F3 Sulamericana: Categoria é imbatÁ­vel em Curitiba

Na pista onde se podem comparar os tempos com a Stock e o WTCC, categoria de jovens aspirantes leva a melhor de longe.

Com pilotos ainda muito jovens, alguns com 16 anos de idade, o Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3 realiza no próximo fim de semana a terceira rodada dupla da temporada no Autódromo Internacional Raul Boesel, situado na Grande Curitiba. Na ocasião haverá também corridas do Trofeo Maserati e do Campeonato Brasileiro de Pick-Up Racing. Mas a Fórmula 3 se destaca no encontro justamente por sua velocidade: entre as categorias ali disputadas, ela é a mais veloz. Para se ter uma idéia, seus bólidos fabricados na Itália pela Dallara são mais rápidos até do que os Stock Car e os carros do WTCC, dois torneios que também competem regularmente no traçado curitibano. Por isso, a pista é ideal para uma comparação do desempenho entre os dois ricos torneios inspirados em carros de produção e o que reúne bólidos com conceitos baseados na Fórmula 1.

“Usamos carros com motores menos potentes, mas o Dallara/Berta é muito mais eficiente nas curvas que os carros da Stock e do WTCC”, comenta o goiano Rodolpho Santos (Neo QuÁ­mica/Palu Suisse/Wurth), um novato de 18 anos de idade. “Os carros do WTCC têm mais de 300 cv e os Stock estão na casa dos 450 cv, enquanto o Fórmula 3 conta 260 cv”, detalha Rodolpho. “No entanto, os Fórmula 3 são bem mais leves e possuem apêndices aerodinâmicos derivados dos usados na Fórmula 1. Como resultado, são melhores em velocidade final, retomada e reaceleração. Então, no conjunto, são carros muito velozes”, continua o piloto da equipe Amir Nasr Racing.

Os números – A primeira das três categorias a competir em Curitiba em 2007 foi a World Touring Car Championship – WTCC, ou Campeonato Mundial de Carros de Turismo, que esteve no Brasil em março. Na ocasião, a pole do veloz alemão Jorg Muller (BMW 320i) foi assinalada em 1:24.769, com média de 156,92 km/h. É uma marca 11s685 mais lenta que a pole registrada pelo Dallara/Ford-Berta do baiano Luiz Razia na segunda etapa da Fórmula 3 de 2006. Já a Stock Car assinalou no inÁ­cio de maio de 2007 uma marca menos competitiva que a registrada em 2006 devido Á  utilização de novos pneus nacionais no lugar dos importados da Itália até o ano passado. Em 2006, o também muito rápido Thiago Camilo levou o chassi tubular fabricado pela brasileira ZF com carenagem do Chevrolet Astra Á  marca de 1:20.843 (média de 164,54 km/h). Novamente, a Fórmula 3 foi bastante superior, desta vez com 7s759 de vantagem.

No traçado de 3.695 de Curitiba estes números representam um ganho de, respectivamente, 590,8 metros e 392,3 metros por volta a favor da Fórmula 3. Ou seja, em 10 voltas o Dallara daria uma volta no Stock. O mesmo seria feito em apenas 6,3 voltas com o BMW 320i do WTCC em uma corrida com esta configuração de tomada de tempos. “Isso tudo dá uma medida de como os Fórmula 3 são eficientes na pista”, diz Rodolpho Santos. “Não é Á  toa que, historicamente, a Fórmula 3 é a categoria que mais forneceu pilotos diretamente Á  Fórmula 1”, lembra o piloto da Neo QuÁ­mica/Palu Suisse/Wurth. “Entre eles estão os campeões Ayrton Senna, Nelson Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell, entre vários outros”.

Foto: Luca Bassani