GP2: Lucas recupera grande desvantagem e reacende disputa que era considerada decidida

Faltando seis corridas nas três rodadas duplas restantes, diferença para o lÁ­der, que já foi de 19, está em apenas 2 pontos.

A decisão do tÁ­tulo do Campeonato Mundial de Fórmula GP2 mostrou no fim de semana passado que deve reservar muita emoção aos fãs do automobilismo. Em um duelo quase particular, o alemão Timo Glock e o brasileiro Lucas Di Grassi ocupam os dois primeiros lugares na classificação do torneio, separados apenas por dois pontos. O experiente Glock, que já competiu na F-1 e na Champ Cars (Fórmula Mundial), soma 66 pontos, contra 64 de Lucas, um jovem que ainda sonha em chegar Á  categoria principal. Com uma vitória cada um na rodada dupla disputada no fim de semana passado, em Istambul (Turquia), eles mostraram que o tÁ­tulo pode acabar decidido por uma margem reduzidÁ­ssima.


Mas a história da temporada mostra que Lucas vive um grande momento, algo decisivo quando faltam apenas três rodadas, a serem disputadas na Itália (9/9), Bélgica (16/9) e Espanha (30/9). Di Grassi chegou a ter 19 pontos de desvantagem para o piloto alemão – uma diferença que levou muitos, na época, a considerar Glock favorito disparado para o tÁ­tulo. Compensando a desvantagem de seu equipamento com inteligência e boa estratégia, Lucas foi aos poucos reduzindo a diferença. Mais do que isso, o brasileiro tem mostrado consistência e velocidade muito superiores ao que se viu nas primeiras etapas do ano:


“A situação ainda não é a ideal, mas é bem diferente do inÁ­cio. Nosso carro evoluiu e agora estamos em condição de pensar seriamente no tÁ­tulo”, diz ele, referindo-se ao trabalho que vem realizando com a equipe ART Grand Prix. “SaÁ­mos em desvantagem no começo do ano, com um carro muito inferior nas tomadas de tempo e pior também nas corridas. As coisas ainda não estão equiparadas, mas está evidente que evoluÁ­mos. No entanto, eles (a equipe iSport International, de Glock e do austrÁ­aco Andréas Zuber) não estão parados. São competentes e acho que podemos esperar uma briga dura até o fim do ano. A GP2 sempre foi assim, competitiva e imprevisÁ­vel”, conta Di Grassi.


Istambul – A rodada dupla da Turquia viu Timo Glock ser favorecido por um golpe de sorte. Depois de perder a liderança para Lucas, que ganhou a corrida do sábado, o alemão recuperou a liderança do Campeonato Mundial ao vencer a 15ª etapa da temporada, no domingo, depois de um acidente. A batida causou o abandono, na última volta, do então lÁ­der Karum Chandhok e colocou para trás na classificação da prova o segundo colocado Kazuki Nakajima. Glock, que havia largado em quarto, ocupava a terceira colocação e herdou a liderança. Já Lucas Di Grassi envolveu-se em um acidente com o italiano Giorgio Pantano e acabou punido com um drive-through: “Foi um acidente tÁ­pico de corrida: os dois tentaram ganhar a dianteira e nos tocamos”, conta Di Grassi. “Acho que a punição foi um exagero, mas essas coisas fazem parte de um esporte que exige a interpretação das imagens para se deduzir o que está acontecendo realmente”, diz o brasileiro, que terminou na 11ª posição. Caso não tivesse recebido o drive-through, Di Grassi poderia permanecer lÁ­der da GP2, já que provavelmente terminaria na quarta colocação – o que o colocaria um ponto Á  frente de Timo Glock.