muitos pontos em comum.

Para ir ao trabalho todos os dias não é preciso dominar uma fera com mais de 700 cv de potência como o Renault R26 de Fórmula 1. Basta contar com o motor do Mégane Renault F1 Team, que oferece a sensação de esportividade na medida certa em qualquer situação. Equipado com um propulsor capaz de desenvolver 225 cv, este modelo roda com suavidade, porém com respostas rápidas e vigorosas quando o motorista exige mais do acelerador.

Rodar com suavidade é o resultado de um conjunto de suspensão bem resolvido. E isso, esta série limitada do Mégane possui: utilizando uma suspensão dianteira tipo McPherson, este Renault foi projetado para superar qualquer irregularidade do piso, transferindo os menores nÁ­veis de movimentação para a carroceria. Além disso, exatamente como no caso do Fórmula 1, a suspensão tem como objetivo maximizar as condições de aderência dos pneus.

Já no caso do bólido de F1, no qual a precisão no contorno de curvas é mais crÁ­tica, a solução encontrada pela engenharia são os braços triangulares duplos – os famosos “triângulos de suspensão”, como são popularmente conhecidos. A grande diferença é que este conjunto não prioriza o conforto, já que os pilotos passam no máximo duas horas seguidas ao volante e seu objetivo é andar sempre no limite, mesmo que isso seja bem mais cansativo do que em um carro de rua – daÁ­ a necessidade de um preparo fÁ­sico especial, ao contrário do que ocorre com os motoristas do Mégane, cuja ergonomia interna foi pensada para minimizar o desgaste gerado pela repetição de movimentos inerentes ao ato de dirigir um automóvel no trânsito engarrafado.

A aerodinâmica dos dois carros também possui pontos em comum. O objetivo das entradas e saÁ­das de ar do Mégane Renault F1 Team e as localizadas nos sidepods (caixas laterais onde estão situados diversos dispositivos do F1, como os radiadores) do modelo R26 é o mesmo: retirar o ar quente do compartimento do motor. Outro bom exemplo são os difusores: tanto na série especial do Mégane quanto no F1 seu objetivo é gerar downforce (força aerodinâmica que empurra o carro contra o solo), melhorando a estabilidade de ambos os veÁ­culos

Dotado de câmbio de seis marchas, a série limitada Mégane Renault F1 Team atinge notáveis 236 km/h de velocidade final e vai de 0 a 100 km/h em meros 6,5 segundos.

Já o R26 tem sete marchas e chega a 350 km/h. Mas o que impressiona mesmo é seu 0 a 100 km/h: apenas 2,5 segundos – para ter uma idéia do que é isso, feche os olhos, conte até dois e se imagine imediatamente a 100 km/h.

Além de possuÁ­rem várias caracterÁ­sticas semelhantes, o Mégane Renault F1 Team e o Renault R26 de Fórmula 1 também são lÁ­deres em seus segmentos de atuação: o primeiro, em tecnologia e qualidade em seu nicho de mercado e o segundo, no Mundial de Fórmula 1. Mas eles possuem pelo uma grande diferença fundamental: quando foram projetados, seus engenheiros visavam objetivos completamente diferentes. O carro de Fórmula 1 foi fabricado para atender a apenas dois “clientes” – os pilotos Giancarlo Fisichella e Fernando Alonso -, enquanto o Mégane tem como objetivo ser um veÁ­culo perfeito para uso cotidiano de qualquer pessoa, oferecendo ainda uma boa pitada de esportividade.

Justamente por terem objetivos diferentes, os dois carros também oferecem resultados completamente distintos em vários quesitos. O motor dos Renault de produção, por exemplo, são projetados para funcionar indefinidamente por alguns milhares de quilÁ´metros. Já o regulamento da F1 estipula que cada motor tem que resistir a apenas dois finais de semana de corrida, ou uma distância próxima de 1.200 quilÁ´metros.

Por isso, seguindo a mesma filosofia de desenvolvimento e fabricação, o Renault de F1 e a série limitada Mégane Renault F1 Team são dois campeões distintos: caso você fosse piloto de competição, com certeza gostaria de ter disponÁ­vel o desempenho do R26, como provam os dois tÁ­tulos conquistados em 2005 e o inÁ­cio da temporada 2006 da F1. Mas, para o dia-a-dia na cidade ou na estrada, o Mégane seria a melhor opção. Veja mais detalhes a seguir:

Suspensão dianteira – A precisão na condução do carro é fundamental para pilotos de Fórmula 1 altamente treinados e que andam sempre no limite, como é o caso de Fernando Alonso e de Giancarlo Fisichella. Errar o ponto exato no vértice da curva – mesmo que por um centÁ­metro – é uma falha imperdoável. Por isso, a equipe Renault dedica muita pesquisa na busca das melhores soluções para sua já consagrada configuração da suspensão dianteira, constituÁ­da primordialmente por braços triangulares duplos – os famosos “triângulos de suspensão”, como são popularmente conhecidos. Para o Mégane F1 Team, a solução de engenharia mais eficiente é a suspensão dianteira tipo “McPherson”, com ajustes que visam superar qualquer irregularidade do piso, transferindo os menores nÁ­veis de movimentação para a carroceria. Além disso, exatamente como no caso do Fórmula 1, a suspensão tem como objetivo maximizar as condições de aderência dos pneus.

Motor – A unidade de quatro cilindros da série especial Mégane Renault F1 Team produz 225 cv de potência e oferece um desempenho exemplar para o uso cotidiano. Já o modelo R26 de Fórmula 1 conta com o primeiro motor V8 normalmente aspirado produzido pela Renault para a categoria máxima do automobilismo. Mas há uma grande diferença: enquanto o motor dos Renault de produção são projetados para funcionar indefinidamente por milhares e milhares de quilÁ´metros, o regulamento da F1 estipula que cada motor tem que resistir a dois finais de semana de corrida, ou uma distância próxima de 1.200 quilÁ´metros.

Aerodinâmica – O objetivo das entradas e saÁ­das de ar do Mégane Renault F1 Team e das localizadas nos sidepods (caixas laterais onde estão os radiadores) é o mesmo: evacuar o ar quente do compartimento do motor, melhorando a refrigeração e o desempenho.

Difusores – Tanto na série limitada do Mégane quanto no Renault R26 de F1, os difusores foram projetados para gerar downforce (força aerodinâmica que empurra o carro contra o solo, melhorando a estabilidade) na parte traseira. No caso do veÁ­culo de rua, esta caracterÁ­stica aerodinâmica aumenta consideravelmente a downforce e reduz bastante o lifting (levantamento da traseira). Com isso, os difusores do Mégane Renault F1 Team eliminam a necessidade da instalação de uma asa – dispositivo que aumenta o arrasto aerodinâmico (resistência do vento e sua conseqüente turbulência) e também eleva o consumo de combustÁ­vel, já que o motor precisa de mais gasolina para vencer esta resistência extra.

Mégane Renault F1 Team versus R26 de Fernando Alonso, em números

Mégane

Renault F1 Team

R26

(Fórmula 1)


Peso

1.355 kg

605 kg


Potência

225 cv

> 700 cv


Cilindrada

1.998 cm³

2.400 cm³

Vel.
máxima

236 km/h

350 km/h


Câmbio

seis marchas

sete marchas


Aceleração

0 a
100 km/h

6,5 segundos

aprox. 2,5 segundos