F3 Sulamericana: Categoria muda de caracterÁ­stica e perfil de pilotos

Categoria já chegou a ter veteranos-profissionais mas agora é dominada exclusivamente por jovens em ascensão.

Os carros variaram, mas foi pouco. As equipes dominantes também. Os pilotos, porém, formam a nova face do Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3, torneio que disputa a partir deste sábado a primeira rodada dupla da temporada 2007, em Interlagos. No passado, a categoria contava com pilotos que chegavam a permanecer quase uma década competindo regularmente. Eles formavam um núcleo permanente de ‘veteranos-profissionais’ e tornaram-se uma espécie de parâmetro contra o qual eram medidos os jovens que chegavam todos os anos.

Principal formadora, na América do Sul, de talentos para o automobilismo internacional, a categoria agora conta com outro perfil de competidores: “Estão aqui apenas pilotos voltados para carreira na Europa e, talvez, nos Estados Unidos – os dois principais centros do esporte a motor no mundo”, diz o goiano Rodolpho Santos (Neo QuÁ­mica/Palu Suisse/Wurth), um estreante de 18 anos que, como a maior parte de seus antecessores, está de olho no automobilismo europeu. “São pilotos de uma experiência mais homogênea, com menores diferenças em termos de bagagem técnica, mas todos estão muito envolvidos com o esporte. É uma geração muito forte”, avalia o experiente Amir Nasr, chefe da equipe defendida por Rodolpho e pelo brasiliense Felipe Guimarães.

Em temporadas passadas, nomes como os dos argentinos Guillermo Kissling e Nestor Furlán e dos brasileiros Cezar Pegoraro e Leonel Friedrich inspiravam profundo respeito aos novatos. “Na época, estes veteranos costumeiramente iniciavam o ano como favoritos e, invariavelmente, chegavam ao final do Campeonato disputando o tÁ­tulo com novatos talentosos, como foram os casos de Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri Júnior, Marcos Gueiros, Affonsinho Giaffone, entre vários outros”, conta Amir Nasr. “Estes pilotos veteranos eram superespecialistas em Fórmula 3: conheciam todas as manhas dos carros, sabiam de cada desnÁ­vel em cada circuito. E também tinham muitos truques de pilotagem que eram surpreendentes para quem ainda estava conhecendo a categoria. Então, sempre eram adversários para se prestar atenção. E os erros de um novato acabavam lhe custando muito caro”, completa Rodolpho Santos.

Nova geração – Pela primeira vez em sua história, a Fórmula 3 Sul-Americana tem um grid dominado pelos novatos e estreantes. A média etária é a mais baixa de todos os tempos e há até pilotos recém saÁ­dos do kart e na faixa dos 16 anos. Por exemplo, o parceiro de Rodolpho Santos na Amir Nasr – o brasiliense Felipe Guimarães – completou 16 anos nesta quinta-feira (22). “A menor idade é um sinal dos tempos: hoje, categorias top como a Fórmula 1 aceitam mal pilotos que chegam Á s suas portas já acima dos 25 anos – uma idade perfeitamente normal em décadas passadas”, explica Rodolpho Santos. “A turma de 2007 da Fórmula 3 é muito competente. Será muito difÁ­cil disputar freadas com estes adversários. E, na verdade, tenho orgulho de pertencer a esta geração”, finaliza o piloto estreante da Neo QuÁ­mica/Palu Suisse/Wurth.

Como em todos os seus eventos de 2007, no próximo fim de semana a Fórmula 3 disputará duas corridas: a primeira no sábado, a partir das 15h40, e a outra no domingo, Á s 11h00.