F1:Briatore defende F-1 com menos custos e mais espetáculo

O chefe da equipe Renault de Fórmula 1, Flavio Briatore, defendeu nesta quinta-feira que para os próximos anos as escuderias cortem custos e procurem a auto-suficiência econÁ´mica. Para isso, explicou, é necessário tornar as corridas mais interessantes e com isso reconquistar o público. Do contrário, a categoria corre o risco de entrar em colapso. As informações são da Agência Ansa.

“Com a crise financeira atual, os construtores perderam de 35% a 70% de suas capitalizações. Como podemos pensar que tudo irá continuar como antes? Devemos nos reaproximar do público, tornando as corridas mais interessantes e ter cinco ou seis equipes que combatam até o fim, como em parte está ocorrendo este ano”, disse ele, em entrevista concedida a um grupo de jornalistas italianos.


“Nosso erro foi dar muito poder aos engenheiros, para os quais o que mais importa é a tecnologia. Mas ao público interessam as corridas, que devem ser apaixonantes e espetaculares”, prosseguiu.


Para o chefe da Renault, as atuais equipes da Fórmula 1 se tornaram tão numerosas que chegam a ser “desumanas”. “Para colocar dois carros no grid de largada, precisamos de mil pessoas, (mas) devemos chegar a uma dimensão humana das equipes, que não devem ser compostas por mais de 300 pessoas”, justificou.


Dentre as mudanças propostas por ele estão dar pontos aos pilotos também nas qualificações e abolir o reabastecimento dos carros durante as provas.


Briatore também defendeu, como forma de cortar custos, fixar um teto para os salários dos pilotos. “Eles ganham muito dinheiro porque nós damos. No fim das contas, um piloto visa ao lucro, mas também Á  competitividade do carro que lhe oferecemos.”


Para ele, o ideal é que as equipes possam financiar entre 75% e 80% de seus próprios gastos, e não apenas entre 15% e 20%, como ocorre hoje.


Ferrari


Questionado sobre o que espera da reta final da temporada deste ano, ainda indefinida, o chefe da escuderia francesa afirmou que, “como italiano e chefe da Renault”, ficaria “feliz” se a Ferrari conquistasse o tÁ­tulo deste ano. Segundo ele, “o papel da Ferrari é importante nas modificações dos regulamentos, e o trabalho que Luca Cordero di Montezemolo (presidente da Ferrari) está fazendo é ótimo”.


Ao falar do inglês Lewis Hamilton, da McLaren, atual lÁ­der do campeonato, cinco pontos Á  frente do brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, Briatore preferiu recordar o que ocorreu no fim da temporada passada, vencida na última prova pelo finlandês Kimi Raikkonen.


“No ano passado, (Hamilton) perdeu o tÁ­tulo com uma vantagem de 17 pontos, então não é necessário muito para perder os cinco (pontos de vantagem) que tem hoje.”


Briatore disse ainda que os pilotos da Renault para a próxima temporada só serão anunciados após o final do Grande Prêmio do Brasil, o último deste ano, que ocorre no dia 2 de novembro.


O brasileiro Nelsinho Piquet tem sido bastante criticado e corre o risco de perder sua vaga na escuderia. O espanhol Fernando Alonso também ainda não definiu seu futuro.


Fonte: Terra